quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Meyer Nigri, empresário amigo de Aras que defendeu golpe, teria atuado por lobby dos cassinos. Reportagem de Patrícia Faermann

 

Com boa passagem no governo Bolsonaro, com Guedes e padrinho de ministros, Meyer Nigri teria atuado pela legalização de cassinos


Foto: Isaac Nóbrega/PR – Montagem Veja


GGN. - Um dos empresários que defenderam golpe de Estado em mensagens de WhatsApp, alvos de Operação da Polícia Federal, é Meyer Joseph Nigri, com boa passagem entre Ministérios do governo Bolsonaro e que já atuou, inclusive, a favor da legalização de cassinos.

Entusiasta dos jogos, segundo revelou reportagem da Veja de 2020, Nigri esteve presente ao lado de Jair Bolsonaro em reuniões, junto também a parlamentares e representantes de cassinos e empresas de jogos de azar, para tratar da polêmica legalização do setor no Brasil.

O empresário tem as portas abertas não só do governo, mas também de ministros de Bolsonaro, como o da Economia, Paulo Guedes, para o qual já teria feito telefonado na frente de outras pessoas, demonstrando familiaridade.

“Expoente do lobby de cassinos”


Na reportagem de 2020, um lobista do setor teria afirmado que contava com a atuação de Meyer Joseph Nigri para a liberação dos cassinos no Brasil. Ele seria um dos expoentes do lobby, junto a parlamentares e o próprio governo.

“O Nigri é bom jogando pôquer, que requer inteligência e estratégia. Defender a liberação dos jogos e ser lembrado como alguém que usou o seu prestígio no governo e no Congresso para mudar a legislação dará a ele vantagem quando essas empresas vierem para o país”, teria narrado o lobista.

Padrinho de ministros de Bolsonaro

Nigri teria, inclusive, sido padrinho de importantes nomeações de Jair Bolsonaro, como Nelson Teich no Ministério da Saúde e Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR). Sobre a relação com Aras, o livro “O fim da Lava Jato” de Bela Megale e Aguirre Talento confirma o gesto da indicação.

Fundador da Tecnisa, empresa do setor imobiliário, Joseph Meyer Nigri é hoje alvo da Operação da PF por defender o golpe de Estado, caso Lula vença as eleições.

A aproximação dele com Bolsonaro ocorreu em 2016, nas bandeiras contra o “socialismo” e a favor da política econômica neoliberal de Paulo Guedes.

Relação com Guedes gera frutos

Em crise de Guedes no governo Bolsonaro, teria saído em defesa do ministro, com o qual sugeriu ao longo dos anos do governo Bolsonaro pautas de seu interesse, como a diminuição da taxa de juros na Caixa, o lançamento de uma linha de financiamento imobiliário do banco.

Esta última pauta foi materializada por Guedes: em agosto de 2019, o ministro lançou a linha de crédito de interesse de sua empresa, a Tecnisa.

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