quarta-feira, 13 de março de 2019

Lessa agiu por mero ‘Crime de ódio’? Contem outra, senhores sherloques… Por Fernando Brito




A história de que Ronnie Lessa, o ex-PM milionário matou a vereadora Marielle Franco,  por “ódio” e “obsessão” contra a esquerda é, com todo o respeito pelos investigadores, uma imbecilidade.
A história de que ele pesquisava, de forma compulsiva, a vida de Marielle, Marcelo Freixo e do general Eduardo Braga Netto – comandante da intervenção militar iniciada menos de um mês antes do assassinato – não quer dizer mais do que o fato de ele, como um “profissional da morte”, procurava saber detalhes sobre as possíveis vítimas.
É fora de questão, por óbvio, que Ronnie Lessa não integrasse ou se articulasse com uma organização criminosa.
Sem isso, o que fazer com os 117 fuzis encontrados escondidos por ele? Eram para “consumo próprio”. Será que Ronnie, como fazem as madames com vestidos de festa, “não gosta de repetir fuzil”?
A própria condição de vida do acusado – escandalosamente luxuosa para quem, em tese, vive de uma aposentadoria de R$ 7 mil – é uma indicação de que ele enriquece por suas ligações com o crime.
Bem, mas para uma polícia que, dez anos depois da explosão de uma bomba, dentro do carro de Ronnie, acionada por controle remoto, confessa que jamais o havia investigado, não é de esperar algo diferente.
Só que há luz demais sobre este caso para que estultices como a dita ontem prospere sem questionamentos.
Deste ontem, a pergunta mudou. Já não é quem matou Marielle, é quem a mandou matar.

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