segunda-feira, 8 de março de 2021

New York Times: Bolsonaro busca “spray nasal não testado” em Israel, enquanto mortes se acumulam no Brasil pela Covid 19 e necropolítica do falso Messias

 “Enquanto as mortes por Covid aumentam no Brasil, Bolsonaro saúda um spray nasal não testado”, diz o The New York Times em matéria de sábado, dia 6.

Do DCM:


Ernesto Araújo é obrigado a pôr máscara em Israel antes de posar para foto. Foto: Reprodução/YouTube

Deu no New York Times mais um vexame do Brasil, desta vez em Israel.

“Enquanto as mortes por Covid aumentam no Brasil, Bolsonaro saúda um spray nasal não testado”, diz a matéria de sábado, dia 6.

Brasileiros estão morrendo em número recorde de Covid-19. As unidades de terapia intensiva em um número crescente de cidades estão lotadas ou quase lotadas, à medida que mais variantes contagiosas aumentam os casos. Os idosos começaram a dormir fora dos centros de vacinação na esperança de conseguir uma chance com o estoque limitado do país.

Mas não é hora para novas restrições aos negócios e ao trânsito, disse o presidente Jair Bolsonaro desafiadoramente na quinta-feira. Em vez disso, seu governo está colocando uma tremenda esperança em um spray nasal experimental, em desenvolvimento em Israel para tratar pacientes gravemente enfermos de Covid-19, que o presidente chamou de “produto milagroso”.

No sábado, o chanceler Ernesto Araújo deve viajar a Israel para se encontrar com cientistas que estão desenvolvendo o spray, que passou apenas por testes preliminares e não está sendo usado na rotina de atendimento a pacientes em nenhum lugar. (…)

Especialistas em saúde veem a busca do governo por um remédio não testado como o último de uma série de erros que transformaram o Brasil em uma pandemia de advertência e um terreno fértil para variantes mais contagiosas.

“O Brasil está entrando para a história como um estudo de caso do que uma liderança fracassada pode fazer em uma emergência de saúde”, disse Marcia Caldas de Castro, professora da Universidade de Harvard que estuda saúde global, “e a forma como medimos o custo está em vidas perdidas”.

Bolsonaro foi um dos primeiros e efusivos defensores da droga anti-malária hidroxicloroquina, que ele ordenou que o governo produzisse em massa. Ele continuou a elogiar esta semana, mesmo depois de uma equipe de especialistas da Organização Mundial da Saúde ter desaconselhado seu uso, citando estudos que a consideraram ineficaz e potencialmente perigoso. (…)

Os cientistas israelenses que estão desenvolvendo o spray nasal dizem que é muito cedo para dizer se ele provará ser uma virada de jogo da pandemia.

A droga, chamada EXO-CD24, visa prevenir “tempestades de citocinas”, que são respostas avassaladoras do sistema imunológico ao Covid-19 que podem causar inflamação grave dos pulmões, falência de órgãos e, às vezes, morte.

Os testes clínicos iniciais mostraram que 31 dos 35 pacientes com sintomas graves tiveram alta do hospital após receberem dois a cinco dias de tratamento com a droga, disse o Dr. Nadir Arber, pesquisador do Sourasky Medical Center em Tel Aviv que ajudou a desenvolvê-lo.

Nos primeiros testes, disse ele, o medicamento era administrado por inalação, mas o objetivo é administrá-lo como um spray nasal.

O Dr. Arber disse estar otimista, mas pediu cautela. “Ainda estamos no início do processo”, afirmou.

Os primeiros ensaios não incluíram um placebo para comparação. O tratamento não foi submetido a ensaios clínicos avançados e sua eficácia não foi avaliada em uma revista científica revisada por pares.

O teste da eficácia do medicamento exigirá fases adicionais de testes e a comparação dos resultados dos pacientes tratados com aqueles que receberam um placebo. Esses estudos geralmente levam vários meses.

“Ainda há um longo caminho a percorrer”, disse Tomer Hertz, professor associado do departamento de microbiologia e imunologia da Universidade Ben-Gurion. “Não é possível julgar se funciona neste ponto.” (…)

A comitiva brasileira em Israe

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