
Em mais um capítulo grotesco do "golpe dos corruptos", a Comissão Especial do
Impeachment no Senado aprovou nesta quinta-feira (4) o relatório do tucano mineiro
Antonio Anastasia favorável ao afastamento definitivo da presidenta Dilma. Foram 14
votos a favor e cinco contrários. A partir da próxima terça-feira (9), o texto passa a
ser analisado pelo plenário em uma votação prévia chamada de "pronúncia do réu".
Se for aprovado por maioria simples — por 41 dos 81 senadores —, o presidente
o Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, marcará a data para
o julgamento final — previsto para começar em 25 ou 26 de agosto e que deve durar cerca de cinco dias.
A sessão que aprovou o relatório teve quase três horas e muito bate-boca. Dominada
A sessão que aprovou o relatório teve quase três horas e muito bate-boca. Dominada
pelos golpistas, a comissão nem fez esforços para comprovar o crime de responsabilidade
que justificaria o processo do impeachment. A motivação política da conspiração ficou
evidente. Alguns senadores até fizeram questão de se defender, jurando que não
são golpistas. A ex-serviçal da TV Globo, Ana Amélia (PP-RS), por exemplo, rechaçou a
tese de que este impeachment é um típico golpe. "O rito está sendo respeitado aqui.
Se assim não fosse, e aí de novo cai a narrativa do golpe, caberia ao STF suspender
ste processo. O STF não o fez, pois as leis e a Constituição estão sendo cumpridas
rigorosamente".
No outro extremo, os senadores favoráveis à legalidade democrática deixaram
de lado o conhecido cretinismo parlamentar. Lindbergh Farias (PT-RJ) foi enfático: "Não
é necessário ter tanques nas ruas. Esse é um golpe frio. Os que votaram pelo
impeachment ficarão na História como golpistas". Já o líder do PT no Senado, Humberto
Costa (PE), classificou o processo como uma "pedalada" contra a democracia.
"Os decretos jamais justificariam a retirada de uma presidente... Escolheu-se a
criminosa e agora procuram por um crime... Passam por cima da Constituição em nome
de um projeto de poder. Querem vencer no parlamento porque não conseguem vencer nas urnas".
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