terça-feira, 9 de junho de 2020

Saudação aos jovens que foram às ruas lutar por democracia. Por Paulo Moreira Leite


"A mobilização que ocupou as grandes capitais do país foi uma bem vinda demonstração de apego a democracia e maturidade política", escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia


(Foto: Jornalistas Livres | Ricardo Stuckert)

Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia 
Mobilizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e outras cidades, a juventude brasileira que foi às ruas neste domingo fez um movimento que ajuda a devolver o Brasil aos brasileiros e brasileiras.
Sim. Nas últimas semanas o bolsonarismo  chegou a produzir uma encenação tenebrosa por todo país.
Com faixas inaceitáveis   pelo caráter politicamente criminoso -- Intervenção Militar, fechamento do STF e outras barbaridades -- sua desenvoltura pelo espaço público produzia uma inquietante sensação de impunidade.
Exibindo-se por ruas e avenidas sem serem incomodados, até ameaçavam atingir o objetivo final de todo movimento que deseja implantar uma ditadura  -- transmitir a noção de que nem vale a pena resistir, pois sua vitória seria uma fatalidade.  
Desde as dez da manhã de ontem,  quando já era possível acompanhar as primeiras imagens e ouvir as palavras de ordem de uma animada coluna de brasileiros e brasileiras pela Esplanada dos Ministérios, ficou claro que outra voz  fala pela maioria da nação e não abre mão do direito de definir seu destino.
Num país que até então ruminava muitas incertezas e mesmo temores, surgiu uma mensagem clara  daquela juventude que quer democracia, exige mais escolas e melhores empregos, e mira o exemplo dos protestos contra o assassinato de George Floyd, em Minneapolis, para lembrar que o racismo com farda policial comete crimes hediondos  também no Brasil.  
São exigências e reivindicações que o bolsonarismo não quer nem pretende resolver -- pelo contrário.
Num país onde a irresponsabilidade do governo Bolsonaro deu à Covid-19 a condição de escândalo mundial, os protestos poderiam ter sido enfraquecidos pelos temores em relação à saúde pública -- a ameaça de contaminação, que atinge toda a população, mas é  particularmente grave junto aos 30 milhões que têm mais de 60 anos ou mais,  integrando o chamado grupo de risco.
Reunindo uma massa capaz de tomar o caminho da luta num fim-de-semana carregado por adversidades, inclusive um lamentável ambiente de divisão política entre adversários do bolsonarismo, o país assistiu a um protesto de jovens e jovens adultos, que deixaram um exemplo de maturidade política e competência para travar a luta que o país precisa.
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