segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Políticas anunciadas pelo governo Bolsonaro ameaçam direitos das mulheres, diz Debora Diniz



Foto: Divulgação/STF
Jornal GGNA antropóloga e pesquisadora do instituto Anis Debora Diniz afirmou em entrevista ao El País que as políticas anunciadas pelo governo Bolsonaro representam uma ameaça aos direitos das mulheres. Ela está exilada por conta de ameaças que vem sofrendo desde que ajudou a mover no Supremo Tribunal Federal uma ação para descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação. Na semana passada, uma rede de criminalistas anunciou apoio à defensora dos direitos humanos.
“Orientadas por uma lógica religiosa messiânica, as políticas anunciadas pelo novo governo e a futura ministra [Damares Alves] colocam em risco os direitos das mulheres", comentou.
Damares Alves é pastora da Assembleia de Deus e militante contra o feminismo, o ensino de religiões de matriz afro nas escolas e pela evangelização de indígenas. Ela foi nomeada por Jair Bolsonaro para cuidar da Pasta que fundiu Direitos Humanos, Mulheres e a Funai. Na semana passada, ela anunciou que uma de suas prioridades é aprovar uma lei que garanta apoio financeiro para vítimas de estupro concluírem a gestação. A iniciativa existe ao menos desde 2015 e foi apelidada de "bolsa estupro".
Na entrevista, Diniz comentou que saiu do Brasil porque familiares, amigos e colegas de trabalho foram ameaçados por grupos extremistas. “Não saí do Brasil porque fui ameaçada, mas para proteger outras pessoas. Se as ameaças fossem somente contra mim, eu jamais sairia. Mais do que nunca, mesmo à distância, eu sigo fazendo meu trabalho. Não vão me calar.”

O site informou ainda que um grupo de criminalistas decidiu atuar em defesa de Diniz e outros militantes dos direitos humanos. A ideia é defender que o País continue sendo livre para desenvolver pesquisas, com salas de aula permeadas de "debate de ideias", sem que as pessoas morram por pensar ou defender determinadas posições políticas.

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