domingo, 19 de abril de 2020

O perfil da besta apocalíptica no Planalto, por Ana Cláudia Laurindo


  Com a cortina rala do cristianismo de fachada, apontou armas para homossexuais e arrastou consigo os homofóbicos; mirou nas pessoas negras e ganhou votos de racistas; se voltou contra mulheres e representou machistas, patriarcalistas e misóginos; quando perseguiu professores atraiu para si os ignorantes; ameaçando ativistas sociais arrebanhou a manada arcaica, colonialista e fanfarrona; elegendo como alvo os imaginários comunistas aos quais pintou de vermelhidão tinhosa Bolsonaro garantiu apoio entre os incautos e analfabetos políticos, mas o seu politicamente incorreto agrupou em torno de sua aparição tosca pedaços de todos os segmentos comuns, indo de pobres que odiavam pobres a ricos que não gostam de ser brasileiro e alimentavam secreto ódio da própria nacionalidade.


Do site Repórter Nordeste:

O perfil da besta apocalíptica no Planalto




Ele é o 666 encarnado. Começou agredindo grupos isolados para conseguir projeção nacional reversa, deu certo! Já fazia o jogo do palco evangélico no Rio de Janeiro e pouco a pouco se tornou um holograma dos grandes empresários da fé e adentrou em praticamente todas as igrejas evangélicas do país, apresentando a cabeça de alguém na bandeja do ódio, fazendo as sombras interiores entrarem em ebulição na busca da vingança sem rosto, mas com significados presentes.
Com a cortina rala do cristianismo de fachada, apontou armas para homossexuais e arrastou consigo os homofóbicos; mirou nas pessoas negras e ganhou votos de racistas; se voltou contra mulheres e representou machistas, patriarcalistas e misóginos; quando perseguiu professores atraiu para si os ignorantes; ameaçando ativistas sociais arrebanhou a manada arcaica, colonialista e fanfarrona; elegendo como alvo os imaginários comunistas aos quais pintou de vermelhidão tinhosa Bolsonaro garantiu apoio entre os incautos e analfabetos políticos, mas o seu politicamente incorreto agrupou em torno de sua aparição tosca pedaços de todos os segmentos comuns, indo de pobres que odiavam pobres a ricos que não gostam de ser brasileiro e alimentavam secreto ódio da própria nacionalidade.
Eis a besta apocalíptica que governa o Brasil em 2020, no cume de uma pandemia que espalha letalidade em grau maior quando encontra circunstâncias sociais desfavoráveis à vida.
Bolsonaro se refestela com o discurso de gozo da morte, que o elegeu. Mas agora dissolve sua fixação em Thanatos indistintamente entre grande parcela de seus eleitores idosos ou não.
Sua imagem com o gesto da tosse revolve em nossas revoltas o desejo de que seja alcançado pelo deus que o atrai, livrando nossos dias de sua figura tosca e genocida. mas aqui refletimos: Bolsonaro não é sozinho o problema deste país que ainda aprova suas investidas criminosas e tem quem saia às ruas pedindo o retorno da ditadura militar e  de um criminoso ato institucional.
O problema explodiu para além da besta. E seus filhotes são atiçados pela sanha da morte, da violência que espuma no canto da boca e desdenha as lágrimas enlutadas de mais de duas mil famílias de vítimas do covid-19.
Uma imagem gélida dos intestinos do Brasil se mostrou nesta data, 19 de abril de 2020 na frente do Palácio do Planalto.
O que vai ser amanhã depois desse hoje?
A besta cresce ou cai?
Se crescer, o apocalipse brasileiro será longo e temível.
Se parece vodu ou má sorte, lembre que é somente uma politicazinha manuseando o poder.

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