A reunião de Bolsonaro com embaixadores para atacar as urnas virou o evento catalisador de sua ruína, diz analista. Assista da TVGGN abaixo do artigo
GGN. - O encontro de Jair Bolsonaro com embaixadores de diversos países para lançar ao mundo suspeitas infundadas contra as urnas eletrônicas entrará para a história como o evento catalisador da ruína de seu governo.
Após a reunião vexatória, inúmeras instituições e figuras públicas brasileiras marcaram posição em defesa da lisura do processo eleitoral e do respeito ao resultado das urnas. Até mesmo as associações mais representativas da Polícia Federal, da Abin, e os militares da ativa deixaram claro que não estão ao lado do discurso golpista.
Somente impera o silêncio de duas figuras: de Arthur Lira, o presidente da Câmara submisso às vontades Bolsonaro graças ao Orçamento Secreto, e de Augusto Aras, procurador-geral da República que precisará, muito em breve, decidir de vale a pena queimar sua biografia servindo de escudo para o presidente mais inepto da história.
Se tivesse de apostar, o jornalista e comentarista da TVGGN, Cesar Calejon, referência nos estudos sobre o bolsonarismo, Aras será o próximo a pular fora do barco de Bolsonaro, que está afundando.
“O edifício bolsonarista está ruindo e o processo foi catalisado amplamente pelo episódio dos embaixadores. (…) Diferentes dimensões da vida pública deram um basta depois do que ele fez. Ele está tentando ver o que ainda resta para manter o apoio de figuras como o Aras. Porque o Aras vai ser o próximo. Um pouquinho mais, o Aras pula fora. Cabe ao Aras pensar neste momento se quer jogar a biografia fora por causa de uma figura que vai para a lata do lixo da história”, disse Calejon.
OS RISCOS A PARTIR DE AGORA
Para Calejon, o cenário atual, embora desfavorável a Bolsonaro, não significa que os riscos à democracia em 2022 diminuíram. Ao contrário. Grupos outrora alinhados ao bolsonarismo podem “calcular” que Bolsonaro “hoje vale mais sendo descartado do que presidente da República. Daí, para se organizar algum tipo de atentado para que se tente imputar alguma responsabilidade à esquerda, é um passo. Temos que estar atentos.”
O jornalista Luis Nassif concordou com a análise de Calejon sobre o iminente desembarque de Augusto Aras. “Eu tenho confiança de que Aras, eventualmente, vai chegar no ponto de não retorno.”
O PGR, que também é o chefe da Procuradoria-Geral Eleitoral, terá de decidir se acolhe pedido de dezenas de procuradores da República para processar Bolsonaro pelo ataque às urnas.
Assista a entrevista abaixo:
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