terça-feira, 2 de abril de 2024

60 anos do Golpe de 64: impossível esquecer, por Tatiana Carlotti

 

Jornal GGN:

Nesses 60 anos do Golpe de 64, indicamos um roteiro de leitura com 150 biografias e autobiografias dos protagonistas dessa história.


do Fórum 21

60 anos do Golpe de 64: impossível esquecer

por Tatiana Carlotti


Sessenta anos depois do golpe de 1964, graças à farta produção bibliográfica, fílmica e artística, que vem sendo tecida por um amplo coletivo de pessoas, é praticamente impossível calar a verdade histórica sobre a ditadura militar. E neste 2024, ela ecoa ainda mais retumbante após os dez últimos anos de instabilidade democrática que vivemos no Brasil. Neste sentido, “Por trás das chamas: mortos e desaparecidos políticos – 60 anos do golpe de 1964”, com lançamento previsto para o próximo 15 de abril, é leitura obrigatória.

Um livro “de intervenção política e pedagógica”, explicam seus autores, o ex-ministro dos Direitos Humanos e atual chefe da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Nilmário Miranda; o jornalista Carlos Tibúrcio, ex-Coordenador da Equipe de Discursos dos Presidentes da República, Lula e Dilma; e o poeta Pedro Tierra (Hamilton Pereira), ex-Presidente da Fundação Perseu Abramo e autor de vários livros.

Por trás das chamas apresenta nove histórias sobre a luta contra a ditadura militar, entre elas, um relato contundente das práticas efetivamente nazistas dos agentes da repressão que, além das torturas e assassinatos cometidos na Casa da Morte em Petrópolis, esquartejavam os corpos dos militantes para incinerá-los na Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes.

O livro também recupera nos Anexos essa farta bibliografia, filmografia, peças de teatro, gráficos estatísticos e homenageia os advogados que enfrentaram a ditadura, incluindo as recomendações ao Estado brasileiro feitas pela Comissão Nacional da Verdade. Da pesquisa para o livro, que tive o privilégio de realizar ao lado do cientista social Alexandre Souza, segue no final deste artigo uma listagem de 150 biografias e autobiografias dos nossos heroicos combatentes. Uma pequena homenagem aos que protagonizaram a luta pela liberdade de que hoje usufruímos.

60 anos de impunidade

Sessenta anos atrás, o Brasil sofria um golpe militar e se alinhava à cruzada anticomunista dos Estados Unidos que, na assimetria das relações geopolíticas, soube mobilizar a ganância das elites e da banda podre das Forças Armadas brasileiras para lançar o país, por duas décadas, numa brutal ditadura.

No documentário de Camilo Tavares, Um dia que durou 21 anos, é possível ouvir as conversas telefônicas do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, mentindo descaradamente para o presidente norte-americano Lyndon Johnson (1963-1969) sobre a ameaça comunista no governo Jango.

João Goulart, em meio as turbulências políticas que visavam impedir seu governo, acenava à população um conjunto de reformas estruturais (agrária, educacional, fiscal, eleitoral, urbana e bancária) que ainda nos instigam a pensar que país seríamos caso fossem realmente implementadas.

Como a nossa, sucessivas democracias foram derrubadas no continente americano, através do conluio entre elites locais e a “maior democracia do mundo”. Em 1954, eram derrubados os governos democráticos do Paraguai e da Guatemala. Nos anos 60, os da Argentina (1962), do Brasil (1964), da Bolívia (1964). Nos 70, as democracias do Chile e Uruguai (1973), novamente da Argentina (1976) e várias outras.

Em Utopia Tropical, documentário em cartaz de João Amorim, o diplomata Celso Amorim e o intelectual Noam Chomsky travam uma longa conversa sobre a interferência estadunidense na vida política dos países do continente. Uma verdadeira aula de geopolítica que nos ajuda a enxergar os movimentos de aproximação e de distanciamento com o golpismo das elites não só em 1964, mas também em 2016, 2018 e 2022.

Outro documentário que não deixa esquecer a responsabilidade da sociedade civil no golpe é Cidadão Boilesen de Chaim Litewski. Ele mostra a estreita participação do empresariado brasileiro, como a Federação da Industria do Estado de São Paulo (FIESP), e das multinacionais, no financiamento da repressão e dos centros de tortura.

No maior país do continente, com recursos abundantes, mão de obra barata, mercado consumidor forte e um governo ansioso para fechar sindicatos e assassinar opositores, não espanta que gigantes como a Volswagem, Ford e a General Motors, contaminadas pelo sadismo de figuras como Henning Albert Boilesen, então presidente do Grupo Ultra, financiassem a criação em 1969 da Operação Bandeirantes (Oban).

Uma questão de Estado

Que a coragem das mulheres suplanta a dos homens parece uma determinante histórica. Foi preciso uma Dilma Rousseff, ex-combatente política e ex-presidente da República entre 2011 e 2016, para que fosse instalada em 2012 no país uma Comissão Nacional da Verdade.

Dois anos antes, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) haviam negado a revogação da Lei de Anistia de 1979. Impedida, portanto, de punir os responsáveis, a CNV começou os trabalhos e dois anos depois, em 2014, apresentou um calhamaço com mais de 6 mil páginas, o mais completo documento-denúncia das atrocidades cometidas no período.

O relatório é categórico: o Brasil viveu uma ação generalizada e sistemática do Estado brasileiro, através da qual a eliminação de opositores políticos se converteu em política de Estado em um contexto generalizado e sistemático de ataque do Estado contra a população civil (p.963-4).

Mapeando o funcionamento dos órgãos de repressão no período, ouvindo os casos de violações e a partir desses depoimentos, bibliografias, visitas técnicas e entrevistas, inclusive com torturadores, a CNV e seus desdobramentos locais reestabeleceram a cadeia de comando e responsabilidade em torno de cada um dos 434 casos de assassinatos e desaparecimentos de que se tem registro no país.

60 anos depois daquelas violações, é chocante pensar que ninguém tenha sido punido. A começar pelos ditadores Castello Branco, que deslanchou a perseguição política, cassando mandatos e prendendo lideranças políticas, sindicais, professores, militares entre 1964-1967.

Arthur da Costa e Silva, à frente do Brasil entre 1967-1969, no apagar das luzes democráticas do AI-5. Emílio Garrastazu Médici, 1969-1974, quando é criada a Oban em São Paulo, a Casa da Morte em Petrópolis e deslancha a perseguição aos bravos combatentes do Araguaia. Ernesto Geisel, entre 1974-1979, em meio à retomada da reação popular frente às mortes de Herzog, a Chacina da Lapa e tantas outras violações. E o último ditador brasileiro, entre 1979-1985, João Baptista Figueiredo, em um período marcado pelo terrorismo militar como a tentativa frustrada no Riocentro.

Na contramão dessa banda podre das Forças Armadas, ao longo dos 20 anos de ditadura, 6.591 militares brasileiros se recusaram a participar da carnificina do Estado contra a população civil, e foram perseguidos e torturados por isso. Foram 3.340 oficiais da Aeronáutica, 2.214 da Marinha, 800 do Exército e 237 das polícias estaduais, conforme a CNV, a partir de relatos dos familiares e colegas das vítimas.

Alguns inclusive entraram para a luta armada. O capitão Carlos Lamarca é um desses casos. Verdadeiro herói nacional, Lamarca comandou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e viveu dois anos e oito meses de forma clandestina, comandando ações para obter recursos e resgatar prisioneiros políticos, entre elas, o sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher que salvou a vida de 70 pessoas.  

Entre suas ações memoráveis, está a expropriação, em janeiro de 1969, de 63 fuzis FAL, metralhadoras e munição, com um grupo de militares desertores, do 4º. Regimento de Infantaria, em Osasco. Lamarca foi assassinado na Bahia, em Brotas de Macaúbas, em setembro de 1971. Na imagem em destaque deste artigo, é ele que vem carregado por Zequinha, o operário metalúrgico José Campos Barreto, liderança das greves de Osasco de 1968, que morreu ao seu lado, no sertão baiano.

Lamarca tinha 34 anos, Zequinha, 26.

Foto do monumento em homenagem a Zequinha e Lamarca em Brotas de Macaúbas. Zequinha carrega Lamarca pelo sertão baiano, antes de ambos serem assassinados pela ditadura, em 1971.

Legado antidemocrático

Os 60 anos do golpe acontecem após uma década de golpes e instabilidade política no Brasil. Em 2014, ensandecida com quarta vitória sucessiva do PT nas urnas, as elites nacionais novamente flertaram com o golpismo, abraçando a ideia de um terceiro turno e impulsionando um golpe, através do midiático lava-jatismo, que culminaria na derrubada do legítimo governo Dilma, em 2016.

Não satisfeitos com o desmembramento da Petrobras e a ponte para o austericídio de Temer, elas foram mais longe e apoiaram a prisão ilegítima de Lula no ano eleitoral de 2018, escancarando as portas do Planalto à excrescência histórica – porque fascista e criminosa – do governo Bolsonaro.

Foram quatro anos sob ameaça de uma ruptura institucional, além dos constrangimentos domésticos e internacionais, da devastação ambiental, das mortes decorrentes da má gestão com as vacinas e da tentativa de engodo com a cloroquina, de perseguições e genocídio indígena.

Os crimes de Bolsonaro são tantos, que sua sombra se estende, pelo menos, por três Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) – a da Pandemia, que atesta a má fé e a incompetência; a das Fake News que desvela a lucrativa indústria da mentira que o alavancou em 2018; a CPI de 8 de Janeiro e agora as investigações da PF que revela a efetiva preparação de um golpe, e desde a série de artimanhas usadas já no processo eleitoral de 2022, até a intentona de 8 de Janeiro, quando uma multidão de descontentes, muitos acreditando que as eleições haviam sido fraudadas, à depredação na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Por tudo isso também é impossível esquecer. Como apontou neste domingo (31) a ex-presidenta Dilma, hoje no comando do Banco dos Brics, “no passado, como agora, a História não apaga os sinais de traição à democracia e nem limpa da consciência nacional os atos de perversidade daqueles que exilaram e mancharam de sangue, tortura e morte a vida brasileira durante 21 anos. Tampouco resgata aqueles que apoiaram o ataque às instituições, à democracia e às ideias de uma sociedade mais justa e menos desigual”.

Vozes da luta

Cientes como nunca de que a liberdade é uma luta de ontem e de hoje, e com profunda admiração pelos nossos combatentes, nesses 60 anos do Golpe de 64, indicamos um roteiro de leitura com 150 biografias e autobiografias dos protagonistas dessa história, escritas por familiares e estudiosos, além de testemunhos de próprio punho. Um roteiro bibliográfico que nos aproxima da verdade histórica, com consciência política, e ajuda as atuais e novas gerações a pesquisar este rico acervo coletivo.

De antemão nos desculpamos pelas ausências e pedimos aos autores ainda não inclusos nessa lista que mandem suas referências < tcarlotti@gmail.com > para que possamos incluí-las. E avisamos que além das biografias novas listas virão ao longo mês, abarcando estudos e reportagens jornalísticas sobre a luta armada e a produção ficcional (romances, peças e filmes) sobre o período.

Boas leituras:

  1. ALMEIDA FILHO, Hamilton. A sangue quente: a morte do jornalista Wladimir Herzog. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978.
  2. ALVES, Marcio Moreira. Torturas e Torturados. Cidade Nova, 1967.
  3. ANDRADE, João Batista. Vlado 30 Anos Depois. São Paulo: Imprensa Oficial, 2011.
  4. ANISTIA INTERNACIONAL. Desapariciones. Caracas: Fundamentos, 1983.
  5. ARBEX, Daniela. Cova 312. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2023. Sobre Milton Soares de Castro.
  6. ARNS, Dom Paulo Evaristo; WRIGHT, Rev. Jaime (Coordenadores). BRASIL NUNCA MAIS. Petrópolis: Vozes, 1985. Acesso online: <https://bnmdigital.mpf.mp.br/>
  7. ASSUNÇÃO, Luis Fernando. Assassinados pela ditadura. Santa Catarina: Insular, 2004.
  8. AZEVEDO, Ricardo de. Por um triz: memórias de um militante da AP. São José dos Pinhais: Plena, 2010.
  9. BERCHET, Verônica. Coração vermelho: a vida de Elza Monerat. São Paulo: Anita Garibaldi, 2002
  10. BEZERRA, Gregório. Memórias, Gregório Bezerra. 1a.ed. 1979 (parte1) e 1980 (parte 2). São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
  11. BORGES, Carla; MERLINO, Tatiana (Organizadoras). Heroínas desta História: mulheres em busca de justiça por familiares mortos pela ditadura. São Paulo: Autêntica, 2020.
  12. BRAGA, Teodomiro; BARBOSA, Paulo. Meu filho Alexandre Vannucchi. São Paulo: Edição AS, 1978.
  13. BRUM, Liniane Haag. Antes do Passado: o silêncio que vem do Araguaia. Porto Alegre: Arquipélago, 2012.
  14. CABRAL, Pedro Correa. Xambioá: Guerrilha do Araguaia. Rio de Janeiro: Record, 1993.
  15. CABRAL, Reinaldo; LAPA, Ronaldo (Org.). Desaparecidos políticos. Rio de Janeiro: Opção, 1979.
  16. CALDAS, Álvaro. Tirando o capuz. Rio de Janeiro: Codecri, 1982.
  17. CAMPOS FILHO, Romualdo Pessoa. Guerrilha do Araguaia: a Esquerda em Armas. São Paulo: Anita Garibaldi, 1997.
  18. CAMPOS, Luiz Felipe. O massacre da Granja São Bento. Pernambuco: CEPE, 2017.
  19. CANNABRAVA FILHO, Paulo. Resistência e Anistia. São Paulo: Alameda, 2020.
  20. CAPIBERIBE, João. Florestas do meu exílio. São Paulo: Terceiro nome, 2013.
  21. CARDOSO, Edson Luiz Dias. Na sombra da cordilheira: os sobreviventes da ditadura. São Paulo: Baraúna, 2025.
  22. CARVALHO, Luiz Maklouf. Mulheres que foram à luta armada. São Paulo: Globo, 1998.
  23. CASALDÁGLIA, Pedro. Martírio do padre João Bosco Penido Burnier. São Paulo: Loyola, 2006.
  24. CHACEL, C. Seu amigo esteve aqui. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. Sobre Carlos Alberto Soares de Freitas (Var-Palmares).
  25. CHERINO, Antonio Siqueira. Gregório Bezerra: toda a história. Recife: CEPE, 1996.
  26. CHOTIL, Mazé Torquato. José Ibrahim – O líder da primeira grande greve que afrontou a ditadura. São Paulo: Alameda, 2018.
  27. COMISSÃO DE FAMILIARES DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS. Direito à memória e à verdade. Brasília: SEDH, 2007.
  28. COMISSÃO DE FAMILIARES DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS. Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a Partir de 1964. São Paulo: Imesp, 1996.
  29. CONY, Carlos Heitor. JK e a ditadura. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
  30. CPDOC – FGV. Médici: o Depoimento de Roberto Nogueira Médici. CPDOC – FGV. Rio de Janeiro: Mauad, 2012.
  31. D´ARAÚJO, Maria Celina; CASTRO, Celso. Ernesto Geisel. São Paulo: FGV, 1997.
  32. DANIEL, Herbert. Meu corpo daria um romance. Rio de Janeiro: Rocco: 1984.
  33. DANIEL, Herbert. Passagem para um próximo sonho. Rio de Janeiro: Codecri, 1982.
  34. DANTAS, Audálio. As duas guerras de Vlado Herzog. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
  35. DIAS, Renato. As Quatro Mortes de Maria Augusta Thomaz. RD Comunicações Ltda, 2012. Sobre Maria Augusta Thomaz.
  36. DIAS, Renato. O menino que a ditadura matou: luta armada, VAR-Palmares e o desespero de uma mãe. RD, 2015. Sobre Marcos Antônio Dias.
  37. DIÓGENES, Maria do Socorro. Amor, Luta e Luto no Tempo da Ditadura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2021. Sobre Ramires Maranhão do Valle, jovem pernambucano.
  38. DIRCEU, José. Zé Dirceu. Memórias. volume 1. São Paulo: Geração Editorial.
  39. DIRCEU, José; PALMEIRA, Vladimir. Abaixo a Ditadura! Rio de Janeiro: Garamond, 1998.
  40. DÓRIA, Palmerio. A Guerrilha do Araguaia. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978.
  41. Dossiê dos mortos e desaparecidos políticos a partir de 1964. Recife: Companhia Editora de Pernambuco, 1995.
  42. DOWBOR, Ladislau. O Mosaico Partido: a economia além das equações. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
  43. DUARTE, Betinho. Rua Viva: o desenho da utopia. Belo Horizonte: Rona, 2004.
  44. ESTEVÃO, Ana Maria Ramos. Torre das guerreiras e outras memórias. São Paulo: Editora 106. Fundação Rosa Luxemburgo, 2022.
  45. FERNANDES, Eliane Moury; ARAÚJO, Rita de Cássia (Organizadoras). Mulheres e militares – Testemunhos sobre o Golpe de 1964 no Nordeste. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/ Editora Massangana, 2013.
  46. FERNANDES, Fernando Augusto. Voz Humana: Arquivos Secretos da Ditadura. São Paulo: Geração Editorial, 2023.
  47. FERNANDES, Pádua. Ilícito absoluto: a família Almeida Teles, o coronel C. A. Brilhante Ustra e a tortura, ensaios de Pádua Fernandes. São Paulo: Editora Patuá, 2024.
  48. FERREIRA, Jorge. João Goulart – Uma biografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
  49. FICO, Carlos. Como eles agiam. Os subterrâneos da ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2001. Sobre o SNI.
  50. FIGUEIREDO, Lucas. Lugar nenhum: militares e civis na ocultação dos documentos da ditadura. Coleção arquivos da repressão no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2015.
  51. FON FILHO, ATON et all. A repressão militar-policial no Brasil, o livro chamado João. São Paulo: Expressão Popular, 2016.
  52. FON, Antônio Carlos. Tortura: a história da repressão política no Brasil. São Paulo: Global, 1979.
  53. FORTES, Luiz Roberto Salinas. Retrato Calado. 1ª. ed.1988. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
  54. FREI BETTO. Batismo de sangue: guerrilha e morte de Carlos Marighella. 1ª.ed.1982. São Paulo: Rocco Digital, 2006.
  55. FREI BETTO. Cartas da prisão (1972-1973). Civilização Brasileira, 1977.
  56. FREI BETTO. Das catacumbas (1969-1971). Civilização Brasileira, 1978.
  57. FREIRE, Americo. A razão indignada: Leonel Brizola Em Dois Tempos (1961-1964 e 1979-2004). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
  58. FUKUDA, Hatsuo. Diógenes, o guerrilheiro. Porto Alegre: Palmarinca, 2014.
  59. FURTADO, Alencar. Salgando a Terra. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1977.
  60. GABEIRA, Fernando. O que é isso companheiro? 1ª.ed. 1979. São Paulo: Estação Brasil, 2016.
  61. GARCIA, Marco Aurélio. Contribuição à história da esquerda brasileira 1960-1979. Em Tempo, São Paulo: ago. 1979-abr. 1980.
  62. GATTAI, Zélia. Jardim de Inverno. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
  63. GODOY, Marcelo. A Casa da Vovó. São Paulo: Alameda, 2014.
  64. GOMES, Aguinaldo Rodrigues. Educação, utopia & ditadura militar: um professor comunista no interior do Brasil (1964-1985). São Paulo: Appris, 2020. Sobre o historiador comunista Ênio Cabral (Aquidauana).
  65. GONÇALVES, Vanessa. Eduardo Leite Bacuri. São José dos Pinhais: Plena, 2011.
  66. GORENDER, Jacob. Combate nas trevas. São Paulo: Ática, 1987.
  67. GREEN. James. Revolucionário e gay: A extraordinária vida de Herbert Daniel – Pioneiro na luta pela democracia, diversidade e inclusão. São Paulo: Civilização Brasileira, 2018.
  68. GUEDES NETO, Adauto. José Comblin: Trajetória e Ditaduras na América Latina (1958-1985). Apresentação Eduardo Hoornaert, prefácio Michel Löwy. São Paulo: Telha, 2022.
  69. HERZOG, Clarice et al. Vlado, retrato da morte de um homem e de uma época. São Paulo: Brasiliense, 1985.
  70. JOFFILY, Bernardo. Osvaldão e a saga do Araguaia. São Paulo: Expressão Popular, 2008.
  71. JORDÃO, Fernando Pacheco. Dossiê Herzog: prisão, tortura e morte no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 7a. ed., 2021.
  72. JOSÉ, Emiliano. As asas invisíveis do Padre Renzo. São Paulo: Casa Amarela, 2002.
  73. JOSÉ, Emiliano. Balança, mas não cai: Memórias do jornalismo, vol. 1. Edição do autor.
  74. JOSÉ, Emiliano. Carlos Marighella: o inimigo número um. São Paulo: Casa Amarela, 2004.
  75. JOSÉ, Emiliano. Lembranças do Mar Cinzento. São Paulo: Casa Amarela, 2008. Sobre Victor Meyer.
  76. JOSÉ, Emiliano. O Cão morde à noite. Salvador: Edufba, 2020.
  77. JOSÉ, Emiliano. O violeiro e a filha d’Oxum: Memórias do Jornalismo, vol.3. Edição do autor.
  78. JOSÉ, Emiliano. Os comunistas estão chegando: memórias do jornalismo, vol. 2. Edição do autor.
  79. JOSÉ, Emiliano. Waldir Pires, volume 1. Rio de Janeiro: Versal, 2018.
  80. JOSÉ, Emiliano; MIRANDA, OLDACK. Lamarca, o capitão da guerrilha. Rio de Janeiro: Global Editora, 2015.
  81. KONDER, Rodolfo. Tempo de ameaça: autobiografia política de um exilado. São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1978.
  82. KOUTZII, Flavio. Pedaços de morte no coração. Porto Alegre: L&PM, 1984.
  83. KUCINSKI, Bernardo; TRONCA, Ítalo. Pau De Arara – A violência militar no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2023.
  84. LAGO, Mário. Reminiscências do sol quadrado.1ª.ed.1979. São Paulo: José Olympio, 2014.
  85. LAMARCA, Carlos. Lamarca – Ousar Lutar, Ousar Vencer. Editora Aladande, 2021.
  86. LAPORGIA, Reynaldo. Dezembro sangrento: a chacina da Lapa. Pontes, 1988.
  87. LAQUE, João Roberto. Pedro e os Lobos: os anos de chumbo na trajetória de um guerrilheiro. Editora AVA, 2009. Sobre Pedro Lobo.
  88. LEITE FILHO, F.C. El caudillo: Leonel Brizola. São Paulo: Aquariana, 2008.
  89. LIMA, Samarone. Zé: José Carlos da Mata Machado. Belo Horizonte: Mazza, 1998.
  90. LUPPI, Carlos Alberto. Manoel Fiel Filho: quem vai pagar por esse crime? São Paulo: Escrita, 1987.
  91. LVOVICH, Daniel; MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Ditaduras Argentina e Brasileira em ação: violência repressiva e busca de consentimento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2023.
  92. MACHADO, Clara. Almas feridas: descortinando a ditadura. São Paulo: Giostri, 2013.
  93. MACHADO, Cristina Pinheiro. Os exilados (5 mil brasileiros à espera da anistia). São Paulo: AlfaÔmega,1979.
  94. MACIEL, Wilma Antunes. O capitão Lamarca e a VPR. São Paulo: Alameda Editorial, 2006.
  95. MAGALHÃES, Mario. Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
  96. MARIANO, Nilson. As garras do Condor. Petrópolis: Vozes, 2003.
  97. MARIGHELLA, Carlos. Carlos Marighella. Manual do guerrilheiro urbano e outros textos. Lisboa: Assírio & Alvim, 1974
  98. MARIGHELLA, Carlos. Chamamento ao povo brasileiro e outros escritos. Organização Vladimir Safatle. São Paulo: UBU, 2019.
  99. MARIGHELLA, Carlos. Escritos. São Paulo: Livramento, 1979
  100. MARKUN, Paulo. Meu querido Vlado. São Paulo: Objetiva, 2005.
  101. MAURÍCIO, Lúcia Velloso. Cacos de sonhos: cartas de uma ex-prisioneira na Vila Militar (1971-1974). Rio de Janeiro: Ponteio, 2015.
  102. MEDEIROS, Rogério; NETO, Marcelo. Memórias de uma Guerra Suja. Rio de Janeiro: Topbooks, 2012.
  103. MERLINO, Tatiana; OJEDA, Igor (Organizadores). Direito à memória e à verdade: Luta, substantivo feminino. São Paulo: Editora Caros Amigos, 2010.
  104. MIGUEL, Salim. Primeiro de Abril: narrativas da cadeia. 1ª. ed., 1994. Santa Catarina: Unisul, 2015.
  105. MIR, Luis. A revolução impossível: a esquerda e a luta armada no Brasil. São Paulo: Círculo do Livro, 1994.
  106. MONTEIRO, Adalberto (Org.). Chacina da Lapa 30 Anos – A Democracia Renasceu à Custa de Muitas Lutas e Muitas Vidas. Instituto Maurício Grabois, 2006.
  107. MORAES, João Luiz; AHMED, Aziz. O calvário de Sonia Angel. Rio de Janeiro: MEC, 1994.
  108. MORAIS, Tais. Sem Vestígios: revelações de um agente secreto da ditadura militar brasileira. São Paulo: Geração Editorial, 2008. Carioca.
  109. MOTA, Uriano. Soledad no Recife. São Paulo: Boitempo, 2009.
  110. NASCIMENTO, Juliana Marques do. Guerrilheiras: Memórias da Ditadura e Militância Feminina. São Paulo: Alameda Editorial, 2022.
  111. NETO, Lira. Castello: A marcha para a ditadura. São Paulo: Cia. das Letras, 2019.
  112. NOSSA, Leonencio. Mata! O Major Curió e as Guerrilhas no Araguaia. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
  113. OKUCHI, Nobuo. O sequestro do diplomata. Estação Liberdade, Primus, 1989.
  114. OLIVEIRA, Márcio Amêndoa de. Zequinha Barreto. São Paulo: Expressão Popular.
  115. PAIVA, Marcelo Rubens. Ainda Estou Aqui. São Paulo: Alfaguara, 2015.
  116. PAIVA, Marcelo Rubens. Nãos é tu, Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2007.
  117. PALMAR, Aluízio. Onde foi que vocês enterraram os nossos mortos. Travessa dos Editores. Alameda, 2005.
  118. PATARRA, Judith Lieblich. Iara. São Paulo: Rosa dos Tempos, 1992.
  119. PAZ, Carlos Eugênio. Viagem à Luta Armada. São Paulo: Best Seller, 2008.
  120. PEZZONIA, Rodrigo. Guarda um cravo para mim: os exilados brasileiros em Portugal (1974 – 1982). São Paulo: Alameda, 2019.
  121. PILLA, Maria. Volto semana que vem. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
  122. PIRES, Paulo dos Santos. Raul Seixas: a mosca na sopa da Ditadura MilitarCensura, Tortura e Exilio. São Paulo: Scortecci, 2016.
  123. POLARI, Alex. Em busca do tesouro: uma ficção política vivida. Rio de Janeiro: Codecri, 1982.
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Tatiana Carlotti – Jornalista no Fórum 21, com passagem por Carta Maior (2014-2021) e Blog Zé Dirceu (2006-2013). Tem mestrado em Crítica Literária (PUC-SP) e doutorado em Semiótica (USP). Assina as colunas IPS Especial e Notas de Leitura.

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