segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Procurador de direita extrema, ironicamente chamado Divino e que denunciou, além de Glenn, o presidente da OAB, reforça a ideia de um país selvagem, com uso descarado de Lawfare contra os considerados inimigos dos conservadores









O resultado está aí, com os métodos fascistas entranhados no Ministério Público Federal por meio de Lawfare. O outro ponto complicado é que esse abusos não foi questionado publicamente por nenhum outro procurador. A foto é do delegado Zampronha





Delegado Zampronha
Com sua denúncia do jornalista Glenn Greenwald, o  procurador da República Wellington Divino de Oliveira conseguiu colocar o Brasil nas manchetes mundiais. No The New York Times, CNN, Washington Post, ao relator da ONU, reforçou a ideia de um país selvagem que, rapidamente, vai erodindo os valores centrais de uma democracia, dos quais a liberdade de imprensa é um dos pilares. Antes disso, abriu processo contra o presidente da OAB nacional, por críticas contra o Ministro da Justiça Sérgio Moro.
Assim como o ex-Secretário de Cultura, Roberto Alvim, Wellington é um primário que se excede no uso de ferramentas fascistas. É tão ignorante que não avaliou a repercussão de seu abuso contra um jornalista premiado internacionalmente. Sua denúncia compromete não apenas a imagem do Brasil no mundo, como do próprio Ministério Público Federal, ainda mais quando confrontado com o trabalho profissional realizado pela Polícia Federal nessa operação.
O problema não é Wellington.
De um lado, o episódio mostra como  o processo de naturalização do fascismo, trabalhado pela mídia esses anos todos, em parceria com a Lava Jato, se incorporou no Ministério Público. Mais que tolerados, todos os abusos foram enaltecidos. Foi dado tratamento escandaloso a qualquer episódio, tom de acusação final a qualquer suspeita, ignoraram-se aspectos mínimos de respeito aos códigos e às provas: bastavam convicções, já que o objetivo era destruir os inimigos.
O resultado está aí, com os métodos fascistas entranhados no Ministério Público Federal.
O outro ponto complicado é que esse abusos não foi questionado publicamente por nenhum outro procurador.
Na outra ponta, mesmo sob o comando de Sérgio Moro, a Polícia Federal conduziu um inquérito republicano, tocado pelo delegado Luiz Zampronha (na foto). Desde o início, evitou a escandalização, os vazamentos. Na primeira semana, interrogou o principal hacker sobre o ponto central da questão: recebeu ou não pagamento pelas informações. A negativa do hacker foi prontamente divulgada, evitando manipulações futuras do caso.
No final do processo, o Ministério Público Federal sai menor do episódio e a PF de Zampronha se redime dos períodos de sensacionalismo e violência da banda paranaense.
Wellington se tornou o principal garoto propaganda da lei anti-abuso que tramita no Congresso. É o exemplo acabado da impossibilidade de se conferir tamanho poder individual a uma corporação que perdeu totalmente o compromisso com as leis e a Constituição.

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