A queda do Bolsonaro não deve ser fruto apenas de pacto entre as elites do poder dominante, há de ter também como protagonistas as forças democráticas.
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Foto BBC (modificada)
Bolsonaro virou sinônimo de quê?
por Francisco Celso Calmon, no GGN
Por vezes usamos adjetivações em relação a uma pessoa, em especial quando se trata de uma figura pública repugnante, que alguns podem achar como meras ofensas, quando não são, pelo contrário, definem o caráter dessa figura, e isso pode contribuir para sabermos quem é e como tomar os devidos cuidados preventivos e reativos.
No meu artigo “Bolsonaro: Militar ou Miliciano?”, publicado neste blog no dia 06 de junho de 2019, deixei conclusivas evidências, provas e razões para afirmar que, por um lado, Bolsonaro não passa de um ressentido com o Exército, cujo Comando o expulsou, não tem espírito e disciplina militar, por outro lado, é ardoroso defensor de milícia, é cercado, ele e família, de amigos e assessores milicianos. Tem perfil e espírito miliciano
No artigo “Quem é esse cara …?”, postado aqui em 06 de agosto de 2019, o classifiquei como um pústula, isto é: depravado, devasso, canalha, patife.
O pústula defendeu recentemente o trabalho infantil, que subtrai o direito à infância, dizendo: “o trabalho infantil enobrece todo mundo”.
Quanto mais ações e declarações esse cara faz, outros sinônimos vão se agregando para descrever o seu caráter.
Energúmeno significa possesso, aquele que está possuído pelo demônio. É uma palavra de origem grega energoumenos, que significa endemoninhado.
A ofensa à memória de Fernando Santa Cruz, desparecido político pela ditadura militar, parece evidente que a intenção é tocar na ferida, satanizar a imagem do estudante assassinado pela repressão. Disse o energúmeno: “se ele quiser saber a verdade sobre o desaparecimento do pai dele no período militar, eu conto a ele… ele não vai gostar de saber a verdade”
No sentido figurado, energúmeno é aquele indivíduo que está desnorteado, violento, fanático, exaltado.
Seu voto a favor do impeachment à presidenta Dilma, com a declaração “em memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o terror de Dilma Rousseff”, demonstra bem a adoração por um fascista torturador de mulheres e crianças.
Apedeuta significa pessoa desprovida de conhecimento, um ignorante, um tosco.
Galhofa ou não, vindo de um presidente é tosco, sobre a diminuição da poluição do meio ambiente, o apedeuta afirmou “é só fazer côcô dia sim e dia não“
Ignóbil, é uma pessoa que infringe as leis da moral, é abjeto, asqueroso, desprezível, nauseabundo, nojento, repelente, sórdido.
Disse, no ambiente do Congresso Nacional, para a deputada federal Maria do Rosário, que não merecia ser estuprada: “Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria”.
O ignóbil não a estupraria por achá-la feia, se não a achasse o faria, cometeria esse crime hediondo, há de se deduzir.
Belicista, partidário da força bélica, que é a favor da guerra e/ou a promove, adepto da violência, encrenqueiro.
Em rede nacional, disse em 2000: “o erro da ditadura foi torturar e não matar”; edefendeu como solução uma guerra civil que mate 30 mil pessoas, inclusive o presidente à época, Fernando Henrique Cardoso.
Também incitou, em palanque eleitoral no Acre, em 2018, seus eleitores a “metralhar a petralhada do Acre”; fez o símbolo de arma na mão de uma criança de menos de 3 anos de idade.
Arauto do ódio, pregoeiro do horror, mensageiro do conflito.
Num programa de TV em 1999: “eu sou favorável a tortura, tu sabe disso”.
Sociopata é alguém incapaz de se enquadrar nas normas da sociedade, tem habilidade para enganar pessoas, é extremamente egoísta, não se envergonha de seus atos maus, não sente necessidade de melhorar, porque não acredita estar errado nunca, não sente culpa e sequer se arrepende de seus atos, geralmente é maldoso e teatraliza sentimentos para impressionar os outros. Os indivíduos sociopatas podem ser perigosos e exibir comportamentos criminosos, como organizar seitas fanáticas, prejudicando a si mesmos e todos ao redor. Há diversos indicadores de que uma pessoa possa ser uma sociopata, incluindo falta de remorso, desrespeito à lei e mentir repetidamente.
Sobre a comunidade LGBT, confessou o sociopata em 2002: “Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater“.
Bolsonaro é um saqueador dos direitos trabalhistas, sociais e civis dos brasileiros, mais cruel e desprovido de ética dos que os piratas do século XVII E XVIII, e assim como piratas estiveram numa época a serviço da Inglaterra, o pirata miliciano está a serviço dos EUA.
O nazismo foi um movimento ideológico nacionalista xenófobo, imperialista e belicista que construiu uma sociedade militarista e reacionária na Alemanha. Impedir que o protofascismo avance no Brasil do presidente miliciano é o dever maior, central e urgente.
As torres gêmeas da lava jato, Moro e Dallagnol, estão implodindo, o próximo passo é oBasta ao governo bolsonarista.
A queda do Bolsonaro não deve ser fruto apenas de pacto entre as elites do poder dominante, há de ter também como protagonistas as forças democráticas.
Deve-se evitar a repetição da história: o pacto da anistia na ditadura militar não foi o melhor e suas sequelas são visíveis consuetudinariamente.
A Frente Ampla Democrática passa ser o fórum para discutir e representar as forças democráticas, institucionais e sociais, nesse novo concerto, já em conversações nos corredores das instituições republicanas, nos quais Rodrigo Maia vai pavimentando o seu papel decisivo.
A esquerda não pode ser figurante! Para tanto, as ruas, greves e ocupações devem ser intensificadas. Com a entrada mais vigorosa dos estudantes, as ruas e auditórios deverão se constituir no teatro principal de operações pelo Basta.
O movimento das igrejas progressistas, aquela comprometida com o bem-estar social dos povos, em seus púlpitos e bases, como já no próximo Grito dos excluídos, deverá ser energia poderosa pelo Basta.
Intelectuais e artistas em suas cátedras, palcos, telas, contribuindo para a consciência libertadora do povo deste Estado policial, mantido pelos milicianos, militares e togas fascistas.
Bolsonaro é sinônimo de coisa ruim (pústula, energúmeno, ignóbil, belicista, sociopata) para o Brasil e seu povo. Antes que avance em sua sanha e acabe com os trinta mil que prometeu matar, é preciso dar um BASTA.
Quem mandou matar Marielle? Cadê Queiroz? Quem banca Adélio Bispo?
Francisco Celso Calmon é Advogado, Administrador, Coordenador do Fórum Memória, Verdade e Justiça do ES; autor do livro Combates pela Democracia (2012) e autor de artigos nos livros A Resistência ao Golpe de 2016 (2016) e Comentários a uma Sentença Anunciada: O Processo Lula (2017).
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