terça-feira, 13 de agosto de 2019

Bolsonaro virou sinônimo de quê? Por Francisco Celso Calmon


A queda do Bolsonaro não deve ser fruto apenas de pacto entre as elites do poder dominante, há de ter também como protagonistas as forças democráticas.



Foto BBC (modificada)

Bolsonaro virou sinônimo de quê?

por Francisco Celso Calmon, no GGN

Por vezes usamos adjetivações em relação a uma pessoa, em especial quando se trata de uma figura pública repugnante, que alguns podem achar como meras ofensas, quando não são, pelo contrário, definem o caráter dessa figura, e isso pode contribuir para sabermos quem é e como tomar os devidos cuidados preventivos e reativos.
No meu artigo “Bolsonaro: Militar ou Miliciano?”, publicado neste blog no dia 06 de junho de 2019, deixei conclusivas evidências, provas  e razões para afirmar que, por um lado, Bolsonaro não passa de um ressentido com o Exército, cujo Comando o expulsou, não tem espírito e disciplina militar, por outro lado, é ardoroso defensor de milícia, é cercado, ele e família, de amigos e assessores milicianos. Tem perfil e espírito miliciano
No artigo “Quem é esse cara …?”, postado aqui em 06 de agosto de 2019, o classifiquei como um pústula, isto é: depravado, devasso, canalha, patife. 
 O pústula defendeu recentemente o trabalho infantil, que subtrai o direito à infância, dizendo: “o trabalho infantil enobrece todo mundo”.
Quanto mais ações e declarações esse cara faz, outros sinônimos vão se agregando para descrever o seu caráter. 
Energúmeno significa possesso, aquele que está possuído pelo demônio. É uma palavra de origem grega energoumenos, que significa endemoninhado.
A ofensa à memória de Fernando Santa Cruz, desparecido político pela ditadura militar, parece evidente que a intenção é tocar na ferida, satanizar a imagem do estudante assassinado pela repressão. Disse o energúmeno: “se ele quiser saber a verdade sobre o desaparecimento do pai dele no período militar, eu conto a ele… ele não vai gostar de saber a verdade”
No sentido figurado, energúmeno é aquele indivíduo que está desnorteado, violento, fanático, exaltado. 
Seu voto a favor do impeachment à presidenta Dilma, com a declaração “em memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o terror de Dilma Rousseff”, demonstra bem a adoração por um fascista torturador de mulheres e crianças.
Apedeuta significa pessoa desprovida de conhecimento, um ignorante, um tosco.  
Galhofa ou não, vindo de um presidente é tosco, sobre a diminuição da poluição do meio ambiente, o apedeuta afirmou “é só fazer côcô dia sim e dia não
Ignóbil, é uma pessoa que infringe as leis da moral, é abjeto, asqueroso, desprezível, nauseabundo, nojento, repelente, sórdido.
Disse, no ambiente do Congresso Nacional, para a deputada federal Maria do Rosário, que não merecia ser estuprada: “Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria”.
O ignóbil não a estupraria por achá-la feia, se não a achasse o faria, cometeria esse crime hediondo, há de se deduzir.
Belicista, partidário da força bélica, que é a favor da guerra e/ou a promove, adepto da violência, encrenqueiro.
Em rede nacional, disse em 2000: “o erro da ditadura foi torturar e não matar”; edefendeu como solução uma guerra civil que mate 30 mil pessoas, inclusive o presidente à época, Fernando Henrique Cardoso. 
Também incitou, em palanque eleitoral no Acre, em 2018, seus eleitores a “metralhar a petralhada do Acre”; fez o símbolo de arma na mão de uma criança de menos de 3 anos de idade.
Arauto do ódio, pregoeiro do horror, mensageiro do conflito.
Num programa de TV em 1999: “eu sou favorável a tortura, tu sabe disso”.
Sociopata é alguém incapaz de se enquadrar nas normas da sociedade, tem habilidade para enganar pessoas, é extremamente egoísta, não se envergonha de seus atos maus, não sente necessidade de melhorar, porque não acredita estar errado nunca, não sente culpa e sequer se arrepende de seus atos, geralmente é maldoso e teatraliza sentimentos para impressionar os outros. Os indivíduos sociopatas podem ser perigosos e exibir comportamentos criminosos, como organizar seitas fanáticas, prejudicando a si mesmos e todos ao redor. Há diversos indicadores de que uma pessoa possa ser uma sociopata, incluindo falta de remorso, desrespeito à lei e mentir repetidamente. 
Sobre a comunidade LGBT, confessou o sociopata em 2002: “Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater“.
Bolsonaro é um saqueador dos direitos trabalhistas, sociais e civis dos brasileiros, mais cruel e desprovido de ética dos que os piratas do século XVII E XVIII, e assim como piratas estiveram numa época a serviço da Inglaterra, o pirata miliciano está a serviço dos EUA.
O nazismo foi um movimento ideológico nacionalista xenófobo, imperialista e belicista que construiu uma sociedade militarista e reacionária na Alemanha. Impedir que o protofascismo avance no Brasil do presidente miliciano é o dever maior, central e urgente.  
As torres gêmeas da lava jato, Moro e Dallagnol, estão implodindo, o próximo passo é oBasta ao governo bolsonarista. 
A queda do Bolsonaro não deve ser fruto apenas de pacto entre as elites do poder dominante, há de ter também como protagonistas as forças democráticas.
Deve-se evitar a repetição da história: o pacto da anistia na ditadura militar não foi o melhor e suas sequelas são visíveis consuetudinariamente. 
A Frente Ampla Democrática passa ser o fórum para discutir e representar as forças democráticas, institucionais e sociais, nesse novo concerto, já em conversações nos corredores das instituições republicanas, nos quais Rodrigo  Maia vai pavimentando o seu papel decisivo. 
A esquerda não pode ser figurante! Para tanto, as ruas, greves e ocupações devem ser intensificadas. Com a entrada mais vigorosa dos estudantes, as ruas e auditórios deverão se constituir no teatro principal de operações pelo Basta. 
O movimento das igrejas progressistas, aquela comprometida com o bem-estar social dos povos, em seus púlpitos e bases, como já no próximo Grito dos excluídos, deverá ser energia poderosa pelo Basta.
Intelectuais e artistas em suas cátedras, palcos, telas, contribuindo para a consciência libertadora do povo deste Estado policial, mantido pelos milicianos, militares e togas fascistas.  
Bolsonaro é sinônimo de coisa ruim (pústula, energúmeno, ignóbil, belicista, sociopata) para o Brasil e seu povo. Antes que avance em sua sanha e acabe com os trinta mil que prometeu matar, é preciso dar um BASTA.
Quem mandou matar Marielle? Cadê Queiroz? Quem banca Adélio Bispo?  
Francisco Celso Calmon é Advogado, Administrador, Coordenador do Fórum Memória, Verdade e Justiça do ES; autor do livro Combates pela Democracia (2012) e autor de artigos nos livros A Resistência ao Golpe de 2016 (2016) e Comentários a uma Sentença Anunciada: O Processo Lula (2017).    

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