terça-feira, 2 de agosto de 2022

Tudo que Bolsonaro faz é inútil para mudar o favoritismo de Lula a dois meses da eleição, diz Marcos Coimbra, do Vox Populi

 Especialista em pesquisas eleitorais, Coimbra aponta que sempre houve 40% do eleitorado que não vota em Lula ou na esquerda

GGN.- Faltam dois meses para o primeiro turno da eleição de 2022 e nada do que Jair Bolsonaro tenha feito para mudar o favoritismo de Lula nas pesquisas deu certo. É o que conclui o especialista em pesquisas eleitorais e cientista político Marcos Coimbra, do Vox Populi, que falou com exclusividade ao GGN [assista ao final].

Bolsonaro já comprou o Centrão com orçamento secreto, aprovou uma PEC para ampliar os gastos sociais, estendeu e aumentou o valor do auxílio emergencial mas, ainda assim, continua atrás de Lula em todas as pesquisas feitas por institutos responsáveis.

Na visão de Coimbra, não há mais cartas na manga nem “coelhos na cartola” de Bolsonaro. O que ele pode fazer para mudar o cenário, está fazendo, afinal, “bandalheira não tem data oficial para começar”. “E tudo que eles fazem não modem o padrão de voto. As chances de vitória de Lula no primeiro turno se mantêm.”

última pesquisa Datafolha, do final de julho, mostrou Lula com 47% das intenções de voto, contra 29% de Jair Bolsonaro. A somatória de votos de todos os adversários é inferior à pontuação de Lula, o que indica chances de vitória no primeiro turno.

Para Coimbra, o favoritismo é algo esperado, pois Lula sempre apareceu na frente de Bolsonaro nas pesquisas, mesmo considerando as eleições de 2018, quando foi sacado do pleito pela Lava Jato.

“Lula tem chance de derrotar um dos principais expoentes da autocracia de direita que surgiram no mundo. Será uma vitória histórica.”

Se será no primeiro ou no segundo turno, ainda não sabemos. Mas o fato, na visão de Coimbra, é que o bolsonarismo deve começar a refluir após a derrota de Jair Bolsonaro.

Para Coimbra, tão logo seja derrotado, Bolsonaro passará a perder o posto de líder da direita no Brasil, adquirido nos últimos anos.

Ele lembrou que mesmo em sua maior vitória eleitoral, Lula teve “40% do eleitorado não votando nele – foi contra o Alckmin, em 2006. Ele venceu com quase 60%. Sempre houve algo perto de 40% da sociedade brasileira que não votaram no PT, nem em seu momento muito bom. Para que lado irá agora, não sei, mas que haverá uma direita organizada [em 2023], haverá – mas não com Bolsonaro”, apontou.

Assista a entrevista completa:

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