Documento foi entregue a membros do alto escalão do governo estadunidense, com objetivo que as autoridades internacionais pudessem se manter vigilantes sobre a democracia brasileira
Do Jornal GGN:
Acadêmicos alertaram as autoridades dos Estados Unidos, ainda em abril de 2022, sobre uma “versão mais extrema de ataque ao Capitólio” no Brasil. O dossiê de 25 páginas foi entregue cerca de sete meses antes da fatídica invasão dos Poderes por bolsonaristas radicais, em Brasília, no último 8 de janeiro.
“Bolsonaro está criando condições para um ambiente eleitoral muito instável e, se perder, o mundo deve lembrar o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA e estar preparado para testemunhar uma versão provavelmente mais extrema disso no Brasil“, previram os acadêmicos à época.
Como alertado no documento, as sedes dos Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), foram invadidas e depredadas por terroristas, que não aceitam a derrota nas urnas do líder extremista Jair Bolsonaro (PL) para o presidente eleito Lula (PT), em 8 de janeiro deste ano.
Também lembrado no documento, atos similares ocorrem nos EUA um ano antes, em meio a derrota do ex-presidente republicano e líder da direita Donald Trump para o democrata Joe Biden.
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O dossiê
Em abril de 2022, sem um embaixador americano no país e em meio a pré-campanha para as eleições presidenciais brasileiras- que ocorreram cinco meses depois – o documento foi entregue a membros do alto escalão do governo democrata Joe Biden e ao Congresso estadunidense, com objetivo de que esses atores internacionais pudessem se manter vigilantes em relação a defesa da democracia brasileira.
“Com a aproximação das eleições presidenciais de outubro no Brasil, as preocupações com o respeito as normas democráticas, o futuro da Amazônia e a deterioração dos direitos humanos, entre outras questões — vêm crescendo no Brasil. A reeleição ou derrota de Bolsonaro afetará diretamente a vida dos brasileiros, mas também influenciam o futuro político de outros países da região“, alertaram.
Para chamar atenção do governo norte-americano, o dossiê apontou as semelhanças entre o comportamento e as retóricas de Bolsonaro e Trump. “Reminiscente da retórica de Trump em 2020, Bolsonaro já disse que pode não aceitar os resultados da eleição de 2022, criando um terreno fértil para desinformação e atos extremistas“, destacou o documento.
O documento foi elaborado por professores da Universidade de Miami, Universidade Brown, Universidade da Virginia, Universidade da Cidade de Nova York (CUNY), entre outras instituições internacionais, e compilado pelo Washington Brazil Office. Organizações brasileiras como o Greenpeace, a Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Artigo 19, o Instituto Sou da Paz, entre outros, também colaboraram.
O documento ainda destacou o trabalho das entidades brasileiras na defesa da democracia. “Grupos da sociedade civil e movimentos sociais do país estão na linha de frente dessa luta, e os EUA e outros governos devem trabalhar para garantir que esses grupos sejam consultados e integrados no processo de elaboração de políticas em relação ao Brasil“.
Leia a íntegra do dossiê no GGN:
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