Peça 1 – as preocupações de Jair Bolsonaro

Na Índia, enquanto posava na frente do Taj Mahal, fazendo micagens, Jair Bolsonaro investiu novamente contra a Receita Federal. Criticou a burocratização nas importações e defendeu a liberação rápida de jet-skis pelo governo, criticando a demora de mais de
 6 meses para a liberação de motos náuticas. Porque especificamente jet-skis, não se sabia.
Alguns pontos chamaram a atenção:
  1. A tal demora de 6 meses era falso, o que não é novidade para quem vive de fake news.
  2. A preocupação com jet-skys levantou suspeitas, já que Bolsonaro não consegue avançar além dos interesses pessoais, na gestão pública. E por interesses pessoais se entenda aqueles do clã Bolsonaro e seu entorno de milicianos e obreiros pentecostais.
A partir daí surge a interrogação: quem Bolsonaro pretendeu defender ao criticar por duas vezes os fiscais da Receita Federal? A primeira vez foi quando tentou mudar a direção da Receita no porto de Itaguaí, porta de entrada do contrabando de armas. A segunda, agora,m na China, com sua extravagante preocupação com as importações
de jet-sky.

Peça 2 – o porto de Itaguai

Durante anos o porto de Itaguai, em Sepetiba, foi porta de entrada do contrabando.
Não havia nenhum problema de burocracia, porque não havia fiscalização, mas um esquema pesado de corrupção que começou a ser desvendado em 2016, a partir de uma correição da Secretaria da Receita Federal e do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.
Houve a substituição do antigo superintendente por um outro, José Alex Nóbrega de Oliveira, que passou a registrar recordes de apreensão de material contrabandeado.
Em agosto passado, Bolsonaro tentou interferir na fiscalização, forçando a substituição do auditor por um outro, vindo de Manaus. Segundo informações que circularam na época, a intenção seria não apenas substituir o delegado da alfândega de Itaguaí, mas
a chefia da Delegacia da Receita da Barra da Tijuca e o superintendente da Receita da 7a Região Fiscal, por se negar a efetuar as substituições. A manobra de Bolsonaro
ficou evidente demais, e ele acabou recuando.
Agora, volta com as críticas em relação à burocracia para a importação de jetskys.
O fio da meada está na loja de  chocolate Kopenhagen, de Flávio Bolsonaro.

Peça 3 – a notável loja de chocolate

Vamos a uma pequena visita na inauguração da loja de chocolate Kopenhagen que, segundo as denúncias do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, serviam para lavar dinheiro.
Na foto,  o ex-treinador da Seleção Brasileira de Futebol, Carlos Alberto Parreiras, o animador Wagner Montes, Flávio Bolsonaro, o pai Jair e o sócio Alexandre Santini.
Vamos repetir a foto de maneira mais detalhada.
Alexandre Santini – foi apontado pelo MPE-JR como “laranja” da loja, que serviria
para lavagem de dinheiro de Flávio Bolsonaro. “A figura do sócio que de fato não arca com recursos próprios para a capitalização da sociedade levanta suspeitas de que Alexandre Santini possa ter atuado como ‘laranja’ do casal Bolsonaro na aquisição” da loja de chocolates, “a fim de camuflar a origem dos recursos investidos no empreendimento”, segundo o MP.
Michele Fernandes – esposa de Alexandre e proprietária de duas empresas especializadas em comércio exterior, M2 Trade e a Next Global. Trabalhou cinco anos
em uma multinacional com sede em Singapura. Em 2010 abriu a Next Global tendo como sócio Carlos Alberto Parreira. Em 2015 vendeu a empresa e fundou a M2 Trade, oferecendo serviços de preparação de documentos de firmas e de mercadorias, e assistência técnica nas áreas fiscal, tributária, aduaneira e jurídica.

Peça 4 – o desmonte da Receita

Em outros artigos, anotamos que os sucessivos ataques de Bolsonaro à Receita se devem ao incômodo causado no seu entorno. A demissão do Secretário da Receita Marcos Cintra nunca se deveu a sua defesa do imposto único, mas ao fato da Receita 
ter chegado até o irmão de Bolsonaro.
Os ataques à Receita em Itaguaí se deveram ao incômodo que uma fiscalização séria causou no desembaraço de mercadorias. Assim como essa extemporânea preocupação com importações de jet sky.
A cada dia confirma o personalismo, de interferir nas instituições em defesa dos interesses obscuros de seus filhos

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