Menin é mais um grande nome do mercado financeiro que se somar à posição do presidente Lula sobre os juros altos: "se resolvermos essa questão dos juros, ninguém segura o Brasil"
247 - Controlador da construtora MRV, do Banco Inter, da Log Properties e da CNN Brasil, o empresário Rubens Menin, um dos mais influentes do Brasil, é mais um grande nome do mercado financeiro ao se somar à posição do presidente Lula (PT) contra os juros altos. Atualmente, a taxa básica de juros - Selic - do Brasil mantida pelo Banco Central é de 13,75% ao ano.
Ao Neofeed, Menin afirmou que os "juros altos são o cerne do problema brasileiro". "Em 1994, fizemos um pacto social. O Plano Real foi um pacto social. Mas nunca se pensou nos juros, só na moeda, em inflação. Acho que fomos muito lenientes no Brasil em relação aos juros. Com isso, de fato, nunca atacamos o problema de frente. Em 2001, o Jim O’Neil (economista britânico) criou o termo dos BRICS e ele estava certo, o Brasil tem um potencial enorme, é um país continental. Só que ele esqueceu dos juros. Não consegue ter crescimento sem ter juros baixos. O Brasil, as empresas, as famílias e os governos são sacrificados pelas altas taxas de juros. Tem uma heresia que eu brinco que é a de que os juros compostos são as armas mais poderosas do universo. E, de fato, são. O pessoal não olha muito, mas uma empresa, para fazer investimento, é juros; para fazer uma PPP, uma concessão, para fazer uma rodovia, é juros; quando fala competitividade, é juros. Tudo no Brasil é muito mais caro por conta dos juros. Os juros altos são o cerne do problema brasileiro".
“Me incomoda muito essa conversa unilateral de ‘ah, meu objetivo é a inflação’. Não, o objetivo tem de ser inflação e juros. ‘Ah, mas os juros são consequência’. É consequência, mas tem de ser discutido o efeito danoso é maior ou igual do que a alta da inflação", disse.
Para Menin, o Brasil precisa tratar dos juros como se estivesse tratando de uma guerra. "Você pode até combater a inflação. Mas controlou a inflação com aumento de juros e lá na frente tem a economia tão combalida que vai ter outro problema maior. Tem de ser uma conversa muito clara e transparente envolvendo toda a sociedade".
O empresário afirmou ainda que "se resolvermos essa questão dos juros, ninguém segura o Brasil". "Temos um agronegócio maravilhoso, uma matriz energética sensacional, um mercado interno grande, uma infraestrutura enorme para ser construída, pode aproveitar essa tendência mundial do resource. Vamos resolver esse problema dos juros que o Brasil mata a pau!".
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