sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Reinaldo Azevedo: Moro vira assombração e piada, mas continua truculento


 O juiz se escondia no sucesso de público e de crítica da Lava Jato, a despeito dos desastres que causou. O político Moro se mostra autoritário, populista, desastrado e oportunista. Assumiu com a pose do superxerife da moralidade nacional e, pouco mais de sete meses depois, nós o vemos constrangido, como alvo de uma das piadinhas eróticas do chefe. Ao revezar com o ministro Ricardo Salles a cadeira na live desta quinta, Bolsonaro lhe perguntou, com o desassombro de quem tem a certeza de que inexiste diferença entre governar e fazer piada de vestiário: “Vai fazer troca-troca”?

Reinaldo Azevedo. Foto: Reprodução/YouTube
Do UOL:
Sergio Moro virou uma assombração. Consta que algumas pesquisas encomendadas por empresas e partidos apontam que sua popularidade ainda é maior do que a de Jair Bolsonaro, mas isso também já não quer dizer muita coisa. Aquele que imaginou que seria o Cardeal Richelieu de um presidente meio destrambelhado, apresentando-se como uma espécie de fiador da normalidade, ainda que truculenta, transformou-se num Bolsonaro-dependente.
O juiz se escondia no sucesso de público e de crítica da Lava Jato, a despeito dos desastres que causou. O político Moro se mostra autoritário, populista, desastrado e oportunista. Assumiu com a pose do superxerife da moralidade nacional e, pouco mais de sete meses depois, nós o vemos constrangido, como alvo de uma das piadinhas eróticas do chefe. Ao revezar com o ministro Ricardo Salles a cadeira na live desta quinta, Bolsonaro lhe perguntou, com o desassombro de quem tem a certeza de que inexiste diferença entre governar e fazer piada de vestiário: “Vai fazer troca-troca”?
O ministro está desesperado. Na ânsia de colar-se a Bolsonaro, pediu nesta quinta à Procuradoria-Geral da República que abra uma investigação contra Felipe Santa Cruz, presidente da OAB. Motivo? Santa Cruz afirmou em entrevista à Folha que Moro “usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas”.(…)
O ministro está desesperado. Na ânsia de colar-se a Bolsonaro, pediu nesta quinta à Procuradoria-Geral da República que abra uma investigação contra Felipe Santa Cruz, presidente da OAB. Motivo? Santa Cruz afirmou em entrevista à Folha que Moro “usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas”. (…) E pensar que este senhor era tratado, até outro dia, como um herói nacional. De suposto grande fiador do governo, restou-lhe o papel de escada do humorista truculento: “Vai fazer troca-troca?”
(…)

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