segunda-feira, 27 de novembro de 2017

No que resultou a investigação que levou o reitor da UFSC ao suicídio?

Do Jornal GGN:


Foto: Agência RBS
 
 
Jornal GGN - Elio Gaspari cobrou em sua coluna na Folha, neste domingo, algum resultado da operação Ouvidos Moucos, que acabou levando Luiz Carlos Cancellier, então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ao suicídio. A morte vai completar dois meses na próxima semana.
 
"Não se trata apenas de saber o que o reitor fez de errado", diz Gaspari. "Trata-se de saber em que resultou a investigação da Ouvidos Moucos. Até agora, nada."
 
 
Por Elio Gaspari
 
Na Folha
 
 
No próximo sábado completam-se dois meses da manhã em que se matou o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier.
 
Desde então, sabe-se que Robert Mugabe perdeu o trono do Zimbábue e que a Justiça devolveu Jorge Picciani à cadeia. Só não se conhecem os resultados das investigações que permitiriam "maior aprofundamento na análise" das denúncias que levaram a Polícia Federal a pedir e a conseguir que a Justiça mandasse prendê-lo. Levado para a carceragem, ele foi solto com a proibição de pisar na UFSC. Seu corpo voltou à universidade para o velório.
 
A operação "Ouvidos Moucos" mobilizou 105 policiais e foram presas outras seis pessoas. A PF anunciou que haviam desviado R$ 80 milhões de um programa de ensino à distância. Falso, esse era o montante do programa. O desvio teria sido, no máximo, de R$ 500 mil.
 
Sabe-se que Cancellier não era acusado de ter desviado um só tostão. O corregedor Rodolfo Hickel do Prado denunciava-o por tentar obstruir investigações. Ele pediu licença médica e daqui a pouco voltará ao serviço.
 
Não se trata apenas de saber o que o reitor fez de errado. Trata-se de saber em que resultou a investigação da "Ouvidos Moucos". Até agora, nada.
 
Sabe-se, contudo, que o matemático Acioli Antônio de Olivo pediu, em nome da família, que o Ministério da Justiça abra um "procedimento de responsabilidade administrativa, civil e penal" para apurar a conduta da delegada Érika Mialik Marena, que solicitou as prisões. (Criadora da expressão Lava Jato, ela é interpretada pela atriz Flavia Alessandra no filme "A Lei é Para Todos".) O pedido começou a tramitar.

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