sábado, 31 de julho de 2021

Jair Messias do Mal deixa claro: dias piores virão. Artigo de Eric Nepomuceno

 

"Não resta outra certeza: com a tresloucada besta-fera sem freios nem amarras, dias piores virão. E serão cada vez piores. Não é só a democracia que está em risco: é tudo", escreve o jornalista Eric Nepomuceno


Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia 

Não adianta tentarem segurar a besta-fera: Jair Messias renova e reforça a certeza de que desconhece qualquer limite, que não tem sequer vestígio de equilíbrio e de bom senso.

Se na ditadura que ele tanto admirou e admira um dos lemas ufanistas era “ninguém segura este país”, nos dias de hoje o lema esclarecedor é “ninguém segura este desequilibrado”.

O tal Centrão, alugado por ele, bem que sugeriu modos minimamente aceitáveis. Em vão. E enquanto isso, o Brasil se faz mais e mais pária no cenário externo, e mais e mais destroçado no cenário interno.

Dez organizações de defesa do meio-ambiente, inclusive a mais influentes, publicam no “Le Monde” um chamado para que sejam suspensas importações francesas de produtos oriundos da região amazônica e do Pantanal devastadas por incêndios criminosos incentivados pelo governo brasileiro. Movimentos similares ocorrem na Áustria, na Holanda e em regiões da Bélgica.  

O governo de Jair Messias ignora olimpicamente essa e, aliás, todas as iniciativas e denúncias semelhantes.

Quase 15% da mão de obra brasileira está desempregada, e outro tanto mantêm, a duras penas, trabalhos precários. Ao menos 44% da população, o que significa cerca de 92 milhões de brasileiros, não chega a consumir o mínimo de alimentos diários recomendados por cientistas e especialistas. E pelo menos outros oito milhões passam diretamente fome.  

As imagens de famílias formando longas filas nas portas de açougues em Cuiabá à espera de receber tocos de osso de vaca é exemplar. Em outras cidades brasileiras, há os que conseguem algo mais: comprar pés de galinha e frango. É o que de mais próximo a carne conseguem ter.  

Dois presidentes de países lusófonos, Portugal e Cabo Verde, comparecem à reabertura do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. E cadê o presidente do país anfitrião?  

Desfilando sua irresponsabilidade criminosa num passeio de moto, claro que sem máscara e sem nenhum cuidado preventivo por mais mínimo que fosse. São mais de 555 mil vítimas da pandemia, do atraso nas vacinas, do esvaziamento do sistema público de saúde, das manipulações e da corrupção levada a cabo por militares incrustados no ministério da Saúde.  

E daí? Tanto choramingar não leva a nada, só complica a vida.

Um incêndio criminoso, cujos responsáveis são Abraham Weintraub, hoje refugiado em Washington para escapar da Justiça brasileira, e Mário Frias, secretário Especial de Cultura, destrói parte do acervo da Cinemateca Brasileira. E o presidente não é capaz de um gesto, uma palavra, nada, só o silêncio que não esconde que, para ele, foi apenas um foguinho a queimar papéis velhos.

Depois de disparar saraivadas de mentiras e cretinices na noite de quinta-feira, Jair Messias aproveita o sábado para repetir ameaças e, claro, expelir mais e mais mentiras e estupidezes de grandiosidade solar.

Não dá para dizer que Jair Messias perdeu a noção do absurdo e do ridículo porque ninguém perde o que nunca teve.

Não há nada que seja capaz de deter essa avalanche de absurdos e de crimes concretos, descritos nos códigos penais e, em alguns casos, na própria Constituição. Ninguém se atreve.

Portanto, não resta outra certeza: com a tresloucada besta-fera sem freios nem amarras, dias piores virão. E serão cada vez piores.  

Não é só a democracia que está em risco: é tudo.

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