quarta-feira, 24 de maio de 2023

As suspeitas, baseadas em fatos, da destruição de provas pela Lava Jato, por Luis Nassif

 

Em 2022, o MPF do Paraná, com aval do juiz Bonat, destruiu sete discos rígidos com as cópias do sistema de propina da Odebrecht



Jornal GGN. - A Odebrecht tinha dois sistemas – MyWebDay” e “Drousys”- do chamado “setor de operações estruturadas”, onde estavam registradas as propinas políticas. O sistema passou pelas mãos da Lava Jato antes de ser formalmente entregue. Havia suspeitas de que foi manipulado pelos procuradores.

Em maio de 2022, no entanto, o MPF do Paraná, com aval do juiz Luiz Antonio Bonat, destruiu sete discos rígidos com as cópias do sistema. Bonat alegou que, antes, copiou os discos em lugar seguro, garantindo a chamada “cadeia de custódia”.

No Código de Processo Penal (CPP), “considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte”.

Ao contrário de Sérgio Moro, Bonat é considerado um juiz mais cuidadoso. Mas, em todo caso, há a necessidade premente das autoridades federais – Polícia Federal ou corregedoria do Conselho Nacional de Justiça – de conferir se, de fato, houve o backup correto dos HDs, sem vestígio de conteúdo deletado.

No seu último ato antes da aposentadoria, o ministro Ricardo Lewandowski já havia denunciado a manipulação dos dois sistemas e descartado seu uso como prova. Mas sua manutenção são fundamentais para averiguar se houve manipulação.

Caso se comprove qualquer adulteração, trata-se de crime grave de destruição de provas.


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