segunda-feira, 28 de março de 2022

O caso pastorgate bolsonarista no MEC

 Todo mundo sabe que uma das funções mais importantes no governo, hoje em dia, é a de recuar e desmentir as histórias do capitão e de sua prole.

www.brasil247.com - Milton Ribeiro

Milton Ribeiro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Rio - Se tem um órgão do Governo Federal que trabalha - e muito - é o Departamento de Recuos e Desmentidos (DRD).

Ligado à Secretaria de Comunicação Institucional, antiga Secretaria de Comunicação - SECOM - o DRD funciona numa salinha nos fundos do Palácio do Planalto, ao lado do gabinete do ódio, sob o comando do secretário especial Flávio Augusto Viana Rocha.

Todo mundo sabe que uma das funções mais importantes no governo, hoje em dia, é a de recuar e desmentir as histórias do capitão e de sua prole.

Se o presidente ficar adulterando fatos, desmentindo e fraudando todo tipo de informação, daqui a pouco ninguém mais vai acreditar nas suas declarações.

O capitão estava conversando com o ministro da Educação, Milton Ribeiro quando o secretário especial de comunicação entrou no seu gabinete:

- Flávio, eu quero que o DRD desminta tudo o que estão dizendo que o ministro Milton Ribeiro disse.

- Mas, presidente, está tudo gravado - disse o secretário. - O ministro disse em áudio, obtido pela 'Folha de São Paulo', que favorece municípios indicados por pastores. Disse ainda, em reunião com prefeitos, que repassa verbas só para municípios indicados por pastores, a pedido do senhor.

- Bra-va-ta!! Não interessa isso daí. Bravata! Diz que foi bravata do ministro. Todo mundo sabe que ele adora uma bravata. Lembra que ele disse que “Faculdade deveria ser para poucos” e que “Alunos com deficiência atrapalham os outros alunos”?

- O senhor é um gênio, presidente! - disse o ministro.

- Cala a boca, Milton! E depois, um ‘encontrinho’ com pastores é normal.

- Foram 19 encontros, presidente. E esses encontros acontecem há dois anos.

- Nessa ‘cuestão’ daí, é normal haver esses pedidos aos ministros.

- Em restaurantes, presidente? Mas eles nem são funcionários do governo. Não representam o Ministério da Educação e, pior, não representam nem mesmo os evangélicos. Como nós vamos explicar isso?

- Eles não tem prova de corrupção. O ministro vai hoje na Rádio JP (Jair Presidente) desmentir tudo isso daí. Vai lá no ‘3 contra 1’ e no ‘Os panos nos Is’. Lá é tudo da nossa panela. E depois, isso não vai dar em nada. No fim, essa denúncia vai acabar no colo do procurador-geral Augusto Aras, que vai prometer que "apreciará". Nós vamos abafar tudo, como fizemos com a CPI da Covid. Não deu em nada!

- Mas, presidente a mídia ainda não esqueceu, olha as manchetes: “A nova oração do MEC: Gilmar é o meu pastor e verba não me faltará!”; “O MEC agora é comandado por dois pastores evangélicos”; “O MEC só libera verba para dois pastores amigos do capitão: Arilton e Gilmar!”; “MEC - Ministério Evangélico do Crime!” ; “MEC - Ministério dos Evangélicos Corruptos!” “PastorGate”; “Dízimo já era! Agora é barra de ouro!” ; "Pastor pediu 1 kg de ouro por verba do MEC."

- Eu confio no ministro Milton Ribeiro. Eu boto a cara no fogo por ele. É um pastor honesto!

- E se a corrupção for provada, presidente?

- Então, ‘ouremos!’

Nenhum comentário:

Postar um comentário