sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Veja as mensagens obtidas por Lula que provam o conluio e as condutas ilegais de Moro e Dallagnol na Lava Jato de Curitiba

 

Diálogos obtidos pela defesa do ex-presidente Lula mostram que Sérgio Moro agia como um assistente de acusação na Lava Jato. Deltan Dallagnol discutiu com o ex-juiz sobre investigações envolvendo o petista, numa clara demonstração de parcialidade. Em uma das mensagens, o então magistrado pergunta se o MPF-PR tem uma "denúncia sólida o suficiente"


Deltan Dallagnol, Sérgio Moro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Deltan Dallagnol, Sérgio Moro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação)

247 - Diálogos obtidos pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após liberação do Supremo Tribunal Federal, apontaram que Sérgio Moro, na condição de juiz da Lava Jato, feriu a equidistância entre quem julga e quem acusa. O teor das conversas foi publicado por Veja.

As mensagens foram obtidas no âmbito da Operação Spoofing, responsável por investigar o acesso a celulares dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato. 

Em uma das mensagens, trocadas em 16 de fevereiro de 2016 e incluída pela defesa de Lula na ação, o então magistrado pergunta se os procuradores têm uma "denúncia sólida o suficiente". Em seguida, o então coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, informa a ele linhas gerais do que os procuradores pretendiam apresentar contra Lula.

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Em novas conversas, entre 28 de novembro e 1º de dezembro de 2015, Dallagnol cita uma reunião com "os suíços, que vêm pra cá pedindo extremo sigilo quanto à visita". 

Após o procurador prestar informações sobre contas da Odebrecht no exterior, o então juiz pergunta se o beneficiário dos repasses delas seria "JS", uma referência ao marqueteiro João Santana, responsável por campanhas presidenciais do PT, preso em fevereiro de 2016. 

O procurador responde que sim e informa o nome de uma suposta conta no exterior usada pelo marqueteiro para receber pagamentos da empreiteira, a "shellbill".

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Cautela com Léo Pinheiro, da OAS

De acordo com as mensagens obtidas pela defesa de Lula, Dallagnol pede a Moro que limite o depoimento do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, aos fatos pelos quais ele era acusado em uma ação penal. 

O objetivo do procurador era não permitir que o empresário ampliasse os relatos em busca de benefícios penais sem ser delator.

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Celulares, Suíça e Estados Unidos 

Em 18 de outubro de 2016, um dia antes da prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), Dallagnol tentava combinar um horário para encontrar Moro e falar com o então magistrado "sobre apreensão dos celulares". 

O procurador também citou reuniões com representantes suíços e americanos para "discutir e negociar percentuais da divisão do dinheiro".

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Em 29 de agosto de 2017, o procurador e o juiz conversaram sobre uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a matéria, publicada dois dias antes, o advogado Rodrigo Tacla Durán, apontado por investigadores como operador de propinas da Odebrecht, acusava um amigo de Moro de intermediar acordos de delação premiada.

Com as revelações, Lula havia pedido a oitiva de Tacla Durán no processo em que o ex-presidente é réu acusado de receber propina da Odebrecht por meio de um terreno que abrigaria o Instituto Lula e de uma cobertura vizinha à dele em São Bernardo do Campo (SP).

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Moro orienta Dallagnol sobre sistemas da Odebrecht

Em agosto de 2017, o então juiz diz que seriam necessárias perícias da Polícia Federal e laudos específicos. "Do contrário, vai ser difícil usar".

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