sábado, 24 de outubro de 2020

TV GGN 20hs com Luis Nassif - O advogado de Marcelo Bretas que vendia facilidades: “apregoava uma intimidade que tinha, passava horas conversando sobre delações premiadas”.

 

GGN:

Outro caso é o super advogado da Lava-Jato do Rio, Nythalmar (28 anos), que se tornou amigo de Marcelo Bretas – “apregoava uma intimidade que tinha, passava horas conversando sobre delações premiadas”.

“As delações premiadas vão ser o maior escoadouro de corrupção do Brasil, e isso começa no Paraná: o poder que o juiz de primeira instância e os procuradores ganharam quando ninguém era capaz de questionar o que eles diziam”

E mais: as negociações com a delação premiada; confira o comentário de Luis Nassif sobre as últimas notícias nesta sexta-feira, 23 de outubro


A análise dos dados de covid-19 mostra que, no Brasil, a média diária de casos de covid-19 voltou a cair, tanto em óbitos como no número de registros, enquanto os dados da Europa apontam crescimento expressivo na segunda onda de contágio.

Sobre o caso do ministro Ricardo Salles, Nassif afirma que o decreto suspendeu a cobrança de multa até a audiência de conciliação – que nunca se realizou. “Você pode aprontar todas, desde que não atinja o STF”.

Outro caso é o super advogado da Lava-Jato do Rio, Nythalmar (28 anos), que se tornou amigo de Marcelo Bretas – “apregoava uma intimidade que tinha, passava horas conversando sobre delações premiadas”.

“As delações premiadas vão ser o maior escoadouro de corrupção do Brasil, e isso começa no Paraná: o poder que o juiz de primeira instância e os procuradores ganharam quando ninguém era capaz de questionar o que eles diziam”

Eles ficaram com poder de tomar as contas de um sujeito – e negociava com o acusado. Por exemplo: ele pedia cinco contas e a que tinha mais dinheiro ficava com o acusado.

“Na melhor das avaliações, entravam em jogo os interesses políticos desses juízes e procuradores – você fala o que eu quero e eu te libero, assim como fizeram com o João Santana”

“Então, você avacalhou totalmente o uso das delações por duas razões. Primeiro: não exigiam que apresentassem provas – a delação pode até ser anulada lá na frente, o que nós queremos agora é elementos para levar para o tribunal da mídia e influenciar as eleições, influenciar a eleição do Jair Bolsonaro. E isso é o que foi feito”.

“Isso deu um poder indizível para os criminosos, para os delatores, pois tudo o que eles falavam virava manchete (…) A imprensa virou uma passadora de release da Lava-Jato”

“E o que aconteceu com Beatriz Catta Preta (advogada da Lava-Jato e especialista em delação premiada): descobriu-se que ela estava negociando delações com seus clientes com outros réus em potencial. Chegava no réu e falava ‘olha, se você não me contratar o meu cliente vai falar de você'”.

“A ficha disso caiu na Lava-Jato de Curitiba, e o que a Lava-Jato de Curitiba faz: ao invés de denunciar Beatriz Catta Preta por chantagem, dá um toque ‘se manda ou você vai comprometer toda a operação. Se manda com o que você já ganhou e desapareça'”.

“Então, você tem o caso do advogado que foi denunciado por pagar mensalidade para procuradores para blindar a clientela. Tem duas hipóteses: a primeira é que esses advogados estavam em conluio com o juiz e com os procuradores pagando propina”

“E digo claramente: tenho as melhores referências, não políticas, mas de idoneidade da Lava-Jato do Rio de Janeiro”

“A segunda hipótese: ‘olha fulano, você me dá o que eu quero e te dou o que você quer’. ‘E o que você quer?’ ‘Quero elemento para criminalizar fulano que é inimigo político’.

“E o que esse rapaz (Nythalmar Dias Ferreira Filho) fez com o Marcelo Bretas não tem explicação. Ele foi denunciado por colegas para a OAB: ele chegava para os clientes falando ‘olha, você vai pegar 25,40 anos de prisão, e eu tenho o caminho pra te libertar’. E pegou grandes clientes, desses que não jogam dinheiro fora”

“Quando ele escrevia as liminares era copy-paste. Era incapaz de escrever uma peça, não tinha formação para isso. Isso vaza lá trás e o Bretas mantém ele”

“E como ele entra na história: está no Ministério Público do Rio, mas não foi pela Lava-Jato do Rio. Um advogado entrou com uma representação junto à OAB, e ele fez uma denúncia contra o advogado dizendo que era para ameaçá-lo. E uma juíza federal que não tem nada a ver com o Bretas anuncia as investigações”

“Apenas em maio houve uma disputa entre eles (Bretas e Nythalmar) que tudo indica que foi jogo de cena para tirar o Marcelo Bretas dessa fria”

“Você tem 2 explicações, que são muito ruins para a desmoralização da Justiça no estilo Lava-Jato: esse poder que você dá para o juiz e o procurador permite, entre outras hipóteses, que se faça arranjos em troca de dinheiro”.

“Conversei com vários advogados do Rio e, do ponto de vista da idoneidade, eles colocam a mão no fogo pelos procuradores da Lava-Jato Rio”

“A segunda hipótese: você dava tal poder para o sujeito que ele passava a chantagear. Isso está nítido. Esse advogado, o Nythalmar, ele vai ser indiciado e processado por chantagem”

“Em qualquer hipótese, você pega procuradores, homens que tenham poder de Estado, e cria um modelo que os coloca vulneráveis para qualquer bandido picareta que apareça aí”

“Então, a hipótese da Lava-Jato do Rio é que tudo isso tenha sido armado pelo Cavendish (Fernando Cavendish, empresário), que foi o primeiro cliente do Nythalmar e teria acertado com ele para chantagear outros candidatos a réus para não entrar nas delações”.

E por qual motivo Cavendish apostaria em um advogado desses? “Por conta dos contatos dele com o juiz Marcelo Bretas”.

“Outros pontos relevantes: como a Lava-Jato do Rio livrou Flávio Bolsonaro da operação das rachadinhas. Já se sabia em agosto/setembro do envolvimento do Flávio Bolsonaro e do seu motorista de atuar na rachadinha”

“Porém, você teve um relatório da COAF que reduz o valor movimentado pelo Flávio Bolsonaro e, depois – a COAF divide em vários grupos de parlamentares que operavam – tudo isso vai para a Furna da Onça, que inclui todos menos o Flávio Bolsonaro”

“E aí tem todo aquele vazamento que permite a ele (Flávio Bolsonaro) e ao pai (Jair Bolsonaro) dispensarem funcionários.

Nassif entrevista Gustavo Bonafé, empreendedor social de Poços de Caldas (MG) que chegou a ser candidato a vereador mas que desistiu da candidatura por se considerar decepcionado com a política. “Não tive frustração com a ciência política, só tive coisas boas. A política tem coisas muito boas, pessoas muito boas, mas muitas vezes as pessoas que ocupam seus espaços acabam dificultando muito”.

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