sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Bob Fernandes: Derrotados, Bolsonaro e Casta Elitista Militar atiçam encenação golpista e histeria diante de quartéis

 O Brasil, o ansioso, aguardou o “Relatório da Defesa” sobre urnas e eleições. Tiro de festim, aplausos para o TSE. Bolsonaro e Casta Militar ao primeiro atrelados, contudo, atiçam romarias de reféns de discursos e imagens dos derrotados. Delírios e histeria diante de quartéis. Vejam:


Do Canal de Bob Fernandes:



DERROTADOS, BOLSONARO E CASTA MILITAR ATIÇAM ENCENAÇÃO GOLPISTA E HISTERIA DIANTE DE QUARTÉIS

Derrotada, a extrema-direita esperneia e se aconchega na cumplicidade dos quartéis.

Bolsonaro, cavalo de troia do Poder militar, é um vagabundo.

Não no sentido ofensivo dessa palavra. Ou no lúdico; afinal, vagabundear é direito natural, universal.

É um vagabundo no sentido careta da expressão. Não trabalha e não gosta de trabalhar.

Depois da eleição, o Jair, talvez atendendo a sugestão de Maderada, parecia “ter ido embora”.

Renunciou definitivamente à função de presidente.

Nas raras aparições, faz, fez o combinado com a chefia militar: ameaças, com ambiguidade.

Hoje, amanhã ou depois, ameaça, o país conhecerá a verdade.

Verdade sobre o quê? O casal? Por que o Daniel Alves?

A "verdade das urnas", urdida por seus chefes militares e guardada como ameaça para o pós-derrota.

Nesta quarta, saiu o Relatório dos Militares, o Ministério da Defesa. E... nada.

Em bom baianês do Recôncavo d’antanho, um “bolodório”.

Não aponta nenhuma fraude. E fala em risco “hipotético”. Para o futuro.

O TSE agradeceu o atestado de ótima performance na eleição, e fim de papo.

Buscaram espalhar frenesi digital e, daí, medo para os que são assustáveis.

Para manter agrupado o que há de pior, injetarão toda tensão e angústia que incautos seguirem engolindo até janeiro.

Terça-feira da semana passada, 48 horas de silêncio depois de Bolsonaro e militares serem derrotados.

Mas seguiam pautando as Mídias, a imprensa.

Por um hora e uns 20 minutos, em algumas das maiores redes de TV do país, uma imagem estática.

Um pedestal com um conjunto de microfones. O espelho ao fundo refletindo jornalistas.

O jornalismo não se viu no espelho.

Karl Kraus, jornalista, dramaturgo, satírico alemão, diz que vaidoso é quem não se olha no espelho.

Capturados, no espelho. Um hora e tanto, jornalistas confinados no Palácio do Planalto.

Nos estúdios, desplugados e desplugadas das telas, vários e várias de equipes com muito talento.

Suas vozes nos estúdios se perdendo diante do toço de microfones.

Imagem imposta, atraindo e traindo o jornalismo.

Mais de um hora dum pedestal de microfones engolidos por uma imagem quase congelada.

Repetição de quatro anos naquele curralzinho diante do Palácio da Alvorada.

Alô, alô, Chefias e comandos, lembremos o velho Marshall McLuhan: “O meio é a mensagem”.

As imagens, naquele caso, nesse caso, são tudo, são conteúdo. Liberem a rapaziada.

E assim o derrotado seguiu pautando, buscando normalizar o inaceitável.

Tentar tornar vitória a histórica derrota. Com romarias e histeria diante de quartéis.

Com os donos da imobiliária 51 - tudo em dinheiro vivo - indo atrás de passaporte italiano.

Com Valdemar do PL, de extensa ficha, dizendo “aguardar o relatório militar sobre as urnas”.

A eleição acabou, Lula venceu, o TSE confirmou, o mundo já despachou o Jair.

Querem tornar vitória a derrota?

Bem, uma amiga minha quer um cafezinho com o Cauã Reymond.

Um amigo espera ansiosamente um mero olhar, ou pelo menos um tchau, da Sophie Charlotte.

Macheza, truculência, ameaças, mas estão é com medo.

Medo de que os últimos anos sejam investigados e revelados até os intestinos.

Cartões corporativos, sigilos de 100 anos, rachadinhas, imóveis com dinheiro vivo, corrupção da grossa via orçamento secreto, compras militares.

E nas bilionárias compras, mais ainda as que dispensem licitações.

Medo de um pente fino, mesmo que no mais miúdo, mas não menos significativo.

Nos que se penduraram nas tais escolas cívico-militares.

Ganhando um segundo salário maior do que o piso dos professores.

Lembram a idiotia “escola sem partido”? Aprendamos.

O que queriam era uma escola com partido. O deles.

O dos militares. Escolas para aprofundar e tornar futuro um projeto de Poder.

Querem que você, amiga, amigo, esqueça que, de 1985 até o impeachment de Dilma, o Brasil viveu o mais longo período de construção da democracia desde o início da República... Foram escassos 31 anos.

República instaurada há 133 anos por um golpe militar em aliança com elites econômicas.

Mesmo DNA agora nas ruas. E nas manchetes, agora bradando pelo invisível e onipresente O “O Mercado”.

Perguntem-se: quem está lambendo botas e pedindo golpe nas portas dos quartéis?

Coronel do Exército na reserva, Marcelo Pimentel conhece os seus e já deu a letra.

Boa parte, diz ele, são militares inativos e suas famílias. Mas não apenas.

Também militares da ativa tuitando com designação das suas respectivas patentes, e assim rasgando o estatuto dos Militares.

Eles e esposas, famílias.

Se deram bem no Poder e com Bolsonaro.

A partir da aposentadoria integral privilegiada e penduricalhos.

Some-se, só no governo federal, mais de 6 mil empregados militares.

Imaginem suas famílias nessa hora.

Estão nas federações, tipo FIESP. Estão nos estados, nos parlamentos.

Gostam, sempre gostaram do poder. E das mamatas.

Na última ditadura, quando expostas as mamatas, foram chamadas de “mordomias”.

A mais vasta e oculta operação de dinheiro público, de corrupção, que se tem notícia é o orçamento secreto.

Apenas imaginem dezenas e dezenas de bilhões sendo entregues não se sabe para quem, por quem e para quê.

E como foram gastos no Secretão. Criado por um general então ainda na ativa.

Luiz Eduardo Ramos, à época ministro-secretário de governo. Governo Bolsonaro.

Que criou o Secretão para eleger Arthur Lira presidente da Câmara e Rodrigo Pacheco no Senado.

Investigação do Secretão? Ou a imprensa faz isso ou o Ministério Público vai atrás.

O futuro governo se meter nisso? Esqueça. Se avançar nessa, perde o Congresso de vez.

Na porção do Brasil derrotado, delírios, histeria e transe.

Milhares de exemplos da ignorância, estupidez, burrice, violência, e mesmo atos de terrorismo.

Sempre alimentados via digital e incautos nas mídias.

Com, imaginem só, quartéis e polícias se prestando não só a cenário e figuração.

Tudo isso é, obviamente, uma operação planejada. Com digitais da Inteligência militar.

Vocês imaginam o que aconteceria se, mesmo pacificamente, militantes do MST cercassem quartéis?

Ou indígenas, PT, UNE, MTST? Imaginaram?

Pois então reflitam e concluam sobre o que estamos assistindo desde a fragorosa derrota. De Bolsonaro e do Poder Militar.

Que agora se reagrupam para, no mínimo, manter força política.

A força das armas já têm. A legal e a ilegal espalhadas via CACs etc.

Mas não é tão simples usá-las diretamente. O mundo está de olho no Brasil.

Salvo ditadores de estimação da direita, todos querem se ver livre de Bolsonaro e de seu rastro de destruição e morte.

Aos olhos do mundo, é incomensurável o custo, para o Brasil, do neofascismo com ascensão neonazista na cola.

O oposto desse custo, veremos semana que vem, se Lula, de fato, chegar à Conferência do Clima no Egito.

Custos. Quem está pagando a mortadela nas ruas desde a derrota da extrema-direita?

Quem paga mobilizações, caminhões que ficaram parados e caminhoneiros?

Quem são os que se permitem faltar ao trabalho por uma semana, por 10 dias, por duas semanas?

Vagabundos? Mortadelas, como eles diziam, como arrotavam diante das manifestações adversárias?

Militares estão jogando parados. Como se dissessem:

- Estão vendo? Eles querem, e se quisermos, faremos.

Mas sabem dos custos, monumentais, e das incertezas.

A começar pelo que, hoje, seria inescapável: isolamento no planeta.

Sabem, ou deveriam saber, que se milícias cariocas têm direção política e donos conhecidos, dezena de facções do crime controla territórios de cidades, Brasil afora.

Eles negociariam com o crime ou fariam sanguinário enfrentamento militar com facções, comandos etc?

Nunca fizeram por não ser a função e por saber dos enormes e variados custos.

Não essa casta que tomou o poder, mas militares encarregados de pensar o Brasil para o médio e longo prazo não percebem os riscos?

33 milhões com fome, miséria, desigualdade brutal, país cada dia mais rachado.

Num mundo com temperaturas em alta. Inclusive a geopolítica.

O mundo não dá passos atrás quando os tempos são de ebulição e desarranjo generalizados.

Não será agora, com Estados Unidos e OTAN e China e Rússia disputando o poder imperial futuro.

Nas disputas geopolíticas, a temperatura tende a aumentar.

Militares que têm o dever de pensar o amanhã do Brasil não estão pensando?

Numa situação de acirramento, quanto custaria para forças externas se conectarem às forças, formais ou não, internas?

Facções, comandos ou o que fosse.

Quantas vezes já não assistimos a isso aqui mesmo nas Américas?

Nas guerras de libertação na África, na Ásia?

Até onde a fome de Poder, a falta de noção dessa gente?

O Exército fez um pedido ao governo do Distrito Federal.

Pedido assinado pelo chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Planalto, coronel Fabiano Cunha.

Pedido para organizar o trânsito e a higiene em frente ao Quartel-General do Exército, já que “não há previsão de término”.

Ah, pediram também que não permitam a entrada de um “trio elétrico”.

Se escondem na desculpa do "respeito às manifestações democráticas".

Mas pedir intervenção militar acintosamente é crime.

Alegações de fraude, ataques ao TSE e ao STF são parte da farsa.

Que não provoquem tragédias.

Por ora seguem o delírio, o transe dos extremistas de direita derrotados.

Neofascistas, neonazistas. E de tantos que fizeram opção pela extrema-direita.

Informados, ou desinformados por charlatães, por picaretas, pelo universo zap.

Fanatizados por generais que fazem política e por vendedores, mercadores da fé.

E por redes e manchetes reféns da pauta dos derrotados.

Bolsonaro sempre teve um extraordinário talento.

O de ser um ímã para ressentidos, recalcados, frustrados, desajustados na vida.

E isso, de toda e qualquer classe social.

Atiçados, nascem os espetáculos grotescos, por vezes hilários, que estamos vendo país afora.

Exemplos, esse muro das lamentações e demais.

Vejam o tipo a seguir: autodenominado Comandante Medeiros.

Da, diz ele, “academia pré-militar-sócio-ambiental-do-Espírito-Santo”.

O tipo convoca para greve e “guerra civil”.

Ao que parece, esse balaio de contradições em termos seria um curso para ingresso na carreira militar.

Por ora, o célebre guarda da esquina sentindo-se empoderado. Por quem?

Por tipos como o general Heleno, o Pequeno.

Chefe do gabinete de segurança institucional da presidência, Chefe da espionagem.

Lula e Janja haviam passado uns dias no sul da Bahia.

Saindo do Alvorada, Heleno, o general pequeno, diz, desmentindo boato em que milhões embarcaram...

“Infelizmente” Lula não estava internado e doente.

“Cachaceiro”, disse o general, referindo-se ao presidente eleito.

Sim, o mesmo general que atacava o Centrão e depois o engoliu inteiro, lambendo, com gosto.

Mesmo general que, de 1º de agosto de 2011 a 9 de novembro de 2017, foi “diretor de comunicação e educação corporativa" no Comitê Olímpico Brasileiro.

Sim, o COB de grossa ladroagem, corrupção.

Corrupção que Heleno, o Pequeno, não via e não viu.

Enquanto faturava R$ 58 mil de salário por mês. Isso sem contar o acumulado do seu salário de general.

Heleno ganhou ali, em 6 anos no COB, R$ 4 milhões e 217 mil.

E, por conta de uma portaria de Bolsonaro permitindo acúmulo de aposentadorias acima do Teto Constitucional, o dos ministros do Supremo, de R$ 39 mil, Heleno, o pequeno, recebeu outros R$ 866 mil. R$ 342 mil acima do teto constitucional.

Também por isso essa gente, derrotada, esperneia e nas ruas move delírios, otárias, otários e desinformados.

Nos últimos dias, não só o patriota lutador Vitor Belfort.

Dezenas de milhares espalharam mensagem de um general de Twitter que anunciava o golpe, pregava o golpe militar.

O general Benjamin Arrola. O repto patriótico se espalhou pelas redes sociais.

Até que alguém decidiu ler em voz alta e sem pausas nome e sobrenome do súbito general:

Benjamin Arrola. Mas isso não é tudo. Não foi tudo.

O imaginado general teria brotado no blog de também imaginada jornalista...

Elma Maria Pinto. Por favor repitam, sem pausas, o nome e o sobrenome. Elma Maria Pinto.

Durma-se com um fascismo desse.

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