sexta-feira, 15 de março de 2024

Freire Gomes, ex-comandante do Exército, ligou, na PF, a minuta golpista encontrada na casa de Anderson Torres a Bolsonaro

 

Pela primeira vez, o documento encontrado com o ex-ministro da Justiça foi ligado à trama golpista investigada pela PF

BRASÍLIA

Ex-comandante do Exército liga minuta golpista encontrada na casa de Anderson Torres a Bolsonaro

General Marcos Freire Gomes
General Marcos Freire Gomes (Foto: Divulgação)

247 - A minuta encontrada pelos investigadores na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é a mesma versão apresentada por Jair Bolsonaro (PL) aos chefes das Forças Armadas em uma reunião em dezembro de 2022. Foi o que disse o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes à Polícia Federal. De acordo com o general, o documento foi apresentado por Bolsonaro em uma segunda reunião com militares. A informação foi publicada nesta quinta-feira (14) pelo jornal Folha de S.Paulo. Pela primeira vez, o texto encontrado com Anderson Torres foi ligado à trama golpista investigada pela PF.

"Que confirma que o conteúdo da minuta de decreto apresentada foi exposto ao declarante nas referidas reuniões. Que ressalta que deixou evidenciado a Bolsonaro e ao ministro da Defesa [general Paulo Sérgio Nogueira] que o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional", disse Freire Gomes.

Segundo o militar, o texto foi apresentado aos comandantes das Forças Armadas em duas ocasiões. A primeira vez foi num encontro com Bolsonaro em Brasília (DF). A segunda foi durante uma reunião convocada pelo ministro Paulo Sérgio na sede do Ministério da Defesa, em 14 de dezembro de 2022.

O ex-chefe do Exército afirmou que Torres participou de reuniões em que o golpe de Estado foi discutido. De acordo com o depoimento, o ex-ministro de Bolsonaro explicava o "suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas".

O general disse que os defensores do golpe usavam "interpretações do jurista Ives Gandra da utilização das Forças Armadas como Poder Moderador, com base no artigo 142".

O depoimento de Freire Gomes à Polícia Federal ocorreu em 1º de abril e durou cerca de 7 horas. Ele falou aos investigadores como testemunha.

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