segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Lula expõe incompetência e corrupção de Bolsonaro no governo, e relembra legado petista

 No primeiro bloco, Lula conseguiu usar dados e confrontar o legado do bolsonarismo com os anos de PT

Foto: Divulgação/Band

No primeiro bloco do debate na Band, onde Lula superou Jair Bolsonaro em menções positivas nas redes sociais, segundo monitoramento da Quaest, o ex-presidente pautou a incompetência e corrupção do governo durante a gestão da pandemia de Covid-19. Foi o bloco onde Lula mais conseguiu usar dados e confrontar o legado do bolsonarismo com os anos do PT no poder.

O debate começou com uma pergunta do programa sobre gestão de orçamento, lembrando que 96% da verba orçamentária federal é carimbada, restando ao presidente apenas 4% para manejar. A Band quis saber como Lula e Bolsonaro iriam driblar a questão e arranjar dinheiro para executar suas propostas.

Do púlpito, Bolsonaro citou como exemplo o Auxílio Brasil. Disse que a origem do pagamento nos próximos anos virá da aprovação da reforma tributária e de privatizações. Ele aproveitou para atacar Lula, dizendo que deputados do PT não queria aprovar o auxílio emergencial e também que ele “triplicou” o valor do Bolsa Família.

Para responder, Lula saiu de trás do púlpito e dirigiu-se à câmera para falar com o eleitorado. Disse que o Auxílio Brasil de Bolsonaro acaba em dezembro, após a eleição, pois o presidente não inseriu o custeio do programa na LDO. Lula lembrou dos investimentos de seu governo em obras do PAC e prometeu fazer uma reforma tributária – isentando de imposto de renda quem recebe até 5 mil reais – e taxar grandes fortunas para conseguir dinheiro para executar suas propostas.

Covid: negacionismo, insensibilidade e corrupção


No primeiro confronto direto, Lula tinha o poder de pautar Bolsonaro e começou perguntando quantas universidades ele fez nos 4 anos de mandato. Sem ter o que responder, Bolsonaro mudou de assunto e falou sobre o Auxílio Brasil turbinado e dirigiu-se ao Nordeste para dizer que Lula pagava bem menos com o Bolsa Família.

Lula, que desfilou as dezenas de universidades e escolas de ensino técnico que construiu, insistiu em saber quantas universidades Bolsonaro fez. E a resposta veio: “Durante a pandemia, por dois anos as universidades ficaram fechadas. Não tinha cabimento abrir universidade para ficar fechadas.”

Na sequência, Bolsonaro acrescentou que Lula criou o Fies e “deixou 1 milhão de jovens endividados. Meu governo anistiou 99% da dívida dessa garotada.”

Lula retrucou com um dado: “Ele não quer dizer que vergonhosamente fez apenas uma universidade em Tocantins, porque a presidente Dilma aprovou.” Sem detalhar, Lula também respondeu que com o Fies, “a pessoa não tem que pagar enquanto está estudando”.

A partir daí, Lula passou a falar da pandemia, resgatando o dado de que o Brasil teve 11% das mortes mundiais, e questionando: Por que houve tanta demora em comprar vacina?”

Bolsonaro negou que tenha havido demora e disse que adquiriu mais de 500 milhões de doses para vacinar quem quisesse tomar a vacina.

“O senhor atrasou a vacina. Depois teve processo de corrupção, definido e denunciado pela CPI. A verdade é que 680 mil brasileiros morreram e mais da metade disso poderia ter sido salvo. O senhor não cuidou, debochou, riu, desacreditou a vacina, disse que quem tomasse ia virar jacaré ou homossexual. O senhor gozou das pessoas dizendo que iriam morrer sufocadas, sem oxigênio em Manaus. Você brincou com a pandemia. Você não respeitou a Butantan e a Fiocruz”, disparou Lula.

Bolsonaro devolveu: “Senhor Lula, tem um vídeo do senhor dando graças a Deus porque a natureza criou a covid. Eu zombando? É só ver as imagens. É exatamente o contrário.” E ao se defender da corrupção, Bolsonaro atacou: “Corrupção fez o seu partido. Quando chegou na CPI a noticia de desvio de 50 milhões de reais do Carlos Garbas, o Renan Calheiros não quis investigar. Irmão nordestinos morreram por falta de ar por corrupção do senhor Carlos Garbas e pelo seu governador da Bahia.”

Ainda segundo Bolsonaro, não teve corrupção no caso Covaxin porque o governo não deu continuidade á compra do imunizante. Além disso, Bolsonaro insistiu que “a CPI não achou nada sobre mim e sobre o Pazuello, porque nada nós devemos.”

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