terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Ao contrário de Bolsonaro, militares defenderam reservas indígenas, diz ex-presidente da Funai




Foto: Agência Brasil

Jornal GGNO ex-presidente da Funai Sydney Possuelo (1991-1993), disse em entrevista ao Estadão "que o índio vive o seu pior momento no País" e que "há um risco de extinção da Funai, que já não tem força." Segundo o indigenista, Jair Bolsonaro adotou um discurso em favor do agronegócio e contra a demarcação de terras que conflita com a política adotada pelos militares ao longo da história.

"A questão indígena nasceu no meio militar, com o Marechal Rondon, nosso herói, que criou em 1910 o Serviço de Proteção ao Índio, o SIP. Se formos analisar especificamente o período do regime militar, depois de 1964, tivemos uma das melhores épocas da Funai na questão de estrutura e recursos. Havia poder de demarcar as terras, de vigiá-las, de não permitir invasões. Manter essa tradição seria um fato fantástico desse novo governo", comentou.
Apesar disso, Possuelo admitiu que "não é isso que está ocorrendo", embora tenha "esperanças de que essa postura mude. A retórica antiga de que há muita terra para pouco índio é perigosa. Primeiro, é preciso deixar claro que índio não tem um só palmo de terra no Brasil. Ele não é dono de nada. O dono é a União, que lhe garante o usufruto exclusivo daquela área."

Ainda de acordo com o indigenista, abrir terras indígenas para o agronegócio seria "acabar com os índios, é um erro. Temos uma quantidade imensa de terras onde já cabe o agronegócio, que é importante para o País, mas as florestas nacionais e as terras indígenas também são. Tudo cabe neste País imenso."

Leia a entrevista completa aqui.

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