Do ICL Notícias:
Vídeo da Marinha que retrata civis como se não trabalhassem gera reação nas redes
O vídeo foi postado no domingo (1), com o texto: “Ao chegarmos em dezembro, homenageamos os Marinheiros e Fuzileiros, que abdicam de suas famílias e dos momentos de lazer para proteger as riquezas do Brasil no mar”, seguido pelas hashtags #DiaDoMarinheiro #VemPraMarinha.
Ao chegarmos em dezembro, homenageamos os Marinheiros e Fuzileiros, que abdicam de suas famílias e dos momentos de lazer para proteger as riquezas do Brasil no mar. #DiaDoMarinheiro #VemPraMarinha pic.twitter.com/ItibdCLh3j
— Marinha do Brasil (@marmilbr) December 1, 2024
Reações ao vídeo da Marinha
“Para a Marinha não existe classe trabalhadora”, escreveu em postagem no X o antropólogo Piero Leirner. “Os civis são um bando de turistas no Brasil, enquanto eles fazem tudo”.
O professor de administração pública Raphael Viegas, da Fundação Getúlio Vargas, questiona a produção da peça publicitária.
“A Marinha do Brasil usou recursos públicos para produzir um vídeo em que os civis curtem a vida enquanto só a Marinha trabalha. Quem autorizou produzir esse vídeo e quanto custou? Queremos saber”, cobra Viegas.
Deputada estadual pelo PT do Rio Grande do Sul, Laura Sito considerou a peça inacreditável.
“O vídeo real deveria ser os pensionistas dos militares curtindo a vida com altas pensões, enquanto o povo se ferra no transporte coletivo indo trabalhar. Vergonha!”.
O perfil Pensar a História publicou no X a seguinte observação: “Qualquer professor, qualquer cobrador de ônibus, qualquer motorista de Uber, qualquer pedreiro, qualquer trabalhador civil desse país tem uma rotina mais estressante e mais perigosa do que essa galera. E ganha muito menos.”
Corte de gastos dos militares
A divulgação do vídeo, que sugere que a Marinha não tem privilégios e sim a população civil, acontece quando o ministro da Fazenda Fernando Haddad propõe corte de recursos para o Ministério da Defesa, assim como aconteceu com todas as outras pastas.
No pacote de corte de gastos divulgado na quinta-feira (28), o governo anunciou medidas que restringem privilágios das Forças Armadas. Entre as medidas, estão o fim do benefício pago a familiares de militares expulsos das Forças Armadas, passagem para a reserva remunerada vai aumentar a idade mínima de 50 para 55 anos; aumento do desconto para os fundos de saúde para 3,5% para todos e limitação da transferência de pensão.
Entre as medidas que mais incomodaram os militares, está a mudança no tempo para aposentadoria. No pronunciamento feito por Haddad na quarta-feira (27), ele justificou as mudanças.
“Para as aposentadorias militares, nós vamos promover mais igualdade, com a instituição de uma idade mínima para a reserva e a limitação de transferência de pensões, além de outros ajustes. São mudanças justas e necessárias.”
Os militares, no entanto, resistem. O presidente Lula se reuniu no sábado (30) com ministro da Defesa e comandantes das Forças Armadas para debater o corte de R$ 2 bilhões nas Forças Armadas.
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