quinta-feira, 1 de agosto de 2019

As Torres Gêmeas da Vazajato, Moro e Dallagnol, por Francisco Celso Calmon



As Torres Gêmeas da Vazajato, Moro e Dallagnol, devem ser implodidas já, em prol do restabelecimento do Estado democrático de direito.


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As Torres Gêmeas da Vazajato

por Francisco Celso Calmon


 As Torres Gêmeas da Vazajato, Moro e Dallagnol, devem ser implodidas já, em prol do restabelecimento do Estado democrático de direito.  

A resistência ao bolsonarismo e a luta pela reconstrução da democracia, no xadrez da política, deve prosseguir dando xeques, encurralando o rei, mas para o xeque-mate (rendição do rei) é necessário eliminar as torres gêmeas da Vazajato.

Moro: sabotador do Estado democrático de direito; provocador de conflitos entres os poderes; arrogante e mentiroso no Congresso nacional.
Dallagnol: autor daquele PowerPoint calunioso e difamatório, colocando Lula como o comandante máximo do esquema da corrupção, é ambicioso e obsessivo por enricar, se julga e se posta como o sedutor de juízes e de plateias, covarde para aceitar o convite de comparecer à Câmara federal.   
Atores da ruína do Estado de direito, pavimentaram o terreno para a fraude eleitoral à medida que prenderam e condenaram, sem provas, Lula, virtual ganhador da eleição, e posteriormente impediram de dar entrevista em favor do seu candidato Haddad, o que o levaria à vitória. Aliado a esse quadro, um outro foi moldado através da “facanews” e fuga dos debates.

Moro, que condenou Lula sem provas, na atualidade quer destruir provas que o incriminam como responsável de alguns delitos gravíssimos, e, para tanto, procura, generalizando as revelações de gravações de hackers  de outras autoridades, como juízes e ministros, captar a solidariedade deles nessa sanha destruidora da decência moral e ética regrada pela Carta Magna.
 
Em ambos quadros a rede Globo foi (e é) o apoio da logística imprescindível nessa guerra híbrida, cujo plano foi originado na matriz ideológica do golpismo, EUA, que está em situação econômica e de poder, no plano internacional, em declínio e sujeito à nova crise com muitas marolas.  

O bolsonarismo é o lumpem da representação da classe dominante no governo e tem por objetivo destruir a plataforma civilizatória que vinha sendo construída até o golpe de 2016. No campo político subvertendo o Estado de direito, no campo social abolindo direitos e promovendo o ódio entre classes, no campo econômico implementando a receita do “Consenso de Washington”, desregulando a economia para a materialização plena do capitalismo de desastre. 


O prejuízo que a Vazajato, aliado aos governos Temer e bolsonarista, trouxe ao país ainda é incalculável. Contudo, alguns números são contabilizados e demonstram que Moro e Dallagnol, as torres gêmeas da Vazajato, provocaram a destruição parcial da indústria brasileira e de postos de trabalho. Segundo estimativas da consultoria GO associados, entre 2015 e 2019, a lava jato será responsável por um impacto de três pontos percentuais negativos do PIB do país. Somente no ano de 2015 a força tarefa provocou a redução do equivalente a 2,0% do PIB em investimentos da Petrobrás e a diminuição do equivalente a 2,8% do PIB em investimentos das construtoras e empreiteiras; em 2016 calcula-se que a Operação tenha sido responsável pelo encolhimento de 5,0% dos investimentos em formação bruta de capital fixo no país, bem como reduziu em mais de R$ 100 bilhões o faturamento das empresas arroladas na lava Jato. De acordo com o DIEESE, os setores de siderurgia (118 mil empregos perdidos), materiais e equipamentos (92 mil) e naval (60 mil empregos) foram os mais impactados. 
 
Contabilizando desempregados, desalentados e subocupados, são 29 milhões de pessoas. A recuperação cambaleante da economia brasileira provocará um crescimento pífio neste ano de 2019, não chegando talvez a 1%.

O desmonte do Estado de direito e a desregulamentação da economia impulsionam o Estado Policial, mantido pelas milícias, militares belicosos e as togas fascistas, a caminhar para um autoritarismo mais explícito e descarado.

Os militares que estão no governo são remanescentes e adeptos da linha dura da ditadura militar, inconformados com a democracia popular que estava em constituição e arautos vingadores dos torturadores responsabilizados pela Comissão Nacional da Verdade pelos seus crimes de lesa-humanidade, têm no general Heleno a expressão do ódio à esquerda no geral  e ao PT em particular.


O general Augusto Heleno declarou no jornal Valor Econômico:

“Sempre fui um grande opositor do PT e de tudo que o cerca. Jamais gostei do Lula e muito menos da Dilma. Sempre tive horror ao PT. Eu achava que tudo que eles faziam era uma enganação, nunca acreditei nesses programas sociais do PT.

E acrescentou:


“O Lula é terrível, mas o Fernando Henrique era pior, hein?”

Esse Heleno fez parte da ditadura, foi, na patente de capitão, ajudante de ordens do Ministro do Exército à época, general da linha dura Sylvio Frota. Como também o ministro da Secretaria-Geral e porta-voz da Presidência, general Floriano Peixoto, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras em 1973, no auge da repressão. 

Lembro, como testemunha que fui (e sou, estou vivo), de que os militares do DOI-CODI se promiscuíram com o Esquadrão da Morte e participaram de assassinatos, tráfico e butim, adeptos, pois, de milícias. 


Evidente de que temos que separar o joio do trigo, mas para isso é mister que a parte boa das Forças Armadas, democrática e nacionalista, deem um Basta à traição que seus ex-colegas de farda, no governo, estão a cometer. De maneira análoga, outrossim em relação aos membros dos órgãos de Justiça – MP, PF e Judiciário.

Finalizo com partes do discurso de Ulisses Guimarães quando da promulgação da Constituição em outubro de 1988:  A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca.


Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério.

Quando após tantos anos de lutas e sacrifícios promulgamos o Estatuto do Homem da Liberdade e da Democracia bradamos por imposição de sua honra.

Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. 

Amaldiçoamos a tirania aonde quer que ela desgrace homens e nações. Principalmente na América Latina.

Quem mandou matar Marielle, cadê o Queiroz, quem banca Adélio Bispo?

 Francisco Celso Calmon é Advogado, Administrador, Coordenador do Fórum Memória, Verdade e Justiça do ES; autor do livro Combates pela Democracia (2012) e autor de artigos nos livros A Resistência ao Golpe de 2016 (2016) e Comentários a uma Sentença Anunciada: O Processo Lula (2017).




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