sábado, 6 de junho de 2020

Num ato próprio de ditaduras militares, general Eduardo Pazuello tira dados do Brasil do mapa da John Hopkins sobre coronavírus


Numa atitude exclusiva de ditaduras, o general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, retirou os dados de Covid-19 do Brasil das bases de dados internacionais. O mais respeitado deles, o da John Hopkins University, não mostra mais os dados do Brasil.



Luís Nassif e 247 - Na mais grave atitude até agora adotada no Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello retirou os dados de Covid-19 do Brasil das bases de dados internacionais. O mais respeitado deles, o da John Hopkins University, não mostra mais os dados do Brasil.
Ao invés de tirar o Brasil do noticiário, essa atitude aumentará exponencialmente as desconfianças sobre a situação do país, com reflexos inevitáveis no comércio exterior, nos investimentos externos e no turismo. É um desastre total, se a decisão não for revertida.
Veja a seguir posicionamento de Jair Bolsonaro que orientou a decsião do general interino no Ministério da Saúde, em reportagem do 247 e da agência Reuters:
247 – Jair Bolsonaro divulgou neste sábado uma nota do Ministério da Saúde que oficializa uma política de menor transparência na divulgação dos dados de mortes e contágio por coronavírus no Brasil. Confira abaixo a nota divulgada por Bolsonaro e também reportagem da Reuters sobre a explosão de casos no Brasil:
- O Ministério da Saúde adequou a divulgação dos dados sobre casos e mortes relacionados ao Covid-19.
- Ao longo do enfrentamento da doença, a coleta de informações evoluiu com oferta de insumos, capacitação de equipes e serviços laboratoriais. As medidas, assim, permitem obter dados mais precisos sobre a situação em cada região.
- A divulgação dos dados de 24 horas permite acompanhar a realidade do país neste momento e definir estratégias adequadas para o atendimento a população. A curva de casos mostram as situações como as cenários mais críticos, as reversões de quadros e a necessidade para preparação.
- Ao acumular dados, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, não retratam o momento do país. Outras ações estão em curso para melhorar a notificação dos casos e confirmação diagnóstica.
- As rotinas e fluxos estão sendo adequados para garantir a melhor extração dos dados diários, o que implica em aguardar os relatórios estaduais e checagem de dados. Para evitar subnotificação e inconsistências, o Ministério da Saúde optou pela divulgação às 22h, o que permite passar por esse processo completo. A divulgação entre 17h e 19h, ainda havia risco subnotificação. Os fluxos estão sendo padronizados e adequados para a melhor precisão.
(Reuters) - O Brasil registrou nesta sexta-feira mais 1.005 mortes em decorrência do novo coronavírus, elevando a contagem total para 35.026, informou o Ministério da Saúde.
Paciente infectado com novo coronavírus é tratado em hospital em São Paulo 03/06/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Em relação ao número de casos, foram contabilizadas 30.830 novas infecções, o que faz com que o total no país atinja 645.771, segundo o ministério.
O Brasil é o segundo país com maior número de casos confirmados no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que possuem quase 1,9 milhão de infecções.
O país é o terceiro na contagem de óbitos, abaixo somente dos EUA (108.068) e do Reino Unido (40.261).
A divulgação diária dos números da Covid-19 no Brasil pelo Ministério da Saúde não indica que as infecções e óbitos tenham necessariamente ocorrido nas últimas 24 horas, mas sim que os registros foram inseridos no sistema no período.
A pasta anunciou nesta sexta-feira que a divulgação dos dados seria mais tarde, alegando necessidade de checagens junto a secretarias estaduais e municipais. Até o início desta semana, os dados vinha sendo publicados às 19h.
“Acabou matéria no Jornal Nacional... O Jornal Nacional gosta de dizer que o Brasil é recordista em mortes. Não interessa de quem partiu (a decisão), é justo sair 10 da noite para sair o dado completamente consolidado”, disse o presidente Jair Bolsonaro a jornalistas sobre o tema.
De acordo com a contagem de casos realizada pelo ministério por Estados, São Paulo segue como o mais afetado pela Covid-19, atingindo as marcas de 134.565 casos e 8.842 óbitos.
O governo paulista estimou na quarta-feira que o Estado terá de 190 mil a 265 mil casos de coronavírus até o final deste mês.

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