sábado, 4 de julho de 2020

"Grande Midia" empresarial mostra mais uma vez que tem lado e tenta blindar José Serra e sua filha Verônica, quem com milhões encontrados no exterior. Leia o texto do 247.



O senador tucano e sua filha não mereceram manchete da Folha, do Globo e do Estado, após serem denunciados por lavagem internacional de propinas pagas pelas empreiteiras em contas no exterior


Verônica e José Serra, Rodoanel ao fundo


Verônica e José Serra, Rodoanel ao fundo (Foto: Reprodução | Milton Michida/GOVSP)

247 O senador José Serra (PSDB-SP), que foi governador de São Paulo, continua relativamente blindado pela mídia corporativa nacional. Mesmo tendo sido denunciado pelo Ministério Público Federal após a descoberta de que empreiteiras pagaram propinas por corrupção nas obras do Rodoanel nas contas do lobista José Amaro Pinto Ramos, cujos recursos depois foram transferidos para sua filha Verônica, num esquema internacional de lavagem de dinheiro, ele não ganhou a manchete principal da Folha de S. Paulo, do Globo ou do Estado de S. Paulo. Nos três jornalões, o caso mereceu apenas uma chamada menor na primeira página – o que apenas confirma a seletividade da mídia brasileira. A ação judicial conseguiu, inclusive, bloquear R$ 40 milhões numa conta utilizada no esquema. 
Confira a nota do Ministério Público Federal e a denúncia completa:
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta sexta-feira (3), o ex-governador e atual senador José Serra (PSDB/SP) e sua filha, Verônica Allende Serra, pela prática de lavagem de dinheiro transnacional. Segundo a denúncia oferecida pela Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo, José Serra, entre 2006 e 2007, valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul. Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle.
As investigações, conduzidas em desdobramento de outras frentes de trabalho da Lava Jato de SP, demonstraram que José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas, receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo. Nesse contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o fim de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça.
Operação Revoada – Paralelamente à denúncia, a força-tarefa também deflagrou, nesta data, a Operação Revoada para aprofundar as investigações a respeito de outros fatos relacionados a esse mesmo esquema de lavagem de dinheiro em benefício de José Serra. Com autorização da Justiça Federal, oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ).
Até agora, a força-tarefa já detectou que, no esquema envolvendo Odebrecht e José Serra, podem ter sido lavados dezenas de milhões de reais ao longo dos últimos anos. Com as provas coletadas até o momento, o MPF obteve autorização na Justiça Federal para o bloqueio de cerca de R$ 40 milhões em uma conta na Suíça.
Em um momento de incertezas, a Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo reafirma seu compromisso com um trabalho técnico, isento e sereno. As investigações seguem em sigilo.

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