quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Análise em vídeo de Bob Fernandes: MDB libera Tebet para apoio, PDT de Ciro já com Lula.

 

Do Canal de Bob Fernandes:



MDB LIBERA TEBET PARA APOIO, PDT E CIRO JÁ COM LULA. COM BOLSONARO, ZEMA, CASTRO E MORO

O Segundo Turno já começou. Algumas horas de reflexão, e é tempo de ação.

Bolsonaro perdeu o 1º turno por 6 milhões, 187 mil, 159 de votos.

A Lula faltaram 1,8 milhão de votos para vencer no 1º turno.

Com um terço do Senado em disputa, o PL de Valdemar da Costa Neto & Bolsonaro ganhou 8 cadeiras.

Agora tem 14 de 81 cadeiras. Numa anunciada junção com o União Brasil teriam 24 senadores.

As maiores bancadas hoje são PSD, com 12, MDB, 10 e PT, 9.

Maioria também na Câmara.

Estima-se que, inicialmente, Centrão e direita elegeram 273 de 513 deputados.

PT e partidos de esquerda fizeram 138 deputados.

Mas isso aqui é o Brasil, de maiorias sempre móveis.

Foi a segunda maior renovação na Câmara desde 1998, chegou a 44%. Mas é preciso saber que renovação é essa.

Com habitual bancada de justiceiros, pastores e militares. Na bancada da bala, 38. O treisotão.

Mas é bom lembrar: maiorias tantas vezes são movidas pela caneta do presidente da República. Seja Bic ou Montblanc.

Bolsonaro, por exemplo, começou a mover e montar sua maioria com a caneta de um general que estava na ativa.

Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria da Presidência, então articulador no Congresso.

Que em dezembro de 2019, em parceria, criava o Orçamento Secreto.

Para eleger o principal cabeça na execução do orçamento secreto, Arthur Lira, presidente da Câmara, e Pacheco, presidente do Senado.

Secretamente, o governo despejou bilhões em suas bases desde 2020.

No total, R$ 53 bilhões do orçamento, com 44 bilhões empenhados e 28 bilhões já pagos.

Isso é um derrame de dinheiro público pré-eleição.

Bolsonaro fingiu um primeiro veto e tocou o barco quando confirmado no Congresso de Lira e Pacheco.

Congresso dos que estão se lambuzando com bilhões.

Por isso foram engavetados ou recusados 150 pedidos de impeachment de Bolsonaro.

Por isso também o derrame de bilhões país afora, com correspondente inchaço de bancadas.

Mesmo assim, junto com o PL, o PT cresceu em bancadas estaduais em todo o país.

É possível saber a exata ligação entre dinheiro e votos. Basta abrir e expor a planilha do Orçamento Secreto.

Isso não será feito com Bolsonaro. Que, cara de pau, nega a paternidade do Secretão sendo dele o governo.

O repórter Breno Pires, autor das reportagens sobre o orçamento secreto, contou como funciona a coisa.

Via SUS, por exemplo, como tem sido feito.

As prefeituras inventam números fictícios de exames e consultas e parlamentares mandam a verba correspondente por meio do orçamento secreto.

É a lei da multiplicação das bancadas.

As amigas e os amigos enjoaram de ouvir aqui o que significariam na eleição os bilhões do orçamento secreto, o Secretão.

Sem que se saiba quem está mandando, quem está recebendo e o que está sendo feito com tantos bilhões e bilhões.

Recordemos.

Há anos, ainda que sem a autoridade da farda para tal, falamos aqui também sobre a tutela militar.

Bolsonaro, um boneco de ventríloquo, um Cavalo de Troia dos militares.

Militares que, estamos cansamos de saber, interferiram na eleição em 2018. Pressionando o STF para tirar Lula do jogo.

Fato já admitido em livros pelo general Villas Boas, então comandante do Exército, e por Michel Temer.

Coronel do Exército na reserva, Marcelo Pimentel tem pregado nas redes sociais. De resto, no deserto.

Esta é uma operação militar na chamada Guerra Híbrida. Tomar e ocupar o governo de outras formas.

Leiam, ouçam por exemplo, esse informativo distribuído pelo Exército a seus inativos.

Lembra que para quem quiser uma boquinha aí estão as escolas cívico-militares.

Escolas ditas para “melhorar o aprendizado”. A real mesmo está no final do informativo.

Aí está dito: militares de quaisquer Corpos, Armas, Serviços Especialidades interessados como prestadores de serviços, basta preencher um formulário...

O coronel Marcelo Pimentel esclarece: só de bônus, para ser “bedel”, o inativo receberá mais do que o piso do professor.

Há quatro anos, este coronel Marcelo Pimentel adverte:

- A militarização da educação básica faz parte do projeto de poder do Partido Militar.

É a tutela militar se projetando para o futuro.

Um capitão é o candidato à reeleição. Seu vice é um general, Braga Netto.

Que, interventor, ou seja, governador do Rio em 2018, teve pleno acesso ao mapa do milicianato, ao crime carioca.

Sabe tudo ou quase tudo. E informação é Poder, sabem até mesmo os mau entendedores.

Militares que atacavam as urnas elegeram senador o general e vice Hamilton Mourão, no Rio Grande do Sul...

E, também generais, eleitos outros dois deputados. Pelo Rio de Janeiro e pelo Rio Grande do Norte.

O general Pazuello (aquele da Covid, imaginem só!) e o general Eliéser Girão. Só no Congresso, sete militares.

Em reação à Comissão da Verdade, que expôs intestinos da ditadura, primeiro se fez o impeachment.

Num mix de desinformação e ingenuidade com picaretagem e/ou covardia; porções da imprensa infelizmente incluídas.

Vários e várias depois se limpando na barbárie, no governo fascistoide de Bolsonaro e os seus.

Resumo daquela trágica ópera… Com notórios corruptos no coral, o Congresso derrubou quem não tinha cometido crime algum.

Muito menos havia sido acusada de corrupção, Dilma Rousseff. Vocês se lembram da tsunami midiática.

Compare tudo aquilo com o silêncio de uma decisão em março último.

Quando o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por unanimidade, extinguiu uma ação popular contra Dilma.

Apenas para refrescar a memória.

O pelotão que derrubou Dilma teve, entre tantos e tantas naquela escabrosa jornada, Temer, Eduardo Cunha, Moreira Franco, Padilha, Geddel, Agripino Maia...

E, elogiando o torturador e assassino Brilhante Ustra, o então deputado Bolsonaro.

E todos, você se lembra, se pronunciando contra a corrupção.

Inclusive o chefe de um clã que, investigado pelo crime de peculato, as famosas Rachadinhas, comprou 107 imóveis.

51 dos imóveis pagos com dinheiro vivo, relatam Juliana Dal Piva e Thiago Herdy no UOL e na Folha de S. Paulo.

Isso fora duas mansões recentes, em Brasília. Avaliadas por, no mínimo, R$ 9 milhões, a dupla.

Bolsonaro e governo trabalharam para paralisar investigações. No Ministério Público, na Polícia Federal, no COAF etc.

Quando confrontado com os fatos, o que faz Bolsonaro?

Antes, esconde tudo com sigilo de 100 anos.

E saca um “presidiário” contra Lula. Que teve anuladas todas as 26 condenações. No STF e em diversas instâncias.

E tantos que invocam a lei, dizem respeitar a lei e juram combater a corrupção ecoam isso.

Que, antes de tudo, é um desrespeito aos tribunais que julgaram e anularam.

Esse desrespeito é corrupção perante não apenas as decisões, mas também diante do sentido mesmo do que é Justiça.

Se tanto faz ser condenado ou inocentado, aos olhos e ouvidos da multidão, que diferença faz e fará a Justiça?

Mais ainda quando os acusadores, acusados de cometer crimes, impedem a investigação dos seus crimes.

No topo da política, o segundo turno começa com a decisão de Simone Tebet e o MDB e Ciro e o PDT.

Simone Tebet sai das urnas com quase 5 milhões de votos, 4,2%.

Naquele curralzinho, diante do Palácio da Alvorada, depois da eleição, Bolsonaro chamou Tebet de “estepe”. Pneu reserva.

Articulada, boa oradora, ligada à bancada do agro, na CPI da Covid, Tebet cresceu.

Numa campanha com Mulher sendo tema central, Tebet não foi confrontada no mesmo tom reservado a Lula e Bolsonaro.

E a senadora Tebet sai muito bem da eleição.

Seu tamanho no futuro dependeria da sua decisão sobre o segundo turno.

Se apoiasse Bolsonaro poderia, ao menos inicialmente, ganhar espaços no governo e sua base, Mato Grosso do Sul.

Mas enterraria tudo o que fez e disse na CPI da Covid e, junto, sua frase logo ao final da eleição: “Eu tenho lado”.

Para o MDB, mesmo com divisões habituais, o lado é Lula.

Deve anunciar nesta quarta-feira a liberação de Tebet e 12 diretórios do MDB para apoiar Lula.

Segundo o Globo, Janja ligou para Tebet, e a senadora e Lula conversaram.

Certamente sobre onde vai começar e terminar o apoio. Se e quando efetivado.

Nesta terça, o PDT de Ciro Gomes anunciou apoio “unânime” a Lula no segundo turno.

Com inclusão de itens do programa de Ciro no programa de Lula.

Renda mínima, renegociação de dívidas e escola de tempo integral e a criação do Código Brasileiro do Trabalho.

Isso para uma revisão de leis que prejudicam os trabalhadores.

Em pronunciamento, no início da tarde, sem citar Lula, Ciro disse:

- Gravo este vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias, é a última saída.

Ciro comunicou: não aceitará cargo algum num futuro governo.

Bolsonaro obteve o apoio dos recém-reeleitos governadores de Minas, Zema, e do Rio de Janeiro, Claudio Castro.

E obteve também o apoio de Moro.

Moro agora senador, a quem humilhou quando ministro da Justiça.

João Dória, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, ex-candidato à presidência da República - desistiu por falta de votos -, anunciou que vai votar nulo.

Faz todo sentido em quem, na política, demonstrou ser uma nulidade.

Ao contrário de Dória, Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central na era FHC, desistiu de anular seu voto.

Vai votar em Lula, em defesa da democracia.

O jornalista José Roberto de Toledo, adverte, no UOL, qual seria uma das consequências de Bolsonaro reeleito.

O Senado terá força para viabilizar o impeachment de ministros do STF.

Além dessa hipótese com Bolsonaro, o futuro presidente, seja quem for, indicará dois novos ministros para o STF.

Ano que vem, aposentam-se Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.

Um dos indicados pode ser o hoje guardião do governo na PGR, procurador-geral Augusto Aras.

E outra, ou outro, alguém terrivelmente evangélico.

Em meio a essa chamada Guerra Híbrida, o STF abriu inúmeras frentes.

Talvez por isso tenha faltado força, ou perspicácia, ou algo mais para o STF para enfrentar a verdadeira arma do governo Bolsonaro.

A mais letal. Os bilhões do orçamento secreto despejados pré-eleição, durante três anos.

Orçamento que teve sua execução aprovada em dezembro do ano passado.

Quem está fiscalizando para valer a execução desse orçamento secreto antes de terminadas as eleições? Transparência zero. Farra total.

Se Bolsonaro vencer, o STF entra no alvo, seja como for.

Apenas imaginem uma República pilotada por militares em busca de manter o Poder e, claro, consequências, suas boquinhas e boconas.

Com o Centrão expandido. E Mala Faias, Felicianos, Damares, Salles, Moros e demais. E, claro, inclusive como já declarado, com simpatia por milícias e milicianos.

Com a licença para um estereótipo, um talibanato, militar e tropical.

Agora, estamos vendo Bolsonaro derramando dinheiro até cinco dias antes do 2º turno.

Antecipação de Auxílio Brasil, Auxílio gás e tudo mais.

Isso vale numa eleição? E o TSE? Nunca vi compra de votos tão aberta.

Nesta eleição, mais de 30 milhões de abstenções. Pessoas que não foram votar.

Quem acredita ser possível outro país, que arregace as mangas e vá à luta.

Como e viu, por exemplo, na Bahia, onde Bolsonaro ganhou em dois de 417 municípios.

Como se viu em todo o Nordeste e em grande porção do Norte do Brasil.

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