"O jornalismo é parte da disputa política. Então, o financiamento do jornalismo também é determinante para a disputa política no Brasil", afirma o diretor-presidente do 247
Opera Mundi - O programa 20 MINUTOS desta quarta-feira (03/05) teve como um dos temas principais o projeto de lei 2630, também conhecido como PL da Fake News. Nesta edição, o jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi, conversou com o também jornalista Leonardo Attuch, fundador e editor do site Brasil 247.
A conversa teve como foco principal as implicações que o projeto poderia ter sobre a mídia independente no Brasil, caso seja aprovado.
Nesse sentido, o convidado ressaltou o fato de que o projeto de lei não trata só das fake news e da regulação das grandes empresas de tecnologia da comunicação, as chamadas big techs, mas também do financiamento do jornalismo.
Segundo Attuch, “todo mundo está a favor de regular as grandes empresas de tecnologia, e também vão concordar em que as fake news devem ser combatidas, até os propagadores de fake news vão dizer isso, e não vão assumir que eles as utilizam. Mas quando você entra no terceiro ponto que o PL aborda, que é o financiamento do jornalismo, é aí que se instala a grande confusão”.
“O jornalismo é parte da disputa política. Então, o financiamento do jornalismo também é determinante para a disputa política no Brasil”, enfatizou o jornalista.
Attuch também falou sobre o crescimento das mídias independentes no Brasil nos últimos anos, com destaque para a própria história do Brasil 247, site que ele fundou e que administra há 12 anos.
“Nos governos do PT [os primeiros dois mandatos de Lula e também no governo de Dilma Rousseff] houve uma abertura para o desenvolvimento dessas mídias alternativas, também porque eles se deram em um momento de transição tecnológica, e os meios independentes que surgiram na Internet tiveram um papel fundamental para fazer um contraponto à imprensa tradicional, às manipulações da mídia”, analisou.
O jornalista também afirmou que o fortalecimento da mídia independente passa um trabalho “cada vez mais integrado” entre os canais audiovisuais e os sites de notícias de um mesmo meio.
“Eu me surpreendi muito com a demanda dos canais de vídeos na Internet. Quando nós criamos o canal do Brasil 247 no YouTube, eu achava que a plataforma era algo para subir vídeos de crianças, vídeos infantis, até que um amigo disse que era uma aposta importante, e depois eu vi que os meios de direita já estavam lá há algum tempo”, relato Attuch.
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