terça-feira, 3 de setembro de 2019

Guedes, o dragão da maldade e o presidente miliciano, por Francisco Celso Calmon



Paulo Guedes, é o Dragão da Maldade do povo brasileiro. Vale elencar algumas das suas maldades. 


Do GGN:


 Ian Cheibub/Folhapress

O dragão da maldade e o presidente miliciano

por Francisco Celso Calmon

Algumas assertivas devem virar mantra até que as forças democráticas da sociedade se deem conta da tragédia que se abate sobre o país. O “projeto” bolsonarista, elaborado ou não, é o de destruir a plataforma civilizatória que vinha sendo construída no Brasil até o golpe de 2016.

Para tanto, caminha sobre dois eixos: 1 – desregulamentar a economia, seguindo as recomendações do “Consenso de Washington”; 2 – implodir o Estado democrático de direito.


Sobre esses dois eixos se ergue o Estado policial, sustentado por milícias, militares e togas fascistas

Paulo Guedes, notório especulador e sonegador, e que recentemente foi descoberto em um esquema de lavagem de cerca de R$ 560 mil na empresa GPG Consultoria, da qual é sócio, está encarregado do eixo 1

As torres gêmeas da lava jato, Moro e Dallagnol, cujas revelações do The Intercept os comprometem até a medula em crimes gravíssimos, também acusados de acobertar o esquema de lavagem de dinheiro na qual Guedes estava envolvido durante a campanha eleitoral de Bolsonaro, estão encarregados do eixo 2.

Paulo Guedes, é o Dragão da Maldade do povo brasileiro. Vale elencar algumas das suas maldades.  
A reforma da previdência, em curso no Congresso, é essencialmente imoral, saqueia direitos dos mais necessitados, mantém os privilégios dos militares, dos operadores do judiciário, do Ministério Público, do Legislativo e de parte das policias. Retira dos que tem pouco e da própria classe média, e castra o direito à felicidade dos que irão se aposentar e que não gozarão de uma aposentadoria digna, e, sim, de uma aposentadoria “pé na cova”. 


Essa Reforma não caiu das nuvens, talvez possa ter caído do inferno, mas é, sobretudo, fruto do golpe de 2016, cujo projeto, reafirmo, é o da destruição da plataforma civilizatória e alienação do patrimônio nacional. Ela diminui gradativamente a massa de consumo ao longo dos anos vindouros.

 Em entrevista dada para o Estado de São Paulo, o dragão da maldade afirmou que “gostaria de vender tudo”, se referindo as empresas públicas e estatais. Recentemente, o governo anunciou a privatização de mais 18 empresas. 


Não obstante as perdas dos trabalhadores e da nação, já se fala em mais uma reforma, a tributária, que nos moldes desse governo tem a semântica da destruição de direitos e aprofundamento das injustiças.  Continuar a penalizar a classe média e os trabalhadores em geral, é o mesmo que querer que o carro ande sem combustível. Uma reforma tributária, que retire das costas dos pobres boa parte da carga tributária – já que 32% dela, segundo a OCDE, incide sobre o consumo – não é pauta dos aloprados gestores da economia. 
 
 A taxação de lucros e dividendos, que poderia levar, segundo estudos do IPEA, a um aumento de R$ 22 bilhões a R$ 39 bilhões na arrecadação e ajudar na redução da desigualdade social passa longe do radar do governo atual, bem como, a criação de novas alíquotas de impostos sobre a renda dos mais ricos não lhes interessam, pelo contrário, estão reduzindo de 27,5% para 25% a alíquota máxima. Por que não ter uma alíquota de 35% para os que percebem acima de 30 mil/mês e de 50% para os que ganham acima 70 mil por mês?

 “O estudo do Ipea destaca que, dentre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o “clube dos países ricos”, apenas a Estônia, pequeno país báltico, não tributa lucros e dividendos. No mundo, as alíquotas variam de 6,9%, na Nova Zelândia; a 44%, na França. A média dos países chega a 25%”.

 A agenda de desmonte do Estado Social já tem dado, desde que começou a ser implementada por Temer, demonstrativos da incapacidade de resolver os problemas econômicos e sociais do país. Desde 2015 o patrimônio financeiro dos milionários subiu 45%, desemprego dobrou e o salário estancou. A Reforma Trabalhista de Temer, que prometeu criar empregos de carteira assinada, fracassou: hoje, somado os desempregados, subocupados e desalentados, chegamos a 29 milhões de brasileiros; e a informalidade atingiu níveis nunca alcançados, 50 milhões, segundo dados da PNAD. Metade dos “conta própria”, que trabalham sem direitos e sem futuro, recebem menos de um salário mínimo, segundo estudo da consultoria IDados.
 
O crescimento pífio de 0,1% do PIB no último ano é um dos sintomas graves desse capitalismo de desastre em implementação desde o golpe de 2016. A desigualdade aumenta há quatro anos consecutivos, reduzindo em 17% a renda dos 50% mais pobres.



A crença ideológica na irracionalidade do capitalismo levará o Brasil a viver o desemprego como estratégia perversa do controle da inflação.

 O retrato disso foi a comemoração do CEO do banco mais lucrativo do país, Itaú-Unibanco, Candido Brecher, dizendo que a situação macroeconômica do país nunca esteve “tão boa”. E explicou o motivo: o desemprego está alto, daí que o país pode crescer sem que a inflação suba junto. O mesmo Itaú que em 2018 teve um lucro recorde de 25 bilhões de reais.  


Brecher, como capitalista insensível e desprovido de humanidade, advoga que quanto maior o número de desempregados, os da ativa ficam mais sujeitos às condições precárias de trabalho, por não quererem perder seu emprego. Ou seja, uma taxa de desemprego alta significa a disponibilidade de uma força de trabalho de reserva que se sujeita a quaisquer condições de trabalho para sobreviver, implicando a queda do valor da força de trabalho.

O modelo perverso do dragão da maldade é, além de tudo, burro. A economia capitalista só cresce se houver consumo, e só se desenvolve se houver crédito a juros compatíveis. Consumo e crédito são os combustíveis da economia capitalista, sem os quais viverá em cíclica estagnação.


Guedes, Moro, Dallagnol e a famiglia bolsonara, além de serem nazifascistas, padecem do mesmo mal: a cremástica, isto é:  a obsessão que algumas pessoas têm em acumular riquezas e posses. Quem sofre dessa obsessão se sujeita a qualquer coisa para ganhar mais e mais, pouco se importando com as suas vítimas. 

As ondas do mar da história estão agitadas, os caminhos cheios de armadilhas, o ar poluído pelos saques diuturnos que o Estado policial faz aos direitos dos trabalhadores, das minorias e do patrimônio nacional, entretanto, nada disso deve nos esmorecer e a cada dia devemos reagir com mais inteligência, indignação e criatividade.


As torres gêmeas, Moro e Dallagnol, da lava jato estão implodindo. É a hora e a vez do dragão da maldade virar o alvo dos atingidos por suas maldades. Sem as torres gêmeas e o dragão da maldade, o presidente miliciano ficará mais enfraquecido e sujeito ao xeque-mate.

A luta contra o Estado Policial bolsonarista pode ser longa. É necessário a organização pela base social – Comitês Populares pela Democracia, para derrotar a camarilha protonazifascista do governo. Resistir é também organizar.

 Francisco Celso Calmon é Advogado, Administrador, Coordenador do Fórum Memória, Verdade e Justiça do ES; autor do livro Combates pela Democracia (2012) e autor de artigos nos livros A Resistência ao Golpe de 2016 (2016) e Comentários a uma Sentença Anunciada: O Processo Lula (2017).


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