quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Com denúncia falsa sobre as rádios, a coletiva patética de Bolsonaro mostra choro de derrotado. Artigo de Jeferson Miola

 

Sentindo que sua derrota é apenas uma questão de tempo, Bolsonaro privilegia a tática terrorista para assobiar à matilha fascista, escreve Jeferson Miola

www.brasil247.com - Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | Antonio Augusto/Secom/TSE)

Por Jeferson Miola, para o 247

Acuado por uma avalanche de fatos terrivelmente desfavoráveis à sua reeleição, Bolsonaro convocou uma entrevista coletiva à última hora para esta 4ª feira, 26/10.

Com a campanha atolada em crise e em estado de catatonia, Bolsonaro tentou uma jogada diversionista para desviar o foco dos problemas que abalam mortalmente sua campanha a apenas quatro dias do segundo turno da eleição: a acusação de pedófilo, o ato terrorista do aliado Bob Granada e o plano de congelar o salário mínimo e o reajuste de aposentadorias e pensões.

Bolsonaro requentou a denúncia fraudulenta feita em 24/10 por dois dos seus Goebbels’s – os Fábios Faria e Wajngarten – para choramingar que poderá perder a eleição porque, na visão dele, 12 rádios [sim, 12 rádios!] dos estados da Bahia e Pernambuco supostamente não teriam veiculado os programas da propaganda eleitoral bolsonarista.

O presidente do TSE Alexandre de Moraes arquivou o delírio bolsonarista, por entender que esta denúncia fraudulenta, apresentada “às vésperas do segundo turno do pleito”, carece de “base documental crível, [e é] ausente, portanto, qualquer indício mínimo de prova”.

Na coletiva, Bolsonaro repetiu o velho hábito de defender criminosos, e saiu em defesa do agente fascista Alexandre Machado, um arruaceiro infiltrado no TSE que foi exonerado do Tribunal por fazer “alegações falsas e criminosas”, que servem à estratégia bolsonarista de avacalhar a eleição.

O TSE informou, também, que a exoneração de Machado “foi motivada por indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política”.

Bolsonaro convocou ministros e os comandantes das Forças Armadas para acompanharem-no no patético comunicado à imprensa. Prometeu ir “às últimas consequências, […] para fazer valer aquilo que as nossas auditorias constataram” [sic].

Não chega a surpreender a presença dos comandantes das três Forças na entrevista coletiva do Bolsonaro sobre um tema eminentemente da esfera do poder civil, como é o processo eleitoral. Afinal, diante da inutilidade deles para a sociedade brasileira em matéria de defesa nacional e da absoluta falta de profissionalismo deles, se dedicam primordialmente à conspiração para manter seus privilégios, cargos e mamatas.

Bolsonaro e os próprios generais exploram a presença dos fardados em momentos de “crise” com o objetivo de amedrontar e causar medo e apreensão na sociedade. Esta postura é ineficaz, pois o comportamento antiprofissional e conspirador deles, a essas alturas, é super manjado e já não é levado a sério.

Sentindo que sua derrota em 30 de outubro é apenas uma questão de tempo, Bolsonaro privilegia a tática terrorista para assobiar à matilha fascista, colocando-a em estado de prontidão.

Bolsonaro e os militares pavimentam o caminho da contestação do resultado das urnas para tumultuarem a eleição e promoverem caos político e institucional no Brasil nos moldes do Capitólio de Washington.

Diante da desmoralização total e do descalabro do governo, o esperneio do Bolsonaro na patética entrevista coletiva serviu apenas para parir um choro de derrotado que não aceita a derrota e pretende causar confusão.

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