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sábado, 21 de outubro de 2017

Diante do silêncio cúmplice de amarelos e paneleiros, mas diante de provas imensas, o jornal britânico The Guardian pergunta com ironia e estupefação: Porque Michel Temer ainda é o presidente do Brasil?



'The Guardian': Acusado de corrupção e sem popularidade, por que Temer ainda é presidente do Brasil? Jornal britânico diz que esquemas do atual governo minam democracia



Se o recente declínio do Brasil pudesse ser mensurado pela queda da popularidade de seus presidentes, Michel Temer representaria o fundo do poço. Assim começa a matéria publicada nesta quarta-feira (18) pelo jornal britânico The Guardian.

the guardian michel temer ainda presidente brasil


Em 2010, Luiz Inácio Lula da Silva terminou seu segundo mandato com uma classificação de aprovação de 80%. Em março de 2016 Dilma Rousseff tinha uma classificação de 10%, lembra o diário.
No mês passado, o governo de Temer, mergulhou em 3% em uma pesquisa. Entre os menores de 24 anos, a aprovação de Temer atingiu zero, acrescenta.
Temer foi acusado de corrupção e obstrução da justiça. No entanto, não houve nenhum dos imensos protestos de rua que aconteceram contra a corrupção e ajudaram a impulsionar o impeachment de Dilma, aponta Guardian.
E, ao contrário de Dilma, Temer manteve o apoio dos mercados financeiros que gostam das medidas de austeridade que ele introduziu, como a privatização dos serviços governamentais, um limite de 20 anos nas despesas e uma revisão planejada das pensões.
Os críticos dizem que as medidas de austeridade de Temer prejudicam os pobres mais do que os ricos. De acordo com uma pesquisa da Oxfam Brasil, os brasileiros mais ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que as classes pobres e médias e os 5% mais ricos ganham o mesmo que o resto da população juntos. No entanto, a maior taxa de imposto de renda é de apenas 27,5%, destaca o periódico.
Temer parece ser capaz de sobreviver a esta última crise mas a confiança nos líderes políticos do Brasil foi drasticamente minada. Essa falta de confiança alimenta o apoio a uma solução autoritária para a crise – o que poderia ter sérias conseqüências nas eleições presidenciais do próximo ano“.
The Guardian ressalta que a desilusão do povo brasileiro com a classe política está abrindo uma lacuna perigosa para populistas e extremistas nas eleições presidenciais do próximo ano.
Um provável candidato da direita é João Doria, o extravagante e multimilionário prefeito de São Paulo. Como Donald Trump, ele é um ex-apresentador da versão brasileira do programa de TV The Apprentice, assumiu o poder em janeiro passado e não possui experiência administrativa.
Correndo em segundo lugar em muitos cenários de votação é Jair Bolsonaro, um ex-capitão do exército, cuja mensagem de extrema-direita, autoritária, seduz aqueles que estão bravos com a corrupção, bem como os eleitores petrificados pelo crescente nível de crimes violentos do Brasil.
E ele goza do apoio de um número crescente que argumenta que as forças armadas do Brasil devem intervir – como fizeram em 1964, quando instalaram uma ditadura viciosa que durou 21 anos – uma opção apoiada em 43%, de acordo com uma pesquisa on-line feita em setembro.
Guardian lembra que em setembro, o general de exército Antonio Mourão assustou muitos quando disse que, em sua opinião, se as instituições do Brasil não pudessem remover os envolvidos em atos ilícitos da vida pública, “teremos que impor isso”.
Bolsonaro o defendeu. “A democracia não é feita comprando votos ou aceitando corrupção para governabilidade“, ele pediu para 602,000 seguidores.
Reagir a isso é a obrigação de qualquer civil ou SOLDADO“.
Jornal do Brasil

terça-feira, 28 de junho de 2016

Nova delação premiada cita propina de R$ 30 milhões a peemedebistas golpistas, como Jucá, Renan e Braga. Onde estão as panelas das elites e as camisas da corrupta CBF? Silêncio conivente ou explícita hipocrisia?

Renan Calheiros, Romero Jucá e Eduardo Braga foram citados na delação de Nelson Mello, ex-diretor do Grupo Hypermarcas; A declaração não é alvo de inquérito da Operação Lava Jato

Estadão Conteúdo
O presidente do Senado Renan Calheiros foi citado em uma nova delação; ele nega as acusações
Jefferson Rudy/Agência Senado 15.06.2016
O presidente do Senado Renan Calheiros foi citado em uma nova delação; ele nega as acusações
Uma nova delação premiada, firmada com a Procuradoria-Geral da República, aponta o suposto repasse de propinas milionárias para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).
Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas, afirmou em depoimento aos procuradores que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar os repasses.
Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores. Mello depôs em fevereiro e, em seguida, deixou o cargo que ocupava no Hypermarcas. O advogado da empresa, José Luís Oliveira Lima, foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou.
A Procuradoria-Geral da República vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que as afirmações envolvendo os políticos sejam investigadas. O relato não é alvo de inquérito na Operação Lava Jato. O Estado apurou que as informações repassadas por Mello referem-se à atuação de parlamentares na defesa de interesses da empresa no Congresso.
Os lobistas, segundo Mello, diziam agir em nome de políticos e que estes poderiam tomar iniciativas de interesse da empresa e do setor no Congresso. Segundo o delator, Lúcio Funaro se dizia “muito próximo” do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de outros peemedebistas da Casa. Já Milton Lyra afirmava agir em nome dos senadores “da bancada do PMDB” que teriam sido destinatários da maior parte da propina.
Mello disse que conheceu os lobistas em Brasília. Ele afirmou que se “ajustou” com Funaro e Lyra para “se aproximar” do poder. Seu objetivo, declarou, era “proteger” o mercado que representava. Disse ainda que, para ele, o setor “tinha que ter uma proteção legal”.
Mello trabalhou por mais de 20 anos no Hypermarcas, grupo do qual se desligou depois de fechar a delação. Ele afirmou que “ressarciu” o grupo daquele montante que disse ter repassado aos lobistas. Segundo ele, a empresa Hypermarcas “não auferiu nenhuma vantagem nem sofreu prejuízos porque foi reembolsada”.
Operadores
O executivo citou vários nomes em sua delação premiada, incluindo Renan, Jucá, Braga e Cunha. Na Operação Lava Jato, Funaro já foi apontado como operador de Cunha e responsável por viabilizar o escoamento de propina das empreiteiras para as contas do deputado afastado fora do País.
Os investigadores chegaram a mapear dois carros - um Hyundai Tucson e uma Land Rover Freelander - em nome da empresa C3 Produções, da mulher de Cunha, mas que foram pagos por empresas ligadas a Funaro. Também na Lava Jato, os irmãos Milton e Salim Schahin, do grupo Schahin, disseram aos investigadores que foram ameaçados por Funaro por causa de problemas em obra de interesse dele e de Cunha.
Também na apuração do cartel que atuou na Petrobrás, Lyra foi apontado como operador de Renan e seu nome apareceu em uma anotação apreendida no gabinete do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS).
Pedido de prisão de Romero Jucá feito por Janot após delação de Sérgio Machado foi negado
Antonio Cruz/ Agência Brasil
Pedido de prisão de Romero Jucá feito por Janot após delação de Sérgio Machado foi negado
No documento, ele está relacionado a um suposto pagamento de R$ 45 milhões em propina para o PMDB. Em outra frente da Lava Jato, que apura desvios em fundos de pensão, Lyra é investigado por aparecer como operador de duas empresas que captaram R$ 570 milhões do Postalis, o fundo de pensão dos Correios.
Zelotes
Renan e Jucá também são investigados na Operação Zelotes, deflagrada inicialmente pela Polícia Federal em março de 2015 para investigar um esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) - órgão colegiado do Ministério da Fazenda, responsável por julgar recursos de autuações contra empresas e pessoas físicas por sonegação fiscal e previdenciária.
A investigação da Operação Zelotes se desdobrou para a apuração de suposta compra de medidas provisórias no Congresso. Os senadores peemedebistas são suspeitos de terem recebido propina para aprovar medidas provisórias de interesse de empresas do setor automobilístico.
Já Eduardo Braga, ex-ministro de Minas e Energia durante o governo Dilma Rousseff e atualmente senador pelo Amazonas, foi citado em delação premiada de ex-executivos ligados à empreiteira Andrade Gutierrez como destinatário de propina em obras no Amazonas e em licitações relacionadas à Copa.
Respostas
Questionado pela reportagem sobre o teor da delação de Nelson Mello, o advogado do Grupo Hypermarcas, José Luís Oliveira Lima, não se manifestou.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou qualquer tipo de recebimento de vantagens indevidas. Em nota, Renan reiterou nunca ter recebido “vantagens de quem quer que seja”.
“É de zero a chance de se encontrar recursos sem origem justificada do senador”, diz a nota enviada pelo presidente do Senado.
Procurada, a assessoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) solicitou que a reportagem procurasse seu advogado. O Estado entrou em contato com Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, mas ele não respondeu às ligações da reportagem.
O senador Eduardo Braga (PMDB), por meio de sua assessoria, informou não conhecer ou manter qualquer tipo de relação com os lobistas Lúcio Funaro e Milton Lyra. O senador informou nunca ter recebido valores da Hypermarcas ou de seu ex-diretor Nelson Mello.
Eduardo Braga foi ministro de Minas e Energia de Dilma e entregou o cargo em abril deste ano
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Eduardo Braga foi ministro de Minas e Energia de Dilma e entregou o cargo em abril deste ano
O advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira, que representa Lúcio Funaro, disse que não comentaria o caso porque não teve acesso à delação.
Milton Lyra e sua defesa não foram localizados.
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), citado por Mello como próximo a Funaro, afirmou que desconhece completamente o assunto da delação premiada do ex-diretor do Grupo Hypermarcas.
Indagado sobre o motivo da citação, o presidente afastado da Câmara dos Deputados disse não ter “qualquer relação com esse assunto” e desmentiu as afirmações do delator.
Procurado, o advogado Luiz Francisco Carvalho, que defende Nelson Mello, não respondeu às ligações da reportagem.
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