terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Carta de general almirante da Anvisa é histórica e humilhante para Bolsonaro e seu negacionismo. Reportagem de Cíntia Alves

 

"Barra Torres faria uma nota com essa contundência sem ter o respaldo de outros oficias superiores das Forças Armadas?"


A carta aberta que o oficial general Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, enviou a Jair Bolsonaro no último sábado (08), em resposta aos ataques que a instituição tem sofrido por causa da vacinação infantil, é um documento histórico e humilhante para o presidente da República. É o que avaliam dois políticos de oposição ao atual governo, o deputado federal Paulo Pimenta (PT) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB).

Em mensagem a Bolsonaro, Barra Torres pediu que o presidente não “prevarique” e abra imediatamente uma investigação contra os funcionários da Anvisa se tiver provas de agenda obscura na vacinação infantil, ou então que se “retrate” das ilações que fez em público. A resposta ocorreu após Bolsonaro questionar quais é o “interesse da Anvisa” em permitir a vacinação das crianças a partir de 5 anos.

“Esse documento integra a história do Brasil por dois motivos: trata-se de um oficial-general reagindo às múltiplas agressões daquele que deveria honrar as Forças Armadas, e não o faz. E é o registro de um tempo em que a coação e a mentira são métodos de governo”, apontou o governador Flávio Dino.

“Essa nota do Barra Torres é a maior humilhação sofrida por um presidente da República, no exercício do cargo, na história política do Brasil. O comandante em chefe das Forças Armadas, Capitão Cloroquina, foi chamado de corrupto, ladrão, covarde, sem caráter, falso cristão, etc”, opinou Pimenta.

O deputado ainda usou o Twitter para lançar a seguinte questão: “Barra Torres faria uma nota com essa contundência sem ter o respaldo de outros oficias superiores das Forças Armadas?”

Até a tarde deste domingo (9), Bolsonaro ainda não havia reagido à carta de Barra Torres.

Leia, abaixo, a carta de Barra Torres a Bolsonaro.

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