quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Relator da ONU manda recado a Bolsonaro e critica 'insulto' a vítimas da ditadura



"É um insulto dizer que vitimas estão em busca de dinheiro", criticou Fabian Salvioli, relator da ONU para o Direito à Verdade, acrescentando que a reparação pelos abusos "é um direito". Nesta quarta-feira 11, ao ser denunciado pela OAB nas Nações Unidas, o governo voltou a se recusar a responder sobre os comentários elogiosos de Bolsonaro a ditadores na América do Sul e se referiu à ditadura militar brasileiro a "eventos de 1964"



247O governo de Jair Bolsonaro voltou a se referir à ditadura militar no País a "eventos de 1964" durante audiência nesta quarta-feira 11 no Conselho de Direitos Humanos da ONU, onde a OAB (Organização dos Advogados do Brasil) e o IVH (Instituto Vladimir Herzog) cobra que se faça um monitoramento do comportamento do governo federal de realizar um desmonte dos instrumentos de Justiça, Verdade e Memória no país.
De acordo com reportagem do correspondente Jamil Chade, de Genebra, ao responder a questionamentos sobre o incentivo do governo em março deste ano para realizar desfiles para celebrar o golpe, o Itamaraty voltou a dizer que não houve uma instrução para comemorar a data de 31 de março de 1964. Mas para relembrar. "Liberdade de pensamento é fundamental de qualquer democracia", defendeu ainda o governo.
Em seu discurso, o relator da ONU para o Direito à Verdade, Fabian Salvioli, não citou diretamente Bolsonaro, mas lhe passou um claro recado. "É um insulto dizer que vitimas estão em busca de dinheiro", criticou, acrescentando que a reparação pelos abusos "é um direito". 
"As políticas de justiça de transição estão sendo desmanteladas, seja por subfinanciamento ou pela substituição de funcionários por membros que não têm experiência ou afinidade com o tema e que, às vezes, minam o sofrimento dos sobreviventes e as atrocidades cometidas durante a ditadura", discursou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Hélio Leitão.
Em março deste ano, IVH e OAB já haviam atuado em conjunto contra Bolsonaro, quando enviaram uma petição denunciando o presidente brasileiro após sua determinação para que militares celebrassem o aniversário do golpe de 1964.

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