quarta-feira, 10 de junho de 2020

O cínico ministro dos bancos e ricos Paulo Guedes anuncia novos programas e não convence ninguém. Por Luis Nassif



Com essa postura passiva, as estimativas de queda do PIB continuam aumentando. Há apenas duas certezas: A retomada da economia não ocorrerá com Paulo Guedes. A saída da crise de saúde e política não se fará com Bolsonaro.

Não há o menor sinal de refluxo da pandemia no Brasil. O que aumenta o risco da flexibilização do isolamento, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro.
Vamos aos principais indicadores, tirados da última divulgação oficial.
Na média móvel semanal de novos óbitos, a curva continua ascendente no Brasil.






Nos dois principais locais afetados, São Paulo e Rio de Janeiro, a média diária semanal de óbitos continua elevada. No Rio de Janeiro houve uma pequena queda, provavelmente devido às difculdades de notificação. Em São Paulo, a média diária manteve-se em nível alto, sem sinal de refluxo.
Comparando a média diária semanal de óbitos com a semana anterior e, depois, mensalizando, percebe-se o tamanho da encrenca. Em São Paulo, o índice mensalizado está em 131,4% enquanto que no Rio de Janeiro está em 131%. Significa que, mantido o ritmo da última semana, em um mês o número de mortes será 130% maior.
O próximo gráfico mostra o aumento de casos a cada 10 dias. No caso de São Paulo, está em 45%. No Rio de Janeiro, chega a 40%.
Por todos esses dados, o relaxamento do isolamento é uma atitude temerária que terá dois efeitos: no plano de saúde, um recrudescimento da pandemia; no plano econômico, um atraso ainda maior do início da recuperação.
Ontem, na reunião ministerial, o Ministro da Economia Paulo Guedes acenou com um novo conjunto de medidas. No discurso, praticamente aceitou todas as críticas feitas ao seu programa, ao fazer promessas que contrastam radicalmente com o que vinha falando até hoje.
Anunciou que o governo pretende criar fundos para colocar em empresas, para manutenção de emprego e renda, anunciou um novo programa de renda mínima.
Desafios muito menores, como o de criar linhas de financiamento para capital de giro de pequenas e micro empresas, com o Tesouro bancando parte do risco, até agora não saíram do papel. Foram três meses para assimilar a inevitabilidade do programa. E mais um mês para colocá-lo de pé.
Ontem, em entrevista ao Financial Times, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sequer admitiu alguma flexibilização monetária. Sustentou que irá prosseguir tentando se valer dos instrumentos monetários convencionais.
Com essa postura passiva, as estimativas de queda do PIB continuam aumentando. Há apenas duas certezas:
  1. A retomada da economia não ocorrerá com Paulo Guedes.
  2. A saída da crise de saúde e política não se fará com Bolsonaro.

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