terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Um Natal sem Fabrício Queiroz, o motorista dos Bolsonaros, o homem com licença para sumir


   "Claro, terão que arrumar um substituto para Fabrício Queiroz na direção do Rolls-Royce Presidencial quando Jair Bolsonaro tomar posse como presidente do Brasil no próximo dia 1º. Se é, claro, que, com colete a prova de balas, segurança padrão USA e tudo, ele terá coragem de enfrentar a tradição do desfile da posse – ensaios ocorreram. Mas o importante é que Fabrício é o desaparecido político mais famoso do Brasil. E diferentemente dos desaparecidos dos anos de chumbo, idealizados por Bolsonaro, esse desaparecido está mais para um Wally careca e com cordão com crucifixo no peito. Afinal, como já se percebeu, o ex-motorista que foi descartado e evaporou depois de aparecer em relatório do Coaf com movimentação de R$ 1,2 milhão em transações bancárias durante um ano, tem uma espécie de licença para sumir."




Segue o texto de Joaquim Manoel dos Santos
No Gilberto Pão Doce

Esse será um Natal feliz para a família Bolsonaro. Prestes – não diga “pronto” – a assumir o Brasil, vão poder estourar champanhe, comer castanhas e se lambuzar de rabanada sem que a polícia e a mídia brasileira tenham tido a capacidade de achar um elefante no palheiro. Claro, terão que arrumar um substituto para Fabrício Queiroz na direção do Rolls-Royce Presidencial quando Jair Bolsonaro tomar posse como presidente do Brasil no próximo dia 1º. Se é, claro, que, com colete a prova de balas, segurança padrão USA e tudo, ele terá coragem de enfrentar a tradição do desfile da posse – ensaios ocorreram. Mas o importante é que Fabrício é o desaparecido político mais famoso do Brasil. E diferentemente dos desaparecidos dos anos de chumbo, idealizados por Bolsonaro, esse desaparecido está mais para um Wally careca e com cordão com crucifixo no peito. Afinal, como já se percebeu, o ex-motorista que foi descartado e evaporou depois de aparecer em relatório do Coaf com movimentação de R$ 1,2 milhão em transações bancárias durante um ano, tem uma espécie de licença para sumir.

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Fabrício Queiroz e seu ex-chefe, Flávio Bolsonaro, em momento de descontração; e reunido com a família Bolsonaro num alegre churrasco; Ensaio da posse do futuro presidente Jair Bolsonaro teve Rolls Royce, com capota aberta da Catedral ao Congresso; e tesoureiro de Collor, Paulo César “PC” Farias, durante entrevista concedida a Roberto Cabrini, da Globo, em 1993.
A mídia, tão proativa nos governos Collor e Lula, parece que deitou no berço esplêndido dos dossiês entregues nas redações e das escutas telefônicas passadas para os “setoristas de vazamentos”, e se limita a relatar o que lhe é dito. Enfermo, supostamente internado em algum hospital par-ti-cu-lar do Rio, Fabrício não compareceu aos dois depoimentos já marcados pelo Ministério Público do Rio, o último na sexta, 21/12. Pobre Queiroz, perdido em algum quarto de hospital no Rio, ou talvez já em casa de resguardo. Na minha terra, “procedimento invasivo com anestesia” pode ser até tratamento de canal e endereço incerto e não sabido tinha PC Farias, que, mesmo assim, foi encontrado pelo então global Roberto Cabrini em Londres, um dos seus endereços na cidade. Se está em pânico, ensaiando seu depoimento – media training nele, assessores! -, esperando uma gráfica rodar notas frias ou simplesmente decidido a desaparecer até o caso esfriar – não adianta procurarem em Cuba, Venezuela ou Nicarágua, que nem na posse do “mito” esses países podem ir -, ninguém sabe ao certo. Em breve o noticiário estará tão ocupado com “as primeiras medidas” do novo governo, com Paulo Guedes e Sérgio Moro deixando seus dedos na calçada da fama da Esplanada, que Queiroz poderá ser lembrado apenas como um bom meme.

Ho! Ho! Ho! e Ha! Ha! Ha! E Feliz Natal a todos. Menos aos Bolsominions. Que engasguem com o osso do peru.

Joaquim Manoel dos Santos
No Gilberto Pão Doce

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