sábado, 1 de outubro de 2022

Bob Fernandes: Bolsonaro, o "corajoso" de fachada, foge de Lula. Aberrante presidente & “padre de festa junina” tornam debate da Globo uma cafajestada

 

Do canal de Bob Fernandes:


Transcrição do vídeo:

Amigas, amigos, vejam estas fotos.

Esta primeira. Ao fundo está, factualmente falando, o tenente-coronel Mauro Cid.

É o ajudante de ordens do presidente da República. Tenente-coronel Mauro Cid.

Filho do general Mauro Lorena Cid. Da mesma turma de Bolsonaro, 1977.

O general hoje na Flórida, na APEX. Associação de Fomento à Exportação.

O ajudante Cid citado nas manchetes nas vésperas do debate.

Como um dos responsáveis por pagar contas das famílias de Bolsonaro e Michelle.

Investigação da PF para saber se contas pagas com dinheiro público.

A presença de Mauro Cid tem a nitidez de uma tomografia.

Ele é o Exército. As Forças Armadas. E sem nenhuma necessidade, fardado.

Notem. É o único totalmente em pé. Ereto. A imagem da tutela.

Nesta sexta, poucas horas depois do debate o Alto Comando do Exército comunica:

-Quem ganhar a eleição, leva.

Oh, obrigado, como vocês são bonzinhos.

Por que o Exército se concede autoridade para dizer se leva...ou se não leva?

Porque o Exército, as Forças Armadas tutelam o Poder no Brasil.

E Bolsonaro é seu boneco de ventríloquo.

Se alguém tem dúvida, confira essa outra imagem da ilegalidade.

Isso é proibido, fere o Estatuto dos Militares.

Bolsonaro, em 2014, sendo recebido como candidato na Academia Militar das Agulhas Negras.

Sigamos na decomposição desta foto.

Agachado, atrás do pai, Carlos, o Carluxo.

A representação do Gabinete do Ódio, das Fake News, investigado pela PF a mando do STF.

Por conta disso, um dos sigilos de 100 anos decretados por Bolsonaro.

Para evitar que se saiba do acesso dos filhos ao QG do Gabinete do Ódio, o Palácio do Planalto.

E, nesta foto, à espera das ordens, o “Padre”.

Na real, o avatar de Robertão Jefferson. O dono do PTB.

Que, ora em prisão domiciliar, não pode não pode ser candidato.

O padre, figura encarregada de imprimir o tom cafajeste à reta final da eleição. Foi treinado.

Lembremos. Ele estava na comitiva que foi a Londres avacalhar o funeral da Rainha.

O Brasil pagou por aquelas cenas aos olhos e manchetes do mundo? Azar do Brasil.

O Padre, revezando-se no papel de escada e capacho, fez o serviço sujo para Bolsonaro.

Que, valentão oral, na única oportunidade que teve para perguntar diretamente a Lula, não o fez. Fugiu.

Outro candidato prestou-se ao papel de escada. Não com o acinte do padre.

Felipe D’Ávila, o liberal sapatênis. Não passou de 1% nas pesquisas.

Genro do miliardário Abílio Diniz, tendo declarado R$ 24 milhões ao TSE, diz na sua marquetologia ser um brasileiro como você.

O Brasil já teve liberais como José Guilherme Merquior.

Ou, na Política, Marco Maciel e Claudio Lembo. Hoje leva ao palco essa triste figura.

Que num país de 33 milhões com fome, sendo destruído, faz escada para o fascismo e repete como um papagaio:

-Privatizar, privatizar, privatizar.

Gente como ele é quem quer privatizar. Não o que é necessário. Privatizar tudo.

Porque é esse tipo de gente que compra o que é privatizado, não os lascados, esfomeados.

São eles que faturam milhões, por exemplo, em dividendos dos nacos já privatizados da Petrobras.

Não querem o Estado enxuto. Querem um Estado pra eles. De sapatênis.

Note, nesta cena, o candidato de 1% se aproximando da turma.

Ao perguntar a Bolsonaro quase pedia desculpas pela indelicadeza.

Sorridente, afável. Todos vimos. Diante de Lula, o desrespeito comum aos e às demais.

Desrespeito não a Lula. Mas ao que dizem respeitar: a justiça. O STF.

O STF tornou inválidas todas as condenações.

Portanto, o réu, assim como qualquer réu depois de anuladas condenações, é inocente.

Ou vale o Vale-Tudo.

Todos fingiram não saber e não entender o profundo significado do vivido e sabido nos dias anteriores.

Os mais duros julgadores de Lula e do PT declararam voto publicamente.

Voto no mesmo Lula que alguns deles haviam julgado duramente.

Todos são ex-presidentes do STF.

Joaquim Barbosa, relator no Mensalão. Ayres Britto, Nelson Jobim, Celso de Mello, Carlos Velloso.

E Gilmar Mendes, que já foi algoz, e na véspera afirmou:

-Lula é inocente.

Espera-se, sempre contam com isso, que jornalista se acovarde.

Não exponha fato tão objetivo temendo ser rotulado.

Poucos rótulos podem ser pior para um jornalista, ou para um político do que o de ser covarde no exercício da profissão.

Foi solar o posicionamento, jurídico e, claro, político, dos cinco ex-presidentes do STF.

Mas faltou coragem aos candidatos.

Para, mesmo com suas ressalvas em relação aos fatos, demonstrar respeito pela decisão da Justiça.

Do Supremo Tribunal Federal. Se valem das condenações mesmo depois anuladas. Ok, foi do jogo.

Mas aceitaram calados, coniventes, o uso do tema corrupção ser feito e repetido por Bolsonaro.

Ouviram, calados, salvo uma frase perdida ou outra, ele dizer “meu governo é limpo”.

Presidente cuja família, entre muito mais, em poucas décadas na política comprou 107 imóveis.

51 pagos com dinheiro vivo, cansaram de relatar UOL e Folha.

Fora mais de 10 milhões em mansões recentes.

Por que usar o já tornado nulo e nem uma pergunta sobre essa aberração toda no presente?

Por que nada sobre ligações pessoais e factuais dos Bolsonaro com Queiroz?

Investigado por rachadinhas, mas também por assassinato.

Com Adriano da Nóbrega, Chefe de pistoleiros.

Por que nada sobre os assassinos de Marielle?

Louve-se o padre junino. Ali esteve para cumprir com toda clareza seu papel. De escada, de capacho.

De mestre de cerimônias, uma cafajestada.

Ensaiada e exibida diante de todos e das câmeras.

Esse comentário irá ao ar antes do Jornal Nacional desta sexta.

Estas imagens, claríssimas, serão exibidas para mostrar a mise-en-scène, a farsa nos bastidores?

Ou ficaremos apenas com a cafajestada encenada para milhões?

Veja esta outra cena, troca-troca exibido por Andréia Sadi em seu Twitter.

Como tudo é teatro, farsa como quem tem 1% ou zero pode dizer “no meu governo” ou “se for eleito”, podemos aqui criar uma diálogo também farsesco.

Mera ficção, nenhuma ligação com fatos ou pessoas reais.

- Pode ser no PIX?

-Não, no PIX, não...

-Moeda corrente, transferência bancária?

-Melhor em dinheiro vivo…

O encontro de candidatos na Globo não pode ser analisado meramente como um debate.

Naquilo não cabem análises políticas. Melhor, não cabem análises apenas políticas.

Aquilo deve ser guardado pelo Museu da Imagem e do Som.

Ou numa daquelas cápsulas para serem abertas em 100 anos. Como os segredos sórdidos do Jair.

O encontro de presidenciáveis é documento de até onde, até que nível foi a degradação.

Aquilo foi, é, antes de tudo, um flagrante da degradação da presidência da República.

Presidência como um símbolo do país.

A Globo, como líder de não poucos Meios de Mídia semelhantes de atos e modos semelhantes, por décadas, com inegável excelência técnica, profissional, trabalhou na construção desse país.

Para não ficarmos apenas na Lava Jato, basta recordar a armação pró Collor.

Na edição do debate final em 1989. Já confessada até pelo então todo poderoso Boni.

Um BBB político do pai do BBB do Boninho de hoje.

Portanto, justo, e quis o destino, que seu palco, o da Globo, recebesse o ato que condensou a degradação.

Todos candidatos toparam as regras, sabemos.

Não é isso que se trata, mas do que ali terminaria condensado em imagens.

Foi uma cafajestada. Promovida por Bolsonaro e os seus.

Como se o estúdio onde se deu aquilo fosse um bordel.

E sem sequer a possibilidade da fantasia, do prazer para quem é esse desse ramo.

Principalmente, sem valerem regras que regem todo bordel que se respeite e às suas regras.

Em consonância com personagem ali definido como “padre de festa junina”, Bolsonaro e os seus atuaram.

Sem respeito algum a regra alguma.

Pode até ter impressionado ver Bonner realmente tentando colocar alguma ordem naquilo.

Impressão equivocada, não por conta do Bonner.

Mas dos que insistem em não enxergar o que Bolsonaro é e encarna.

O desrespeito, da forma que for necessária, a qualquer regra.

Alguns definem como psicopatia, outros como sociopatia.

Não poucos torcem o nariz, buscam evitar definir o que isso é.

O fascismo. Com suas múltiplas faces. Uma, o deboche, o horror mascarado como se humor fosse.

O fascismo é uma construção. Notem o Brasil.

O continental entorno do palco onde ele foi exibido nesta noite/madrugada.

Vejam, ouçam quantos foram mortos, agredidos de várias formas nos últimos dias.

Percebam o que está acontecendo no país onde Bolsonaro e os seus e militares, ou vice-versa, liberaram 1 milhão de armas.

Entendamos o significado de o STF precisar dizer:

-Não será permitido ir votar carregando armas e munições.

Colem tais fatos nas imagens daqueles senhores e naquelas senhoras no palco da Globo.

O que significa, o que demonstra do até onde vai a Farsa quando, na antevéspera da eleição alguém com 1, 2 ou mesmo 5 % nas pesquisas diz “no meu governo”, “se eleito”.

O fato de usarem essa muleta, de não evitarem a mentira “no meu governo” já basta, ou deveria bastar, para deixá-los inteiramente nus.

A senadora Soraya, que na sua marquetologia se fantasia de onça, prestou um favor ao sacar o “padre de festa junina”.

O papel daquele personagem, mesmo com clara intenção bolsonárica...

Terminou por expor e desmoralizar toda a grotesca pantomima.

Num tuíte com o talento de sempre, o grande repórter Claudio Leal resumiu:

-Bolsonaro é a maior excrescência da história republicana...

Ninguém deu até agora a dimensão da anomalia, ética, política e humana de sua figura fascistoide.



CRÉDITOS

Direção Geral: Bob Fernandes Direção Executiva: Antonio Prada Produção: Eliano Jorge Edição: Mikhael Theodoro Arte e Vinhetas: Lorota Música de abertura e encerramento: Gabriel Edé Este é um vídeo do canal de Bob Fernandes. Vídeos novos todas terças e quintas, sempre, e demais postagens a qualquer momento necessário.

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