A defesa de de Maria Tereza Capra afirma que o processo é, na realidade, uma perseguição política
Os vereadores de São Miguel do Oeste, município de Santa Catarina, cassaram na madrugada deste sábado (4) o mandato de Maria Tereza Capra (PT) por suposta quebra de decoro parlamentar. Foram 10 votos a favor contra um, o da própria vereadora.
A acusação afirma que Capra atacou os cidadãos da região e propagou notícias falsas ao denunciar nas redes sociais uma manifestação em que os participantes protagonizam um gesto nazista em conjunto, após cantarem o hino nacional, em frente da base do exército da cidade, em 2 de novembro de 2022.
No plenário da Câmara, em sessão que durou cerca de nove horas e só terminou pouco mais das 3h da madrugada deste sábado, a vereadora falou sobre a violência que vem enfrentando desde a denúncia e a falta de representação feminina na Casa. A outra mulher vereadora do município, Cristiane Zanatta (PSDB), se ausentou da sessão.
“É no parlamento onde é possível equilibrar as forças de representatividade da mulher, aqui estão 11 homens, uma mulher ausente e uma vereadora que vai ser cassada“, destacou a vereadora.
A defesa de Capra afirma que o processo é, na realidade, uma perseguição política, além de alegar a possível parcialidade do então presidente da Câmara, Vanirto Conrad (PDT), apontado pela Polícia Civil como um dos líderes de atos antidemocrático.
A defesa também apontou supostas falhas e vícios do processo, como a incongruência das denúncias populares, que não descrevem a tal quebra de decoro.
Nas redes sociais, Capra publicou uma carta sobre a cassação em que diz que seguirá buscando por justiça.
“À nossa gente de São Miguel do Oeste, reitero o meu compromisso de lutar pelo nosso povo, de seguir buscando justiça a quem não tem acesso e a de mostrar ao mundo que aqui é terra de gente trabalhadora, séria, respeitadora e que não compactua com violência!”, escreveu.
Justiça já reconheceu a existência de célula neonazista em São Miguel do Oeste
Em dezembro passado, A Justiça de Santa Catarina aceitou uma denúncia feita pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e tornou seis homens réus por integrarem uma célula nazista em São Miguel do Oeste, Joinville, Florianópolis e São José.
Os envolvidos foram acusados de praticarem crimes de racismo e disseminação do ódio com uso de armas de fogo.
As investigações da Polícia Civil tiveram início após a prisão de um dos réus, por tráfico de drogas. Foi Durante o flagrante e a apreensão de objetos, que os policiais descobriram a célula nazista.
O Ministério Público conseguiu autorização para quebrar o sigilo telefônico e de mensagem do grupo chamado “Todos os mendigos negros nordestinos deveriam ser fuzilados”, onde os criminosos costumava conversar sobre atentados, a compra de material bélico e a produção de armas.
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