segunda-feira, 19 de julho de 2021

Do Portal do José: Bolsonaro "comanda ralé"! Brigadeiro consciente esclarece Brasil! Vigaristas, fé, feijão, aluguel e política!

 

Do Canal Portal do José:

O Tenente-Brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla é um dos oficiais-generais que não se comprometeram com as teses do capitão que controla a caneta na Esplanada. Tem autoridade, pois sempre conservou a gravidade que a patente lhe confere, bem como a dignidade do posto.


A cada dia mais militares colocam publicamente a visão que possuem sobre Bolsonaro. Segue texto da reportagem de Marcelo Godoy (Estado de S Paulo) Caro leitor,

ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM), o tenente-brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla começou a escrever artigos e os remeteu à coluna. O primeiro tem o título Diálogos no Purgatório. Trata dos efeitos da pandemia de covid-19 no Brasil e o papel do governo de Bolsonaro e dos generais que o apoiam. Começa assim: "Nosso País vai sendo conduzido ao temível reino das trevas e registrando perdas de milhares de vítimas da amaldiçoada pandemia".

O homem, que teve sua carreira ligada ao Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA), continua: "Estimulando tanta desarmonia nos três Poderes da República, o governo tornou o Brasil pária internacional, além de destacada ameaça política e sanitária no contexto das nações. Retratado pelas colocações quixotescas de um psicótico presidente, é comparado ao cenário criado por Miguel de Cervantes, no qual um pretenso cavaleiro pensava poder salvar sua Pátria brandindo armas primitivas, em plena modernidade".

Desde o começo do governo, Ferolla é um dos oficiais-generais que não se comprometeram com as teses do capitão que controla a caneta na Esplanada. Tem autoridade, pois sempre conservou a gravidade que a patente lhe confere, bem como a dignidade do posto. Prossegue o brigadeiro: "Para enlamear a comparação, enquanto o impetuoso personagem agia de forma estapafúrdia por reconhecida debilidade mental, nosso Dom Quixote caipira não passa de premeditado ator de picadeiro, a provocar contestações radicais num circo mambembe na Esplanada dos Ministérios".

O brigadeiro faz justiça ao Quixote e procura dissociá-lo da figura do presidente. "De forma insana, para a satisfação de asseclas e seguidores de suas ações idiotas e demagógicas, manifesta-se e gesticula como o personagem criado pelo escritor espanhol. Mas não é justo desmerecer o histórico Dom Quixote, símbolo de 'um personagem que, cem anos antes, teria sido um herói nas crônicas ou romances de cavalaria'. Sabiamente colocado em ação um século após, sua loucura visava refletir o anacronismo de uma época e seu criador se valeu da imagem para satirizar os novos tempos, ‘retratando uma Espanha que, após um século de glórias, começava a duvidar de si mesma’."

O Brasil parece duvidar de si mesmo. Não há outra explicação, nas palavras do brigadeiro, para a Nação ter entregue seu destino a um personagem que o professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Francisco Carlos Teixeira afirma ser destituído de pietas, gravitas e dignatas, virtudes cívicas da República, desde Roma. Os colegas de Ferolla, que apoiaram Bolsonaro e ainda lhe dão apoio público, costumam separar o homem da prole – especialmente do filho rico, o senador Flávio Bolsonaro. Também procuram enxergar no capitão um idealista, um Quixote, como se os ataques à democracia fossem folclóricas cargas contra moinhos de vento. Contra o que chamam de establishment, oferecem uma ralé. Um general muito ativo em São Paulo esteve na última manifestação em defesa do presidente, na Avenida Paulista. Defende Bolsonaro e sente, como muitos de seus colegas, frustração e contrariedade ao ouvir as queixas contra o capitão. Imputa as críticas a civis interesseiros, como se a farda fosse suficiente para erguer o soldado acima de seu povo. E vê nas reclamações a vingança de forças políticas que nem existem mais, derrotadas no golpe de 31 de Março de 1964. Fácil, portanto, enxergar em Bolsonaro apenas um Quixote, quando o próprio general se bate contra inimigos imaginários. O tom dele em relação ao presidente é diferente daquele adotado por Ferolla. Porém, mesmo ele não poupa o capitão de recriminações. Principalmente em razão de sua política ambiental e da conduta em relação às vacinas. Não é só o general Hamilton Mourão que critica o governo nessas duas áreas. A cena é conhecida. No dia 20 de outubro de 2020, Bolsonaro desautorizou o general da ativa Eduardo Pazuello, que decidira comprar a Coronavac. Era uma birra contra o governador de São Paulo, João Doria. A visão de 2022 falava mais alto do que o bem-estar dos brasileiros: reeleição acima de tudo, minha família acima de todos.

No dia seguinte, Pazuello gravou aquela "cena para a internet", na qual degradava a patente e traía a gravidade do cargo de ministro da Saúde em meio a uma pandemia mortal. "Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece. Mas a gente tem um carinho, entendeu?" Mais claro impossível. Para Mourão e para outros generais, Pazuello devia se demitir. Ao permanecer no cargo, levou as Forças Armadas ao picadeiro do circo mambembe que o brigadeiro Ferolla enxerga montado na Esplanada.

(continua amanhã) #Bolsonaro #Fundão #CPI


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