quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Efeito Bolsonaro: cenas de violência explícita no contexto político-eleitoral



Mestre de capoeira morto por dizer que votou em Haddad e aumento de ataques contra jornalistas estão entre exemplos que preocupam estado social 
Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, foi morto a facadas após uma discussão política em Salvador - Facebook/Divulgação
Jornal GGNJair Bolsonaro é conhecido como um deputado federal que sempre fez discursos de ódio, violência e intolerância. Agora, prestes a concorrer o segundo turno das eleições presidenciais do maior país da América Latina, em crise política e econômica desde 2015, a postura do candidato pelo PSL está sendo analisada por articulistas e analistas da política como um discurso que autoriza a violência na sociedade, assim substituindo o uso das regras legais, criadas justamente para permitir a convivência civilizada nos estados modernos.
Na coluna desta terça-feira, na Folha de S.Paulo, o jornalista Álvaro Costa e Silva elenca sete cenas de violência por motivações políticas que viraram notícia nos últimos dias, a última delas, a morte do mestre capoeirista Moa, com 12 facadas em um bar de Salvador (Bahia), após revelar que votou em Fernando Haddad (PT). 
No domingo de eleições, alguns eleitores de bolsonaro a ação de seus votos, segurando armas, e postaram nas redes sociais. 
Poucos dias antes, na cidade Muniz Ferreira, Bahia, o cachorro Marley foi morto a tiros porque latiu para uma carreata bolsonarista. A dona do animal contou para o jornal O Povo: “O homem saiu do carro e deu um tiro numa pata. Depois que o cachorro correu, ele deu dois tiros. Eu pedi: ‘Não atire, não atire!’. Mas ele ainda deu mais dois tiros. Meu cachorro correu para dentro de casa e, quando vimos, estava morto no chão”.
Na Universidade de Brasília, grupos invadiram a biblioteca e rasgaram uma série de livros sobre direitos humanos, incluindo no vandalismo livros sobre arte renascentista. Em São Paulo, vídeos registraram uma multidão gritando no metrô da Sé e em estádios de futebol frases como:  “Ô bicharada, toma cuidado/ O Bolsonaro vai matar viado”.
E, no Rio, o colégio Santos Agostinho suspendeu a adoção do livro "Meninos sem Pátria", de Luiz Puntel, sobre a ditadura militar, por pressão de pais de alunos. 
Alvaro Costa e Silva inicia seu artigo lembrando que o levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo revela que, em 2018, foram registradas mais de 120 agressões a jornalistas em contexto político-eleitoral. "Foram 64 ocorrências de assédio em meios digitais e 59 vítimas de atentados físicos". Para ler na íntegra, clique aqui. 

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