segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Bolsonaro, o porco e o povo relegado a um chiqueiro. Artigo de Ricardo Nêggo Tom

 "Do pão com leite condensado no café da manhã ao cachorro quente na primeira barraquinha do gênero que encontrasse pela frente, ele sempre tentou demonstrar que seus hábitos se assemelham aos do povão, o que lhe faria um legítimo representante da plebe brasileira. Não fosse o seu discurso de campanha, prometendo enriquecer ainda mais os grandes empresários e mandando trabalhadores escolher entre emprego ou direito, seu personagem quase consegue o seu intento."

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(Foto: Reprodução)

Foram inúmeras as vezes em que Jair Bolsonaro tentou associar a sua imagem à de um homem simples e do povo. Do pão com leite condensado no café da manhã ao cachorro quente na primeira barraquinha do gênero que encontrasse pela frente, ele sempre tentou demonstrar que seus hábitos se assemelham aos do povão, o que lhe faria um legítimo representante da plebe brasileira. Não fosse o seu discurso de campanha, prometendo enriquecer ainda mais os grandes empresários e mandando trabalhadores escolher entre emprego ou direito, seu personagem quase consegue o seu intento.

O problema, é que Bolsonaro e a equipe de marketing que insiste em querer humaniza-lo em demasia, são desprovidos de qualquer humanidade e consciência social. A percepção acerca da realidade do povo brasileiro, principalmente, a respeito dos mais pobres, sempre é pontuada com muito desprezo e preconceito. Eles acreditam estar lidando com uma espécie selvagem e indigna do mínimo de respeito. É o que fica claro no vídeo onde o presidente da república aparece comendo frango com as mãos e com o seu colo e o chão em seu entorno cheio de farofa. Um suíno comeria a sua lavagem com mais recato e polimento.

Para Bolsonaro, ser pobre é habitar um chiqueiro, comer com as mãos sujas, cuspir farofa para todo o lado e ser comparado a um porco. Uma leitura racista e classista, que propaga a desumanização do povo e da classe trabalhadora brasileira. Uma visão que justifica retirar-lhe direitos e submetê-la a um regime de escravidão moderna. Mais ou menos como os europeus, com o apoio da Igreja Católica, fizeram com os negros, alegando que eles não possuíam alma, para assim justificar a sua escravização. Distantes da realidade do povão, eles acreditam que talheres e bons modos à mesa, ainda não foram incorporados à educação dos mais pobres.

Jair Bolsonaro precisa se mostrar muito mais do que um neandertal moderno, para explicar, por exemplo, os quase 30 milhões gastos com o cartão corporativo em seus três anos de mandato. Um gasto 18,8% maior do que nos quatro anos do mandato Dilma/Temer. Sua imagem de homem humilde e popular, não cola, não rola. Já a sujeira que caracteriza os seus hábitos e a sua administração, o credencia ao status de governante mais porco da história do Brasil. Os suínos que me perdoem a comparação que deve lhes ofender. A nojenta peça publicitária exibida em suas redes sociais, apenas retrata o que Bolsonaro tem dentro de si. Um espírito de porco.

Daqui até o início da campanha, outros “flagrantes”, iguais ou piores do que esse, irão pipocar por aí. Populista por oportunismo e sociopata por convicção, Bolsonaro não se constrange em deixar claro que não tem a menor empatia por pobres. Aliás, é dele a frase “quem gosta de pobre é o PT”, demonstrando toda a ojeriza que sente pelos menos favorecidos, aos quais, vez e sempre, dá um jeito de chamá-los de burros sem a menor preocupação com o uso de metáfora. Espero que a resposta do povo a mais essa cretinice protagonizada pelo porco da república, seja nas urnas. Um povo que está há três anos vendo o cão chupando manga e destruindo a sua vida, não há de querer vê-lo por mais quatro ridiculariza ndo a sua existência e cuspindo farofa na sua cara.

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