segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Bolsonaro recusou ou será que foi barrado no Fórum Mundial do Holocausto? Por Hugo Souza



 “O Holocausto pode ser perdoado? Bolsonaro diz que sim”, dizia o New York Times no dia 13 de abril do ano passado, intitulando assim matéria sobre uma famigerada declaração, mais uma, dada por Jair Bolsonaro.

Do Jornal GGN:




Bolsonaro recusou ou foi barrado no Fórum Mundial do Holocausto?, por Hugo Souza

Na última quinta-feira, 23, o Yad Vashem foi sede do quinto Fórum Mundial do Holocausto. Coincidindo com o 75º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz

do Come Ananás

Bolsonaro recusou ou foi barrado no Fórum Mundial do Holocausto?

por Hugo Souza


“O Holocausto pode ser perdoado? Bolsonaro diz que sim”, dizia o New York Times no dia 13 de abril do ano passado, intitulando assim matéria sobre uma famigerada declaração, mais uma, dada por Jair Bolsonaro.
A declaração havia sido dada em um encontro com pastores evangélicos, e quando Bolsonaro falava precisamente da sua visita, dias antes, ao Yad Vashem, o memorial oficial de Israel às vítimas do Holocausto, que fica em Jerusalém.
“Nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer”, foi o que disse o Capitão Caserna.
Na época, a declaração provocou fortes condenações do presidente de Israel, Reuven Rivlin, que afirmou que “nós nunca vamos perdoar nem nunca vamos esquecer”; e da própria direção do Yad Vashem, que rebateu Bolsonaro, em comunicado, dizendo que não é direito de ninguém determinar se os crimes cometidos pelos nazistas durante a II Guerra Mundial podem ser perdoados.
Na última quinta-feira, 23, o Yad Vashem foi sede do quinto Fórum Mundial do Holocausto. Coincidindo com o 75º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, que será comemorado nesta segunda, 27, a edição 2020 do fórum foi simplesmente o maior evento diplomático da história de Israel, com representantes de mais de 40 países.
Estiveram lá, por exemplo, Vladimir Putin, Emmanuel Macron e o príncipe Charles. Donald Trump mandou seu vice, Mike Pence.
Alguns dias antes do Fórum Mundial do Holocausto, o secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, caracterizou-se de Joseph Goebbels, montou um cenário imitando o escritório de Goebbels no ministério da Propaganda nazista, botou Wagner na vitrola e recitou Goebbels em um vídeo institucional.
Um dia antes do fórum, o portal UOL informou, citando o Itamaraty, que o “governo israelense consultou o Brasil sobre a possibilidade de ida ao evento do Presidente Jair Bolsonaro, que declinou em virtude de visita à Índia”.
No mesmo dia, porém, o jornal israelense Jerusalém Post informou, citando o diretor-geral do Yad Vashem, Harel Tubi, que países como Brasil, Cazaquistão e Kosovo pediram para participar do Fórum Mundial do Holocausto, mas foram informados que isso não seria possível, porque, segundo Tubi, esses países “não participaram da II Guerra Mundial”.
Cazaquistão e Kosovo não existiam enquanto países independentes na época da II Guerra Mundial. O Cazaquistão, por exemplo, era República Socialista Soviética Cazaque. Já o Brasil é independente, pelo menos no papel, desde 1822. E o Brasil, sim, participou da II Guerra Mundial.

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