quinta-feira, 4 de maio de 2023

Bolsonaro e Mauro Cid tinham 'plena ciência' de fraude no cartão de vacinação, aponta Polícia Federal

 

Segundo as apurações, teria sido falsamente inserida a informação de que Bolsonaro se vacinou para poder entrar nos Estados Unidos


Mauro Cid, Jair Bolsonaro e Polícia Federal

Mauro Cid, Jair Bolsonaro e Polícia Federal (Foto: ABr | Reprodução)

247 - A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que Jair Bolsonaro e seu ajudante de ordens, Mauro Cid, tinham "plena ciência" da adulteração nos cartões de vacinação do ex-presidente, sua filha Laura e pessoas de seu entorno.

Jair Bolsonaro é um dos alvos da Operação Venire que investiga adulteração em cartões de vacinação. A residência do ex-presidente foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (3). Os agentes também recolheram o celular de Bolsonaro.

"Os elementos informativos colhidos demonstraram coerência lógica e temporal desde a inserção dos dados falsos no sistema SI-PNI até a geração dos certificados de vacinação contra a Covid-19, indicando que Jair Bolsonaro, Mauro César Cid e, possivelmente, Marcelo Costa Câmara tinham plena ciência de inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente", diz a PF.

Segundo as investigações, a fraude nos registros de vacina do ex-presidente e da filha teria sido feita para ele poder entrar nos Estados Unidos.

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De acordo com a polícia, os envolvidos podem ser acusados ​​de crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Em dezembro de 2022, depois de perder a eleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro e sua comitiva viajaram para os Estados Unidos, onde o grupo caiu por três meses. O país exige até o momento o certificado de vacinação contra Covid para entrada em seu território.

Durante a pandemia de Covid-19, doença que matou mais de 700 mil pessoas no Brasil, Bolsonaro por diversas vezes divulgou informações falsas sobre vacinas e questionou, sem apresentar provas, a eficácia dos imunizantes. Ele repetiu diversas vezes que não se vacinaria contra a doença.


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