sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

O Guedes da oligaraquia e o militarismo colocam isolamento de Bolsonaro em xeque


Congresso questiona governo, que vê um ministro estratégico se colocar contra trabalhadores por duas vezes em poucos dias

Foto Divulgação
Jornal GGN – O governo Bolsonaro deu a entender que seu plano para o ano é o chamado isolamento de resultados, o que ganhou força principalmente após a aprovação da reforma da Previdência.

Os vetores do governo seriam o ministro da Economia, Paulo Guedes, agindo como garoto-propaganda a favor das reformas, e a falta de cuidado no tratamento com o Congresso. E o plano de Bolsonaro vinha dando certo até o momento – mantendo um terço do eleitorado a seu favor, mesmo sendo o presidente mais mal avaliado da história recente nesta fase do mandato, e que ainda não vê um adversário com viabilidade comprovada.

Como explica Igor Gielow em seu artigo no jornal Folha de São Paulo, esse plano contou com um Congresso que fez avançar uma agenda que o mercado quer crer ser de Guedes – mas que é de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados -, mesmo com Bolsonaro tratando o Parlamento a chutes e agradando sua audiência, uma vez que ele prometeu evitar o chamado toma-lá-dá-cá.

O presidente sinaliza que essa fórmula deve dobrar, principalmente com a intervenção militar na Casa Civil por meio da nomeação do general Walter Braga Netto, e que terá o auxílio do almirante Flávio Rocha para lidar com as questões gerenciais do governo. E a articulação política seguirá manca, à exceção de um limitado balcão coordenado pelo cada vez mais influente general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

Em meio a esse cenário, entram as declarações de Paulo Guedes – segundo Gielow, “a frase sobre empregadas indo à Disneylândia logo após chamar servidores de parasitas custaria a cabeça de qualquer autoridade na civilização almejada pelo ministro brasileiro”.

Além disso, Bolsonaro tem acumulado fracassos gerenciais, como o fiasco do Enem, sem citar as decantadas questões de imagem externa negativa e seus impactos em investimentos.
“O Congresso sente cheiro de sangue. Se já não auferia grandes vantagens por ser sócio do bolsonarismo, não jogará contra sua péssima imagem passando pano para preconceito de classe —não há eufemismo politicamente palatável, como havia no caso dos parasitas, para o que Guedes disse”, pontua o articulista.

Com informações da Folha.

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