No período em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) morou nos Estados Unidos, seu filho "03", o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), abriu uma empresa no estado do Texas em sociedade com outros brasileiros ligados à disseminação de fake news no Brasil, que apoiaram os atos golpistas de 8 de janeiro e que passaram pelo governo do pai.
Do UOL:
No período em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) morou nos Estados Unidos, seu filho "03", o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), abriu uma empresa no estado do Texas em sociedade com outros brasileiros ligados à disseminação de fake news no Brasil, que apoiaram os atos golpistas de 8 de janeiro e que passaram pelo governo do pai.
A reportagem procurou pessoalmente o deputado Eduardo Bolsonaro na Câmara no último dia 24. Questionado sobre a empresa, ele respondeu: "Por que vocês estão me investigando? Conhecendo um pouquinho do UOL e um pouquinho de vocês, eu prefiro não falar nada".
Indagado sobre as atividades da empresa, o parlamentar se esquivou novamente: "Não tem nada demais. Explicar o quê? Estou devendo alguma coisa?".
Ao final, o parlamentar afirmou, andando rápido pelo corredor em meio aos seguranças, que "não devia explicações" e citou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sem sequer ter sido questionado. "Eu estou traficando droga? Eu estou roubando alguém? É corrupção?", acrescentando que "falaria com o TSE", se fosse chamado.
Os demais sócios foram procurados, mas não retornaram até a última atualização desta reportagem.
Certificado da empresa Braz Global com os sócios incluindo Eduardo Bolsonaro Imagem:
Braz Global Holding
Os documentos obtidos junto ao governo do Texas mostram a criação da Braz Global Holding, mas neles não há informações sobre qual é o ramo do negócio. No mesmo local, em um curto espaço de tempo, Paulo Generoso registrou outras duas empresas: a Liber Group Brasil, em 13 de janeiro, e o Instituto Liberdade, em 8 de fevereiro. Nessas, Eduardo Bolsonaro não consta oficialmente como responsável, apenas Generoso, André Porciúncula e outra ex-servidora do governo Bolsonaro, Raquel Brugnera, apresentados como diretores.
Já André Porciúncula é chamado de "amigo" por Eduardo Bolsonaro no curso online "Formação essencial em política". Porciúncula —que no governo Bolsonaro foi responsável por analisar e aprovar propostas para captação da Lei de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet— fala como especialista em arte e defende que a esquerda estaria tentando destruir a fé cristã, a beleza e a moralidade para implantar seus ideais políticos.
Depois de derrotado nas urnas em outubro do ano passado, Jair Bolsonaro viajou para Miami, onde ficou de 30 de dezembro a 30 de março. Nesse período, Eduardo esteve ao menos três vezes nos EUA, em janeiro, fevereiro e março. Na última visita, ele participou de eventos da extrema direita americana ao lado de seu pai. Dias antes da Braz Global Holding ser registrada no Texas, em 5 de março, os dois falaram no CPAC, congresso conservador organizado pela União Conservadora Americana (ACU, na sigla em inglês), que aconteceu em Washington.
Bolsonaro viajou aos EUA no fim de dezembro de 2022, depois de ter sido derrotado na eleição e, na ocasião, transferiu US$ 135 mil (R$ 675 mil) para uma conta nos EUA. Tudo o que ele declarou em conta para a Justiça Eleitoral brasileira, ao registrar sua candidatura meses antes, foi R$ 907 mil.
O valor enviado aos EUA representa quase 75% do dinheiro líquido que o ex-presidente tinha em conta. A conta foi descoberta no âmbito das investigações da PF (Polícia Federal) sobre fraudes no cartão de vacinação de Bolsonaro e seus assessores.
Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/juliana-dal-piva/2023/05/26/eduardo-bolsonaro-e-socio-nos-eua-de-empresario-que-apoiou-atos-golpistas.htm?cmpid=copiaecola
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