quinta-feira, 4 de junho de 2020

Tacla Duran ressurge em meio à vingança de Bolsonaro contra Moro


Senadores que acompanham os lances de Bolsonaro em relação a Moro acreditam que o plano do presidente é tornar o ex-juiz da Lava Jato, candidato virtual à presidência em 2022, inelegível
Jornal GGN A jornalista Andreia Sadi afirmou na tarde desta quarta (3) que senadores que acompanham os lances de Jair Bolsonaro em relação a Sergio Moro acreditam que o plano do presidente é tornar o ex-juiz da Lava Jato, candidato virtual à presidência em 2022, inelegível. Para isso, Moro teria de ser condenado em órgão colegiado. Em meio a essa discussão, surge a notícia de que a Procuradoria-Geral da República decidiu retomar o acordo de delação premiada contra o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran.
Moro declarou por meio de nota nesta quarta (3) que lhe causou “perplexidade e indignação” a notícia de que Augusto Aras assinou um acordo de confidencialidade com a defesa de Tacla Duran. Investigado na Lava Jato em Curitiba, Duran acusou Carlos Zucolotto, padrinho de casamento de Moro, de cobrar 5 milhões de dólares em propina para ajudá-lo a negociar um termo de colaboração premiada com os procuradores liderados por Deltan Dallagnol. Na época, Moro era o juiz das ações contra o advogado que está na Espanha.

>>> O GGN PREPARA UM DOSSIÊ SOBRE O PASSADO DE SERGIO MORO. SAIBA COMO AJUDAR AQUI. <<<

De acordo com Sadi, Aras retomou a conversa com a defesa de Duran há 90 dias, ou seja, pouco antes de Moro abandonar o governo Bolsonaro. Desde então, o ex-juiz da Lava Jato vem apresentando divergência contra o ex-chefe e abasteceu a PGR com acusações sobre interferência na Polícia Federal. Fontes ouvidas pela jornalista apostam em futuras buscas contra Moro, para minar sua imagem de justiceiro.
Moro é alvo certo porque racha a base eleitoral de Bolsonaro e, por isso, o presidente não quer vê-lo na disputa presidencial de 2022. Nas últimas semanas, críticos têm observado se Aras vai tender para o lado do presidente nos inquéritos que podem virar denúncia por crime de responsabilidade. Segundo Sadi, a interlocutores, Aras tem rechaçado que a delação de Tacla Duran seja uma ajuda no plano de Bolsonaro de se vingar de Moro.
A delação de Tacla Duran foi arquivada por um procurador da República em 2018. Antes disso, foi rejeitada pelos procuradores de Curitiba, suspeitos de montar a indústria da delação premiada.
Se encampado por Aras, o acordo de Duran será o segundo apresentado pelo novo chefe do Ministério Público Federal. O primeiro diz respeito ao empresário Eike Batista, outro que teve sua delação rechaçada por Moro.
Confira o que o GGN já publicou sobre Tacla Duran:


Nenhum comentário:

Postar um comentário