O anti-petismo tem múltiplos fatores, e o papel da imprensa na construção da imagem do PT destituída de racionalidade é um deles
Do Jornal GGN:
A gramática como fator de manipulação da mídia
QUI, 25/10/2018 - 18:40
ATUALIZADO EM 25/10/2018 - 19:56
O anti-petismo tem múltiplos fatores, e o papel da imprensa na construção da imagem do PT destituída de racionalidade é um deles
Imagens: Nacho Lemos
Jornal GGN - O índice de rejeição ao Partido dos Trabalhadores, que chegou a 42% do eleitorado na pesquisa Ibope, divulgada dia 14 de outubro, é uma das explicações apontadas por cientistas políticos para justificar a dificuldade de Fernando Haddad na corrida para ultrapassar Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições, mesmo o militar sendo considerado uma opção perigosa à democracia do país, segundo análises nacionais e internacionais.
O processo que levou à rejeição do PT é complexo e envolve erros do próprio partido cometidos durante os governos Lula e Dilma, mas a imprensa é apontada como uma "importante" colaboradora nesse processo, como mostra o trabalho a jornalista e linguista Letícia Sallorenzo, recém publicado pela Quintal Edições: "Gramática da Manipulação".
O livro é resultado da sua conclusão de mestrado no programa de Pós-Graduação em Linguística na Universidade de Brasília (UnB). Ao analisar as manchetes dos principais jornais do país, nas versões impressa e online, a pesquisadora percebeu a construção de conceitos que induzem o leitor a destituir o PT e seus correligionários de racionalidade.
Observando, especialmente, 340 manchetes de publicações feitas durante as eleições de 2014, Letícia descobriu, por exemplo, que o verbo "atacar", associado a comportamentos irracionais e instintivos, foi utilizado como ações de Dilma ou do PT. Já, o verbo "criticar", que pressupõe capacidade da raciocínio, era associado a ações do oponente, Aécio Neves, como sujeito mais ponderado e equilibrado.

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